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Em Pauta

Duas notícias em duas versões opostas que chegam, claro, de Brasília

Mário Sérgio Lorenzetto | 22/11/2013 07:49
Duas notícias em duas versões opostas que chegam, claro, de Brasília

Duas notícias de Brasília, duas versões opostas

O pacto de contenção de gastos firmado entre o governo e os líderes políticos não tem prazo definido para acabar. “Ele vai durar enquanto o Executivo e o Congresso acharem necessário e nesse período não se pode criar nenhuma nova despesa”, disse o Ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Pressionado por autoridades de Mato Grosso do Sul, em reunião tensa, nesta quinta-feira (21), em Brasília, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo garantiu, pela primeira vez, incluir no Orçamento Geral da União, recursos para comprar terras e resolver conflito de produtores rurais com indígenas, conforme notícia veiculada no Campo Grande News. De acordo com o Ministro da Fazenda, não se pode criar nenhuma nova despesa e de acordo com o Ministro da Justiça, será criada despesa nova. Temos duas Brasílias, dois Poderes?

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Mulheres em movimento constante, votar, trabalhar, estudar e viver

Oito de março de 1857, operárias de uma tecelagem de Nova York iniciam uma grande greve. Pleiteavam redução da carga horária de 16 para 10 horas, equiparação salarial com os homens e tratamento digno no ambiente de trabalho devido aos assédios constantes. Esta história é amplamente difundida e conhecida. A resposta que obtiveram foi um gesto de terror. Foram trancadas na fábrica, que foi incendiada. Morreram 130 mulheres carbonizadas.

Algumas outras datas concorrem em ordem de importância para a continuidade das lutas das mulheres. Na Rússia czarista, elas promoveram as primeiras manifestações por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada de seu país na Primeira Guerra Mundial. Em Nova York, o Partido Socialista da América conclama uma manifestação recordando a morte das mulheres tecelãs. Em 1910, em uma Conferência na Dinamarca, foi dado o início das comemorações do “Dia Internacional das Mulheres”. Este o mundo do trabalho, das lutas femininas por igualdade nas empresas. Mas as mulheres não lutaram ao longo das décadas somente nas fábricas. O maior pleito feminino era o direito ao voto

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De um murmúrio à plenitude – o perfil feminino moderno é a independência

Ao mesmo tempo em que elas começam a ter voz, ainda que fosse um murmúrio, surgem as primeiras revistas de moda como a Vogue em 1894. Elas traziam ilustrações e cartoons sobre novos modos de pensar para as mulheres. Fascinado com as “novas mulheres” – as britânicas e norte-americanas desejosas de romper com os velhos padrões –, um artista gráfico nos EUA foi quem melhor as representou, Charles Dana Gibson. Gibson propôs às revistas em que trabalhava transformar em estilo de vida e beleza esse perfil militante. Propagandeou um novo perfil feminino baseado na independência, coragem e força. Isto em 1890. Assim surgiram as famosas Gibson Girls. Irá encantar as mulheres da classe média e alta, até atingir a maioria.

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Em evolução constante, influência feminina é cada vez maior

Em seguida, vem a influência intelectual de Henry James que mostra jovens que viviam viajando entre os EUA e a Europa, muitas militantes e algumas expatriadas que mantinham um caráter independente e costumavam agir por conta própria. Essa nova mulher não era necessariamente compromissada com a luta pelo direito de voto, mas eram interessadas pelos avanços tecnológicos, reformas sociais, cultura do consumo. Elas também foram as primeiras brancas a defender os direitos dos negros, dos imigrantes e dos homossexuais.

Em 1900, na Europa e nos EUA, ocupavam 10% das profissões não agrícolas e lotavam as salas de aula de medicina, direito e artes. Elas não participavam de atividades sindicais. Dois mundos: das operárias lutando nas fábricas e das mulheres da classe média e ricas lutando em todos os demais ambientes.

