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Em Pauta

Direita ou esquerda, o centro político virou uma ficção

Mário Sérgio Lorenzetto | 13/05/2021 06:35
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

O centro político brasileiro só existe para o grupo profissional de especialistas dos jornais, as empresas de pesquisas e nas universidades. Os prognósticos que surgem na imprensa sobre as possibilidades eleitorais de um centro inexistente estão superdimensionados em qualquer caso. Não resistem ao calor da refrega entre a direita e a esquerda. Aliás, nem dela participa, mantém-se equidistante, perdidos em devaneios e traições (Aécio Neves tornou-se o comandante das traições nacionais há muito tempo).


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O centro passou a andar só para os lados.

Nunca mais avançou. O centro brasileiro, desde Itamar Franco, o melhor presidente da breve história democrática, só realizou movimentos laterais. Ora em direção à esquerda, e, atualmente, adepto explícito das posições à direita. Perdeu totalmente a capacidade de avançar. Para espanto desses analistas de jornal ou das universidades, nem mesmo a salvação das vacinas feita por Dória, um dos inúmeros expoentes do centro, conseguiu alavancar um só apoio. Adeptos à vacinação ou contrários a ela, a esquerda e a direita continuaram dando as cartas e dominando o espetáculo eleitoral. Não souberam se colocar nem mesmo quando detinham a supremacia das vacinas, a melhor arma eleitoral.


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A arte de construir maiorias onde elas não existiam.

O centro desaprendeu a construir maiorias onde elas não existiam. Esse é o maior segredo da política. Sobra ao centro o papel de bons coadjuvantes. Observem os grandes estamentos sociais. A direita comanda as polícias, as forças armadas, anti-ambientalistas, fazendeiros e parte do empresariado. A esquerda é dominante no meio de professores, os demais grupamentos de funcionários públicos (especialmente dos que trabalham na saúde), as diminutas e inexpressivas forças sindicais, assentados nos frágeis projetos de reforma agrária, a fortaleza ambientalista e uma pequena parte do empresariado. E o centro dispõe de quais forças? Somente de parte expressiva do empresariado. Nada mais. E a cada dia que passa, esses agrupamentos sociais tendem a se tornar mais e mais monolíticos, inquebrantáveis.


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Não aprendem e nem esquecem.

Os analistas não aprendem e nem esquecem. Se equivocam vendendo a história de que há força em um centro que é mera peça de ficção. Vivem em uma bolha e se reforçam mutuamente. Mas a idade de ouro desses analistas ficou para trás. Constituíam um cartel com características de oligopólio. Os melhores sabem como tecer um bom argumento, mas o oligopólio já não existe. E sua influência é declinante. E é assim que acabarão. Os especialistas em política não mudarão, mas os ecossistemas que os alimentam definharão ainda mais.

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