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Em Pauta

Origem da democracia: os amantes tiranicidas

Mário Sérgio Lorenzetto | 15/11/2020 07:52
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Na Grécia antiga, a palavra "tirania" não tinha a conotação ruim de hoje. Psístrato, foi o precursor desse sistema, em Atenas, deveria ter passado para a história como o "Pai da tirania". Mas não foi assim que aconteceu. A ideia de tirania estava relacionada com a tomada do poder pela força bruta, guerra ou morte. A regra daquela época. Tirania, nada tinha a ver com o conceito atual de opressão do povo.


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Os amantes que bagunçaram a tirania.

A história de dois homens chamados Harmódio e Aristógito ficou marcada para sempre graças à bagunça que levaram ao governo tirânico de Hípias e Hiparco, os filhos de Psístrato. Os atenienses Harmódio e Aristógito eram namorados, mantinham uma relação de pederastia, comum naquela sociedade. Pederastia era o termo usado quando havia a presença, em um relacionamento, entre um homem e um jovem. Segundo a "História da Guerra do Peloponeso", Harmódio era um jovem de aparência bonita e Aristógito, já estava na meia idade.


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Os irmãos, Hípias e Hiparcos, eram fracos governantes.

Após a morte de Psístrato, seus filhos Hípias e Hiparcos assumiram o poder ateniense. Levavam uma vida boêmia e se interessavam mais pelas artes em geral do que pelo governo de Atenas. Não eram bem vistos pelo povo, mas eram tiranos e filhos de um tirano bem aceito. Detinham o poder.


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O desejo de Hiparco por Harmódio.

Foi então que o caminho do casal Harmódio e Aristógito cruzou com um dos irmãos. Segundo o historiador Tucídides, por mais de uma vez Hiparco teria demonstrado interesse por Harmódio, mesmo sabendo de sua relação com Aristógito. Mas Harmódio rejeitou as investidas de Hiparco. Todavia, ao saber do assédio de Hiparco sobre seu amor, Aristógito ficou extremamente enciumado e começou a planejar os assassinatos dos irmãos tiranos. Harmódio não concordava com o plano.


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A humilhação da irmã de Harmódio.

Sendo um dos homens mais poderosos de sua época, Hiparco não estava acostumado com a rejeição e se mostrou enfurecido. Por isso, decidiu humilhar publicamente a irmã de Harmódio. Convidou a menina para uma procissão, só para que tivesse a oportunidade de destratá-la na frente do povo. Esse fato, deixou o belo Harmódio irado. Decidiu entrar nos planos dos assassinatos dos irmãos Hiparco e Hípias.


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A morte de Hiparco.

Na hora de colocar o plano em ação, os amantes acabaram se precipitando. Viram um de seus homens conversando calmamente com Hiparco e acharam que estava entregando o plano. A dupla entrou em pânico é só conseguiram matar Hiparco. Sem pensar duas vezes, Hípias mandou matar Harmódio. Aristógito fugiu. Mas logo foi preso, torturado e morto. Hípias ficou ainda mais autoritário, causando um descontentamento geral. Todos queriam que ele saísse do governo, mas só após quatro anos, sua tirania teria fim. Após as reformas promovidas por Clístenes, Atenas viria a ser uma democracia.


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Símbolos da liberdade?

Harmódio e Aristógito tornaram-se símbolos da liberdade, do fim da tirania. Mas há muitos historiadores que discordam dessa homenagem. Suas motivações eram pessoais. Os namorados não estavam pensando no bem coletivo de Atenas. Mas foram homenageados com estátuas e pinturas em cerâmica. É possível sabermos como eram as feições dos amantes Tiranicidas.

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