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Em Pauta

O mundo ao revés. A Austrália para cima e o Brasil para baixo

Mário Sérgio Lorenzetto | 12/09/2016 07:05
O mundo ao revés. A Austrália para cima e o Brasil para baixo

Quem descobriu a Austrália foi Leonel Brizola. A afirmação parece sandice e desrespeito para com James Cook, o primeiro europeu que por lá aportou. Mas não é. Brizola foi o primeiro brasileiro a nos alertar das enormes semelhanças que há entre nós e a terra dos cangurus. Brizola abriu os olhos dos brasileiros para a riqueza dos australianos e nossa pobreza, ainda que fôssemos tão iguais.

A terra dos cangurus continua pulando para cima. São 25 anos de crescimento ininterruptos. Entre abril e junho, cresceu 0,5%. Na comparação anual, o crescimento foi de 3,3%. E no primeiro trimestre do ano, cresceu 1%.

Há muito a Austrália é o maior parceiro da China. Sua riqueza, tal como a nossa, está na venda de matérias-primas.

Nos últimos anos, o tombo das matérias-primas, incluindo as minerais, nas quais a Austrália também é muito rica, obrigaram a uma mudança de estratégia por parte dos governos australianos, para não perderem o trem do crescimento. Tal como os brasileiros, passou a depender da construção e do consumo privado.
No entanto, o Banco da Austrália, tem desempenhado um papel importante, para não deixar afundar a economia. Cortou as taxas de juros para mínimos históricos. A taxa de referência está em 1,5% (a do Banco Central do Brasil, em 14,25%). A desvalorização do dólar australiano tornou o país mais competitivo e contribuiu para o aumento das exportações.

Além do banco central australiano, os dados desta semana, mostram um aumento do consumo de sua população de 1,9% no segundo trimestre. Também há, na Austrália, um crescimento vertiginoso do investimento governamental em obras. No mesmo período, segundo trimestre, o governo investiu mais 15,5% em obras. São dados que nos levam a indagar: como conseguem pular para cima com medidas iguais às nossas? A resposta está no mundo trabalhista (é claro que também ao mundo político e da justiça).

A taxa de desemprego na Austrália é de 5,7%. Muito próxima ao que especialistas denominam de "pleno emprego". Mas o mundo do trabalho é essencialmente diferente. Eles trabalham em "part-time". Os brasileiros, em "full-time". Trabalhar em part-time é dedicar um número menor de horas semanais ao emprego, receber salários menores e não ter plano de saúde.

O mundo ao revés. A Austrália para cima e o Brasil para baixo

De mamas & papas: aprender inglês ou espanhol na infância

Cada vez mais escolas infantis propõem o bilinguismo como um plus para a educação dos bebês. E já está valendo desde os primeiros meses em diante. Existem benefícios. Todos os estudos demonstram que a plasticidade do cérebro dos pequenos não só permite esse aprendizado como o torna mais fácil. Não se trata de uma criança com 2 ou 3 anos sair da escola falando outra língua, mas o som diferente de outra língua facilitará a aprendizagem que virá.

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De mamas & papas: doadores de leite materno

Elas são as amas (mulher que amamenta uma criança que não seja a mãe) do século XXI. São anônimas que ajudam mães que não podem amamentar seus bebês. Geralmente são crianças que tem menos de 32 semanas de gestação, menos de 1.500 gramas de peso, algum tipo de cardiopatia congênita, imunodeficiências ou foram submetidas a cirurgias. Aquelas crianças mais vulneráveis que necessitam das propriedades do leite materno para seu fortalecimento.

Aos benefícios que já se conheciam, soma-se agora uma recente pesquisa britânica demonstrando que os açúcares do leite materno (oligossacarídeos do leite humano) protege os bebês de infecções mortais e meningites provocadas pelo estreptococo do grupo B. Algo que nenhum leite artificial consegue.

O sistema de coleta e distribuição de leite materno é esquecido de todos. Até que dele necessite. Há necessidade de maior organização e incentivo às mães que têm condições de exercer o papel de amas de crianças desconhecidas.

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De mamas & papas: a perigosa obsessão pelos quilos a mais

Existem 41 milhões de crianças no mundo, menores de 5 anos, que tem sobrepeso ou são obesas. A maioria dos estudos afirma que crianças e adolescentes obesos, tem maior probabilidade de continuar obeso quando adulto. As crianças obesas terão risco maior de doenças coronárias, diabetes tipo 2, hipertensão, apnéia obstrutiva do sono e a asma. Todavia, os especialistas recomendam que as crianças obesas devem apenas ter uma alimentação saudável e praticar exercícios continuados. Não admitem o uso de medicamentos e nem de dietas restritivas ou saltar refeições. Os pais também devem promover a imagem positiva do corpo e procurar fazer as refeições junto com os filhos. Devem, ainda, solicitar aos familiares e amigos que evitem falar constantemente de peso. E é fundamental que não admitam qualquer tipo de maus-tratos ou perseguições, na escola ou no lar.

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