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Em Pauta

Jesus para intelectuais e adoradores do próprio corpo

Mário Sérgio Lorenzetto | 25/12/2018 09:58
Jesus para intelectuais e adoradores do próprio corpo

Nesta época do ano, sempre há alguém que me pergunte: é verdade que Jesus nasceu em um presépio em Belém, no dia 24 de dezembro? Nos últimos anos, começam a também perguntar se era casado e se teve filhos.
O Natal vivido pelos católicos, protestantes e evangélicos é hoje uma bela e terna lenda criada para estar constada com dois importantes fatores da época: o primeiro é a profecia que o Messias nasceria em Belém, só assim ele seria da estirpe de Davi. O segundo é a conquista dos corações romanos. O catolicismo conectou a festa pagã romana do Dia do Sol em 24 de dezembro com o nascimento de Jesus. Então, Jesus não nasceu nem em Belém é muito menos no dia 24 de dezembro. Não resta dúvida, Jesus nasceu em Nazaré, um pequenino povoado que não existia nos mapas da época. A prova maior dessa certeza vem dos textos bíblicos. Todos o chama de Jesus de Nazaré e não Jesus de Belém. E era esse o costume de chamar as pessoas, pelo nome de seu pai ou do lugar onde nascera. Quanto à data de seu nascimento a resposta é mais ampla. Nada sabemos de Jesus antes de seus 30 anos de vida. Nada, absolutamente nada. Mas podemos lançar boas hipóteses sobre o jovem Jesus antes do 30 anos.

Jesus para intelectuais e adoradores do próprio corpo

Jesus para intelectuais.

Atualmente, intelectual se aproxima de ateu. Ainda que tal afirmação diste da realidade, é assim que boa parte da sociedade os vê.
Não resta duvida sobre Jesus ser um grande e famoso intelectual de seu tempo. Era muito culto, se mostrava capaz de discutir o maior saber de sua época: conhecia os textos sagrados do judaísmo. E não escondia essa sabedoria, discutia com os doutores da lei judaica.
Jesus também conhecia os profundidade a cultura grega, o budismo e a cultura dos gnóstico, a mais importante seita da região. Jesus era procurado por Nicodemo, o intelectual preferido dos judeus. Ainda que sigilosamente, Nicodemo procurava Jesus para debater temas para a metamorfose indispensável para poder dar um salto quântico do frio culto à lei judaica e à liberdade de espírito do Novo Reino por ele anunciado.

Jesus para intelectuais e adoradores do próprio corpo

Jesus contra a adoração do próprio corpo.

Voltamos no tempo. A adoração do próprio corpo saiu de Atenas há dois mil anos e retornou. O espírito foi parar em algum lugar desconhecido, viceja a beleza do corpo.
Uma das melhores hipóteses da vida do jovem Jesus é a de que ele viveu no Egito. Era lá onde a cultura grega continuava sua longa viagem pelo mundo. E Jesus a conhecia bem. Quando os apóstolos o apresentam a um grupo de gregos que desejavam conhecê-lo, usa com eles de uma fina ironia. Sabendo que para eles a beleza corporal era fundamental e critério de poder, Jesus lhe fala da parábola da semente. Diz que se a semente não apodrece na terra e não é coberta de esterco, não nascerá e nem dará frutos. O oposto aos puros critérios da estética da beleza grega. Jesus não se interessava pelo corpo é muito menos pelas vestes. Só queria saber do espírito.

Jesus para intelectuais e adoradores do próprio corpo

Apesar de tudo, Feliz Natal.

Então, se Jesus não nasceu no dia 24 de dezembro, em um presépio de Belém, vale a pena comemorar o Natal? Sim, porque essa lenda leva em sua entranha a esperança do ser humano de parar uma vez ao ano para celebrar a vida, para apostar pela paz, um parênteses para o perdão é a aceitação dos outros, por mais diferentes de nós que venham a ser.
Não foi por ser diferente, por não dobrar-se à tirania e aos exageros da justiça, por predicar o perdão, bendizer prostitutas e tocar leprosos que ele foi cravado em dois pedaços de madeira? O Natal existe principalmente para os rechaçados. Todos somos rechaçados por alguém. Todos somos pobres de algo. Solitários em algum momento. Será tão mais fácil matar ou mandar matar que amar e perdoar? Por isso, apesar de tudo, Feliz Natal.

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