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Em Pauta

Dia Nacional do Homem - não é proibido chorar

Mário Sérgio Lorenzetto | 16/07/2014 07:57
Dia Nacional do Homem - não é proibido chorar

Dia do homem. Pouco conhecido. Menos divulgado. Não comemorado

Foi ontem, 15 de julho. As mulheres não nos cumprimentam. Os homens não sabem, não se interessam. Mas se esse dia se reveste de uma nova tendência para o status masculino também tem sua versão saudável. Pode ser entendido como dia da saúde do homem. Uma data para lembrar que o homem não é invencível, não é feito de aço.

A nossa cultura mina a saúde masculina. O homem é ensinado que ir ao médico é frescura. Higiene é frescura. Cuidar da saúde é frescura. E o homem quer ser macho antes de ser homem. Homem não pode chorar. Homem não pode negar sexo. Homem não pode se sentir vitimizado por uma mulher. Mas isso não faz sentido. Nem é macho, é troglodita. Nem é troglodita, é inexistente.

Esse não é um dia para pedir respeito ao gênero. É um dia para pensar em liberdade. Para se cuidar. Para se ver como um indivíduo que não precisa e nem deve responder a um código de comportamento imaginário. É um dia de entender a andropausa. De pensar na saúde do pênis e da próstata. De pensar em viagem à Lua - a versão brasileira do Dia Internacional do Homem (comemorado no mundo no dia 19 de novembro) homenageia a chegada do homem ao satélite terráqueo que ocorreu no dia 20 de julho de 1969. Data escolhida aos moldes do samba do crioulo doido - se você não entendeu, nem eu. Mas, ainda assim, é um dia para se pensar na Lua e ela pode ser a metáfora de todos seus mais impossíveis desejos. Que como a conquista da Lua, podem ser realizados.

Dia Nacional do Homem - não é proibido chorar
Dia Nacional do Homem - não é proibido chorar

Google omite textos humilhantes após derrota do Brasil na Copa

Não foi fácil, mas o Google montou uma redação composta por cientistas, tradutores e redatores para adaptar o conteúdo que foi disposto no site. Textos considerados muito negativos e, até, humilhantes em decorrência da derrota para a Alemanha. No serviço "Google Trends" em português, textos sobre "humilhação" ou "vergonha" (termos entre os mais pesquisados no Google Brasil no dia do jogo) não foram listados. A decisão ocorreu porque os textos foram considerados muito negativos e havia a tendência de aguardar mensagens animadoras. Não foi à toa. A direção do Google avaliou a possibilidade de ficar impopular diante do apoio, mesmo que velado, à humilhação do Brasil.

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CCJ da Câmara reduz o INSS de domésticos

A aprovação foi em caráter conclusivo. Pelo texto, para o empregador, a alíquota cai de 12% para 6% e, para o empregado, é fixada também uma alíquota única de 6% (hoje ela varia de acordo com o salário). Agora, o texto segue para sanção presidencial. Há, contudo, a possibilidade de pedido de revisão da matéria pela Presidência. O governo defende a aprovação de uma proposta mais abrangente de regulamentação do trabalho doméstico que está em discussão em uma comissão mista do Congresso.

O texto estabelece as normas para o pagamento obrigatório do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) ao empregado doméstico e seguro por acidente de trabalho. Se passar desta maneira, o governo não terá perda de arrecadação. Na legislação atual, a alíquota de contribuição dos empregados domésticos varia de 8% a 11% de acordo com a faixa salarial. Com o novo texto ontem, todos contribuirão com 6%.

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Tagarela, o colega que mais atrapalha no trabalho

É o que diz o levantamento da consultoria de mobilidade de talentos Lee Hecht Harrison, que ouviu 848 profissionais nos Estados Unidos. A pesquisa foi feita no mês de abril e 45% dos ouvidos consideram que as conversas frequentes são o principal fator de perturbação no ambiente corporativo. O levantamento apontou que interrupções e distrações se desenvolvem quando um colega tagarela perde a capacidade de discernimento, não compreende os limites e não sabe interpretar a linguagem corporal. Além disso, não têm ideia do quanto são irritantes e perdem a capacidade de reconhecer os sinais. Dos entrevistados, 18% reclamam dos e-mails e outros 9% dos odores dos colegas.

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True Detective: um seriado para adultos

Filmado na Louisiana o seriado da HBO atingiu um recorde de audiência, cerca de 12 milhões de espectadores por episódio e deverá ter uma segunda temporada. Ambientado no mesmo cenário que o seriado “Treme”, a devastação após o Katrina continua a ser usada em termos concretos e metafóricos para tratar de temas diversos. A vida é dura em True Detective, não apenas a vida, a morte também. O seriado consiste em oito episódios, uma história com uma temporalidade não linear e é desenvolvida em torno da busca por um serial-killer. Na década de 1990, dois detetives, Marty e Rust (os excelentes Woody Harrelson e Matthew McConaughey) procuram um assassino fetichista.

