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Em Pauta

MS: ultraconservadorismo e conservadorismo nas eleições

Mário Sérgio Lorenzetto | 02/07/2022 09:30
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Bolsonaro veio e deixou dois rastros: a força de sua militância que anda de moto e o racha (definitivo?) entre ultraconservadorismo (candidatura Contar) e conservadorismo (um novo Riedel, despido das vestes liberais). São dois pensamentos, presentes no governo federal, que se unham e mordem cotidianamente. Se todos sabem do que se trata ser conservador - defender a ordem e a moral, o nacionalismo, a individualidade, a tradição e a racionalidade - ainda resta muita confusão sobre o ultraconservadorismo.


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Onde nasce o ultraconservadorismo atual?

Muitos responderão que o ultraconservadorismo, que atinge todo o Ocidente, nasce na posse de Donald Trump, em 2017. Ledo engano, esse movimento emerge na matança promovida por Anders Breivik, na ilha de Utoya, na Noruega. Esse ultraconservador fuzilou 77 jovens do Partido Trabalhista (de esquerda) e justificou sua ação como uma luta contra o marxismo cultural e o islamismo. O termo "marxismo cultural" aparecia, pela primeira vez, na imprensa mundial. Até então, estava jogado às traças em raríssimas universidades.


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Que diabo é "marxismo cultural"?

Essa insignificante tendência marxista ganhou corpo depois do fracasso da Revolução Russa. O modelo soviético não conseguiu ser exportado para outros países respeitáveis. Ficou preso a lugares tão "importantes" como Cuba e Vietnã. Duas "ilhotas" perdidas no imenso mar capitalista. Dois países miseráveis. Como o comunismo não conseguiu se impor através da política e nem da economia, o filósofo António Gramsci propôs que as lutas deveriam ser direcionadas em busca da hegemonia cultural. Gramsci falava na arte, nos meios de comunicação, na moral e nas crenças. Ele foi traduzido para o português brasileiro como buscar tudo que for "politicamente correto".


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O fantasma do marxismo cultural.

No Brasil, feminismo, movimento LGBT, movimento negro, ecologismo e universidades foram jogados no rol principal do marxismo cultural. Não são - e nunca foram - movimentos sequer de esquerda. Todos nasceram das necessidades prementes, impostas pelos séculos de perseguição. Nunca, em momento algum da história, um marxista levantou bandeira em prol de mulheres, gays, ecologia ou de negros. Pelo contrário, Karl Marx era um assumido racista, odiava todos os eslavos do mundo. São movimentos capitalistas, ainda que estejam em suas bordas, e não em seu cerne. Quem viu Cuba, ou qualquer país governado pelas esquerdas, desfraldar uma dessas bandeiras? Pelo contrário, o homem cubano é profundamente machista e encarceram gays ou qualquer ecologista que aparecer.


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Conspiração, sempre conspiração.

"Não vamos retroceder ante essa lavagem de cérebro marxista cultural judaica que está nos doutrinando como idiotas úteis....". Esse é o brado de Mike Enoch, um dos mais importantes membros da ultradireita norte-americana. E deixa bem claro a quem defendem: "simplesmente queremos defender os brancos da classe trabalhadora, nossos direitos e nossa nação". Todos estariam recebendo uma gigantesca lavagem cerebral. É uma absurda simplificação, mas funciona. Uma interpretação do mundo onde tudo se encaixa. Como todas as teorias da conspiração, são fáceis de entender e resolvem a angústia de muita gente que não suporta viver sob o tacão - muitas vezes exagerado - do politicamente correto. A questão, todavia, é eleitoral e não propriamente ideológica. A pergunta é: até onde Contar, o lídimo representante do ultraconservadorismo, impedirá o crescimento de Riedel, o novo conservador? O dinheiro provavelmente responderá, a partir de agosto.

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