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Em Pauta

Óculos. Breve história do objeto que ajuda enxergar

Mário Sérgio Lorenzetto | 25/06/2019 06:23
Óculos. Breve história do objeto que ajuda enxergar

Quem inventou o óculos? Até há pouco, os historiadores dividiam-se para responder essa questão. Alguns defendiam o Iraque como a terra original do óculos. Mas haviam muitos historiadores que cerravam fileiras afirmando que foram os chineses que criaram essa maravilha que hoje é um objeto comum.
Já não resta dúvida, as primeiras lentes foram inventadas na cidade assíria de Nínive, às margens do rio Tigre, onde hoje é a periferia da cidade de Mossul, no Iraque. Lá foram encontradas pedras translúcidas e arredondadas, usadas para ampliar textos, aproximadamente em 600 a.C..
E onde ficam os chineses nessa disputa? Os textos do filósofo chinês Confúcio, datados de 500 a.C., registravam a existência de óculos. As recentes descobertas, no entanto, mostraram que esses óculos chineses não tinham graus. Eram usados como enfeites ou distinção social. Não a toa, uma das mais recentes modas chinesas é usar armações de óculos sem lentes. A juventude chinesa usa essas hastes como usam brincos e colares.

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O desenvolvimento dos óculos no período medieval árabe.

Em 54 d.C., o historiador Plínio relatou que Nero governou Roma com o auxílio de lentes de esmeralda, sustentadas por um anel no dedão. A ideia de apoiar as lentes no nariz só vieram muito depois. Foi obra de artesãos anônimos da cidade italiana de Pisa, por volta de 1.290.
Mas as melhorias dos óculos viriam com os árabes. Se eles foram os primeiros a pensar em resolver os problemas dos olhos que pouco enxergavam, será um deles a produzir um dos mais importantes desenvolvimentos da ciência dos óculos. O matemático árabe Al-Hazen aperfeiçoa as lei fundamentais da ótica. Foram as melhorias teóricas de Al-Hazen que possibilitaram a criação de lentes de melhor qualidade e em razoável quantidade para os "ruins da vista".

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As pedras-de-leitura dos mosteiros.

Dentro dos mosteiros, utilizando as ideias de Al-Hazen, começaram a polir o beliro e o quartzo afim de produzir o que chamavam de pedra-de-leitura, um tipo de lupa muito simples. Os eruditos da época, se tornaram fãs do acessório. Imaginem a falta que fazia o óculos para os milhares de padres que passavam a vida lendo manuscritos em ambientes escuros, pouco iluminados por velas. Em 1.267 o monge franciscano Roger Bacon leva uma dessas pedra-de-leitura ao Papa Clemente IV e consegue demonstrar sua utilidade para aqueles que têm alguma dificuldade de visão. A fama das lentes começa a crescer.
O primeiro par de lentes unidas por aros de ferro e rebites surge logo a seguir - em 1.270 - na Alemanha. Eram óculos carregados nas mãos.

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Mas continuavam raros, caros e sem hastes.

Os óculos só eram produzidos por artesãos muito habilidosos. Eram artigos raros e caros. Simbolizavam erudição, cultura, nobreza e status. Era costume, inclusive, constarem dos inventários familiares. Aos poucos, as primeiras pequenas indústria começaram a surgir na Alemanha e na Itália e o preço foi reduzido. Mas eles só eram utilizados para a leitura durante todos esses séculos. Só em 1.441 surgirão as primeiras lentes apropriadas às necessidades dos míopes.
Todos esses óculos não possuíam hastes como as das armações atuais. A primeira menção a elas só viria em 1.730. Um oculista chamado Edward Scarlett levou um óculos com haste para o rei Jorge II, da Inglaterra. Mas essas hastes não eram apoiadas nas orelhas, ficavam nas têmporas. Óculos como hoje pensamos só se tornaram comuns no final do século XIX.

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