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Em Pauta

O hambúrguer vegetal quer concorrer com frigoríficos

Mário Sérgio Lorenzetto | 06/10/2019 08:38
O hambúrguer vegetal quer concorrer com frigoríficos

Fazenda Futuro é seu nome. Parece ter saído de um futuro distante, mas já vende como poucas concorrentes em um mercado fechado e dominado por grandes frigoríficos. Seu produto, até o momento, é o hambúrguer. Mas o hambúrguer da Fazenda Futuro não é feito com pedaços de carne - normalmente as de pior qualidade - de vacas ou de frangos. São preparados com uma mistura de ervilhas, grãos-de-bico e proteína de soja. Também tem "sangue", como o feito com carne. Mas tal como os ingredientes principais, esse sangue é feito a partir de suco de beterraba.

O hambúrguer vegetal quer concorrer com frigoríficos

Depois "Do Bem" vem o Futuro.

Há dois anos, Marcos Leta, fundador da empresa de sucos "Do Bem", em conjunto com seu sócio Alfredo Strechinsky, entendeu que além de sermos, junto com a Índia, os maiores produtores de carnes do mundo, também ocupamos posição de destaque no consumo. Segundo a OCDE, o Brasil é o sexto país no ranking do consumo de carne (MS é o primeiro no consumo per capita de carne bovina). Nossa tradição dita a regra de que refeição sem carne é meia boca. Mas o mundo do século XXI é muito diferente do passado. O ambientalismo e o animalismo são vozes poderosas em qualquer escola do bairro mais carente de qualquer cidade. Nossa crianças e jovens estão aprendendo o valor do meio ambiente e se posicionando por valores éticos no trato dos animais domesticados. E foi com esse entendimento que os sócios do "Do Bem" resolveram investir em carne, mas uma carne feita com vegetais.

O hambúrguer vegetal quer concorrer com frigoríficos

A primeira foodtech brasileira.

A Fazenda Futuro apresenta-se como a primeira foodtech brasileira. A primeira empresa de alimentação que utiliza novas tecnologias. Ela iniciou produzindo 150 tonelada de hambúrguer de carne, mas sem matar uma vaca. Apostaram na inteligência artificial. Foram estudar as moléculas, analisaram a textura e fizeram testes sensoriais para chegar a um hambúrguer feito com plantas que fosse idêntico ao convencional. Estudaram inclusive a sensação da mordida. E entraram no mercado em maio de 2019. Inicialmente, tinham condições de atender apenas os mercados paulistano e carioca.

O hambúrguer vegetal quer concorrer com frigoríficos

O boom dos hambúrgueres da Fazenda Futuro.

A embalagem com dois hambúrgueres começou custando R$16,99. Seus donos acreditam que até os primeiros meses de 2020 conseguirão ter preços bem abaixo dos hambúrgueres de carne bovina. Em meros seis meses de operação, a Fazenda Futuro vendeu mais de 2 milhões de hambúrgueres. Já atingiu cerca de 4 mil pontos comerciais.
Acaba de ser avaliada em R$374 milhões. Dois fundos especializados em empresas de alta tecnologia resolveram investir nos brasileiros e alocaram R$ 31 milhões. Com esse dinheiro, garante, estarão em condições de produzir quatro vezes mais hambúrgueres e criar novas linhas com almôndegas, salsichas e carne moída. Estão convencidos que concorrerão com os frigoríficos em condições muito mais favoráveis.

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