O católico está na moda, falta explicar a nova tendência
Artigos nos jornais “The Guardian” e no “The Washigton Post” prestaram atenção a essa tendência. A espiritualidade católica voltou com força. Os jornais europeus e norte-americanos observam o crescimento do uso da estética católica em quase todos os âmbitos. Mas esses jornais não perceberam que há algo mais profundo, não é só uma questão estética, o aumento vertiginoso de batizados mostra que há muito mais.
Artistas e pensadores: um novo catolicismo.
Rosália, Tangana, Nice Cave, Hakuna, são alguns dos muitos músicos que, recentemente, passaram a adotar uma estética claramente católica. Como não podia deixar de ser no mundo da música, há alguns que são provocativos. Mas entre os pensadores, o movimento crescente é também facilmente perceptível. Simone Weil, a escritora mística francesa, que se tornou operária da Renault para escrever sobre o cotidiano dentro das fabricas, voltou a ter altíssima vendagem de seus livros. Algo semelhante ocorre na Itália. Massimo Cacciari, um dos mais importantes pensadores da esquerda, passou a dedicar seus livros a temas abertamente religiosos. As criticas a Nietzsche, o escritor que “matou Deus”, tornaram-se pesadas.
O crescimento vertiginoso dos batizados.
Os artefatos culturais poderiam ser interpretados como um indicio equivocado. Mera modinha passageira. Mas há muito mais. Na laica França, espelho idílico para muitos, o índice de batizados cresceu em um ano a enormidade de 45%. Nem o mais radical católica esperava tantos novos adeptos. Na Espanha, os católicos com menos de 35 anos, cresceram 41%. Não é um número chocante pois a Espanha é uma das mais sólidas raízes do catolicismo. Mais significativos são os dados da Grã Bretanha, onde a pujança do catolicismo ameaça de forma visível a hegemonia protestante anglicana. Quer dizer: a fé não voltou apenas em suas conturbações culturais, é um novo renascimento da espiritualidade especificamente católica. Todavia, ninguém conseguiu explicar essa novidade… talvez ainda seja cedo para entendê-la. Em um mundo progressivamente mais hostil, a volta a valores densos pode ser atrativa para os jovens. Será possível viver em um mundo sem perdão nem misericórdia?
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