Os gafanhotos foram a 1º marca de desequilíbrio ambiental em C.Grande
Com uma seca severa, seguida pelas criminosas queimadas, o Pantanal parece estar vivendo dentro do apocalipse das Sete Pragas do Egito. Uma após outra, as pragas transformaram as férteis terras do país africano em deserto. Não apenas uma história bíblica de Moisés conduzindo os hebreus para a liberdade, é, antes de tudo uma história - das poucas comprovada pela ciência - de desequilíbrio ambiental. A morte de toda a vida em uma região. Tal como no Egito antigo e no atual Pantanal, Campo Grande começou sua história lutando contra um ataque de gafanhotos.
Um aventureiro de 47 anos.
José Antônio Pereira era, conforme os textos da época, um velho aventureiro, um sertanista. Contava com 47 anos de idade. Deixou seu “arraial” mineiro de Monte Alegre, nas proximidades de Uberaba e veio procurar terras devolutas - que a ninguém pertenciam - com quatro camaradas. Pelo entardecer de 21 de junho de 1.872, chegava a pequena comitiva à confluência dos córregos que mais tarde seriam denominados Prosa e Segredo. Nas proximidades do atual Mercado Municipal.
Um rancho, desmatamento e fogo.
Em breve ali se ergueu a morada dos cinco mineiros. Levantaram um pequeno rancho coberto com palmas “uacury”, derrubaram muitas árvores e colocaram fogo em tantas outras. Plantaram milho no terreno e outros cereais. O contra-ataque da natureza não demorou a aparecer. “Extensa e escura nuvem de gafanhotos deu cabo da plantação“. Os mineiros não tiveram alternativa, foram procurar vacas para em uma distante fazenda meio abandonada devido ao ataque dos guaranis de Solano.
Matando vaca a tiro.
Tiveram de andar aproximadamente 50 quilômetros. Abateram as vacas a tiros. Era gado bravio perdido no mato. Por muitos anos, os gafanhotos obrigaram os mineiros a não continuarem a destruição do ambiente. Viveram da carne salgada das vacas, de mel e de abóboras que os gafanhotos “deixaram de presente”.
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