Estamos em outro limiar. Em alguns países cada vez mais mulheres assumem o papel de chefe de família. Na Europa, em 2000, os lares chefiados por mulheres giravam em torno de 4% a 5%. Hoje o salto foi grande – 14 a 16% dos lares europeus têm sua única ou a maior fonte de renda nas mulheres.

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Nunca a escolaridade do sexo feminino foi tão elevada

Segundo o Banco Mundial, em 60 países, há mais mulheres do que homens nas universidades. Na Europa o percentual de mulheres com mais de 25 anos que tem ensino superior chegou a 40%, muito próximo ao dos homens que chega a 45%.

Essas conquistas não chegam de graça. Nos lares com as mulheres arrimo de família o aumento de separação é muito maior. Também a disfunção erétil ocorre em maior percentual nessas famílias. Pelo lado das mulheres, ocorre o aumento de insônia com uso de medicamentos específicos.

Engana-se quem imagina que essa tendência de crescimento das mulheres arrimo de família em alguma momento decrescerá. É provável que a fatia de mulheres chefes de família continue aumentando.

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Universidade alemã quebra paradigmas e incentiva pesquisadoras

É assim na capital alemã, Berlin, onde a Universidade Humboldt dá incentivo especial à mulher, que confere todos os anos o destaque "personalidade na pesquisa" para a promoção do público feminino. A primeira vez em que o título foi concedido, em fevereiro de 1899, a Elsa Neumann, passou por um frisson. Ela recebeu a homenagem do físico Max Planck, que foi especialmente à cidade para a entrega do diploma para a primeira "senhorita doutora" e também deixar claro que Elsa Neumann deveria permanecer uma exceção. Físico, letrado, culto e preconceituoso, ele afirmou na ocasião que "A natureza mesmo prescreveu à mulher a profissão de mãe e dona de casa".

Elas ainda enfrentam muitas dificuldades. Na Alemanha, como no Brasil existem poucas mulheres doutoras. É difícil – semelhante a impossível – conciliar a atividade de estudante, mãe, esposa e profissional com a vida acadêmica. A última sempre é a menos priorizada. A universidade, como em 1899, continua a remar contra a corrente e aposta nas pesquisadoras. Um programa da instituição auxilia pesquisadoras a adquirir experiência de liderança e, por meio dele, elas se prepararam para cargos de chefia. A cada ano, uma professora é escolhida para o prêmio Caroline von Humboldt, que vale uma bolsa anual de cerca de 80 mil euros (cerca de R$ 240 mil). Estudantes estrangeiros de ambos os sexos são bem vindos nas 11 faculdades da Humboldt, que mantém o lema do fundador Wilhelm von Humboldt, "Educação através da ciência: personalidade, sinceridade e orientação."

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Simplicidade com luxo. A nova hotelaria italiana mostra experiências únicas

Pensar em luxo também é pensar nos melhores restaurantes. Eles mudaram de endereço saíram da França e estão, em grande quantidade, na Espanha. A cidade que tem o maior número de restaurantes de luxo é a praiana e vasca San Sebastian. O número um, de acordo com o Guia Michelin, porém, fica em uma pequena cidade na Catalunha, quase fronteira com a França, Girona. El Celler de Can Roca, o melhor do mundo, reabriu as reservas. Está aceitando os pedidos para dezembro, só que de 2014.

Outro produto de alto luxo serão as viagens turísticas ao espaço. Quatro empresas estão investindo seriamente para levar turistas ao mundo sem gravidade. As primeiras estão prometidas para o início do ano vindouro. Custarão a pequena fortuna de US$ 95 mil até US$ 200 mil de acordo com a companhia escolhida e o “roteiro”. Venderam mais de 700 bilhetes, oito deles para brasileiros. Para essa turma o céu nunca foi o limite.

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Há quem procure o que não tem preço em sensações mais terrenas

Aprender algum artesanato, o contato com a natureza ou interagir com a comunidade do destino pode gerar até mais prazer do que passar a noite no melhor cinco-estrelas de Paris ou de Moscou. Que tal começar o dia nas belíssimas montanhas Dolomitas, ao norte da Itália, com um café da manhã em que a manteiga, fresquinha, foi feita por você? Caçar as deliciosas trufas brancas em Firenze para o jantar? Percorrer os labirintos onde os nobres se escondiam ou dormir em um apartamento medieval onde somente o colchão e os aparelhos do banheiro são ultra-modernos?

