ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 21º

Em Pauta

Espirrar continua sendo um mistério científico

Mário Sérgio Lorenzetto | 26/03/2019 07:00
Espirrar continua sendo um mistério científico

Pode parecer muito estranho, mas há pessoas que espirram quando estão excitadas. Outra, espirram ao atingir o orgasmo. E há aqueles que espirram quando estão com o estômago cheio. O espirro, por incrível que pareça, continua sendo um mistério científico.

Espirrar continua sendo um mistério científico

Cachorros, gatos e lagartos espirram.

Ainda que em aparência os humanos e os lagartos nada tenham em comum, há um ponto de semelhança: ambos espirram. Tal como cães e gatos. Mas só os humanos têm um complexo ritual para espirrar. Não só acompanhamos um espirro com sonoras onomatopeias, diferentes segundo o idioma e ausente em pessoas surdas, como também respondemos a um espirro com uma cortesia, via de regra de caráter religioso. Desde o "Deus te crie", passando pelo "God bless you" ao simples "Jesús", dos espanhóis.

Espirrar continua sendo um mistério científico

A história cultural do espirro.

O espirro têm uma longa história cultural, desde o tempo que lhe atribuíam significados místicos, como, por exemplo, "boa sorte" até os dias atuais que é descrito como sendo "um reflexo violento de expulsão de ar, que emprega um grande número de músculos, devido a estimulação da mucosa nasal por agentes químicos". Em suma, se aspirarmos pólen, por exemplo, espirramos para eliminá-lo.

Espirrar continua sendo um mistério científico

Como a ciência descreve o espirro.

Algo irrita o nariz. Essa mensagem de irritação, iniciada por histamina, é recebida pelas terminações do nervo trigêmeo, que fica na face, ao lado da orelha. Do trigêmeo, a mensagem de irritação, é transmitida ao bulbo raquídeo, que seria o centro de controle do espirro, situado entre o cérebro e a medula espinhal. Desde esse bulbo, sai uma mensagem para a face, garganta e o peito, para espirrar.
O resultado é uma nuvem de milhares de gotinhas durante 150 milesegundos. As frações mais grossas do espirro caem a um ou dois metros de distância, mas as partículas menores podem viajar até oito metros de distância. E são as pequenas as mais importantes. Tanto as grandes como as pequenas comumente levam vírus, todavia, se bem enxergamos as grandes, nem ideia fazemos das pequenas, dai sua importância. É recomendável deter o espirro com um pano ou com o antebraço, nunca com as mãos, para não transportar micróbios.

Espirrar continua sendo um mistério científico

Há muitas dúvidas sobre a suposta função do espirro de expulsar agentes irritantes.

De fato, há muitos cientistas que põem em dúvida a tão descantada função de expulsar agentes irritantes. Tudo começou em 2012. O professor emérito e neurocientista da Universidade de Sidney, na Austrália, William Burke, decidiu colocar à prova o que todos davam como comprovado sem prova alguma. A pergunta que ele fez foi: "O espirro é capaz de expulsar sua causa
fora do nariz?" Surpreendendo a todo mundo científico, Burke tinha razão, a pressão gerada no nariz não cumpria a expulsão imaginada. E como explicar aqueles que espirram com uma mera excitação?
O espirro já não é um enigma místico, mas ainda tem muitos mistérios científicos.

Nos siga no Google Notícias