Na linha do tempo contemporânea, os ex-parceiros são questionados por outros dois policiais que suspeitam que os assassinatos não foram devidamente resolvidos. A série se desenvolve, portanto, na mistura das duas temporalidades e ao redor de grandes questões que ficam no ar. Trata-se, sem dúvida, de uma história que não é para todos, eis que, procura olhar para o lado mais sombrio das pessoas.

Tragédias...

Os detetives têm sua vida privada devastada, de modo que procuram “compensar” suas falhas no trabalho, vingando crianças e mulheres. Enquanto Marty é um policial relativamente “comum” e com os pés no chão, Rust é surreal, desafia os próprios códigos da prática policial com ares quixotescos. Enquanto muitos lembram que Quixote é uma espécie de “louco”, deixam de lado dramático que o personagem encarna e, no caso, Rust é um herdeiro da faceta trágica do legado de Cervantes.

A dialética entre os dois tipos de detetives é um dos principais elementos do seriado, que ainda procura usar simbolismos em todos os lugares. Desde as imagens da abertura, que já indicam o tipo de história que irá se desenvolver, assim como a obsessão de Rust com os sinais deixados pelo serial-killer. Além de estômago para as cenas de violência e sexo, True Detective demanda reflexão dos espectadores, não apenas para montar as peças do quebra-cabeça, mas, para levar a sério as questões sobre a brevidade da vida que aparecem em todo momento. Um tipo de entretenimento que possivelmente teria uma audiência muito menor do que os 12 milhões de espectadores estimados. Sinal de que há ainda muito espaço para produções que tratam de temas existenciais mais pesados, bastante distantes das comédias água com açúcar e da infantilização que parece ter dominado boa parte das histórias recentes

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Futurismo italiano e os conservadores do futuro

O Guggenheim de Nova York está recebendo até setembro de 2014 uma exposição sobre o movimento futurista italiano do início do Século XX. O futurismo é um dos movimentos artísticos mais negligenciados da arte moderna não por acaso, ele é também, um dos mais embaraçosos. Ao mesmo tempo em que o futurismo teve grandes artistas, usualmente acaba por ser lembrado por ter abraçado o Fascismo Italiano. Se Umberto Boccioni é considerado um dos maiores artistas do movimento, o poeta Filippo Marinetti é tido como seu fundador por meio do “Manifesto Futurista” de 1909.

Marinetti foi movido, junto com outros jovens de sua geração, por aquilo que era considerado como as novas correntes da arte e da filosofia, abraçando ideias da violência revolucionária de Sorel, e propunha estética e uma política radicais, com a destruição de museus, livrarias e academias de todo o tipo, além de glorificar a guerra, o militarismo, o patriotismo e o anarquismo, ideias pelas quais ele considerava que seria válido morrer. Marinetti teve seguidores na Itália e organizou eventos que tinham a intenção de provocar escândalos. Além disso, ele idealizava o proletariado, por isso, Gramsci reverenciou os Futuristas como “revolucionários da cultura”.

Futurismo e seus flertes

Contudo, o movimento que se apresentava como radical, passou a adotar formas artísticas conservadoras. Se, na sequência, o futurismo acabou por ser “superado” por outros movimentos como o Dadaísmo e o Construtivismo russo, ele continuou forte na produção de manifestos. Estes, ao mesmo tempo em que procuravam “evangelizar”, antagonizavam como todos os movimentos. Talvez, aquele que mais tenha se aproximado do Futurismo tenha sido o Vorticismo, apoiado por Ezra Pound. Em resumo, o Futurismo flertou e se relacionou amorosamente com as piores facetas da esquerda e da direita.

O futurismo, assim como vários outros movimentos de vanguarda, procurava criar arte e mudar o mundo, algo típico dos jovens e dos revoltados. Se hoje os “black blocks” são vistos como uma ameaça e se dizem “anarquistas”, mal sabem que estão a replicar movimentos do início do século passado que tinham discursos bem mais elaborados do que os deles. Hoje o futurismo está no museu, o mesmo que ele mandava botar abaixo. Amanhã, quem sabe, os revoltados vão ser os novos “conservadores”. É isso que quem conhece um pouco de história pode esperar que aconteça. Quando se marchava contra a ditadura no Brasil se cantava: “Quem sabe faz a hora não espera acontecer”. Qual será a música que embala os atuais rebeldes em busca de alguma causa?

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