São algumas das propostas lançadas há poucos anos na Itália. E estão levando a melhor sobre os sofisticadíssimos melhores cinco-estrelas. O hotel nas Dolomitas é o San Lorenzo Mountain Lodge, acomoda apenas dez pessoas e oferece, além de produzir sua própria manteiga ou cortar a lenha para a lareira, degustação de 1,5 mil vinhos diferentes.

A caça às trufas em Firenze, com auxílio de cães farejadores, é oferecida como atração aos hóspedes do Four Seasons Firenze. Hospedar-se em um pequeno castelo medieval com um dos melhores restaurantes da Itália, com todos os vinhos e ingredientes dos pratos, próprios da belíssima cidade muralhada de Montagnana, pode reservar no Relais Castello Bevilacqua e sinta-se vivendo, luxuosamente, no século XIV com os muitos eventos que remetem à época medieval, que ocorrem nesse castelo-hotel.

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Tio João, o arroz nosso de cada dia – de Pelotas para o Brasil

Não têm João. Tem Joaquim. Joaquim Oliveira foi o português que chegou à gaúcha Pelotas em 1911 e abriu um armazém de secos e molhados. Ele não fazia ideia do que o futuro preparava para sua família ao dar os primeiros passos dessa companhia, que está com 90 anos. Josapar é o nome dessa empresa que beneficia 450 mil toneladas de arroz por ano e está presente em todos os pontos de venda do país e em outros 40 países.

É dessa família portuguesa que veio a inovação do arroz lavado, na década de 1970, que facilitava a vida da dona de casa, pois não precisava ser escolhido. A Josapar passou oito décadas fabricando uma gama pequena de opções. Ampliaram o leque, criaram novas marcas e passaram a oferecer itens como produtos funcionais à base de proteína de soja e refeições semiprontas que levam uma maior margem de lucro. Nos últimos 10 anos o mix de produtos cresceu 35% e a receita aumento 30%. Para a Josapar garantir o cultivo de grãos de maior qualidade, fortaleceram os laços com os agricultores com o desembolso de R$ 70 milhões em subsídios.

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Um mundo mais velho e mais forte

Metade das crianças que nascem hoje em países ricos ou nas camadas mais abastadas dos emergentes deverá passar dos 100 anos de vida. No fim do século, a expectativa de vida ao nascer deverá chegar a 82 anos. Hoje está em 70. Isso se os avanços na área científica continuarem no ritmo atual. As pesquisas recentes sobre as doenças que mais matam – as cardiovasculares, os derrames, as infecções respiratórias e o diabetes – sugerem que a expectativa de vida poderá chegar perto de 100 anos.

A estimativa é de que a cada dez anos estejamos acrescentando 2,5 anos. Ou seja, a cada hora ganhamos 15 minutos. Se, além desses avanços mais tradicionais, os cientistas conseguirem viabilizar tratamentos revolucionários que atrasem nosso relógio biológico, não está descartada a hipótese de um ser humano viver até os 150 anos. A expectativa de vida mundial tem dado saltos gigantescos a partir de 1900. Nessa época era de 31 anos. Em 1950 foi a 46 anos e estamos agora com 70 anos como expectativa de vida. Há investimentos milionários para estudos ligados à ciência do antienvelhecimento.

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Panelinhas nas empresas e órgãos públicos

Quando você acredita que o tempo de escola e suas panelinhas ficaram para trás, uma pesquisa da Career-Builder revela que não é bem assim. Dos 2999 entrevistados, 43% afirmaram que as companhias e órgãos públicos são dominados pelas famosas panelinhas. O estudo também mostra que esses grupos podem interferir negativamente no clima organizacional e gerar ansiedade naqueles que tentam ser aceitos. Prova disso são os comportamentos observados nas pessoas que querem se enturmar.

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