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Em Pauta

Os intelectuais podem abandonar a política?

Leonardo Cremer | 06/06/2016 08:28
Os intelectuais podem abandonar a política?

No início dos anos 1920, o escritor Leonid Leonov publicou "O fim de um homem mesquinho", narrativa com fortes tintas dostoievskianas que contava a história de um professor, um paleontólogo que passara a maior parte da existência ausente da vida política da Rússia.

Quando os comunistas assumiram o poder, o professor se encontrava ocupado com seus estudos sobre a Era Mesozoica e fazia o possível para não ser perturbado pela política. Estava mais envolvido com o passado remoto. Com cavernas e répteis do que com seu próprio tempo. De certa forma o professor também era um dinossauro, que poderia ser "extinto" a qualquer momento. Até que a política foi até ele...

O texto do Leonov enfatiza o papel do intelectual na política. A importância do engajamento da "intelligentsia" no mundo político e social. A ficção pode servir como defesa de uma postura mais politizada, menos exclusivista. Os homens de letras podem abandonar a política? Podem estar equidistantes do debate econômico que se trava no Brasil?

Os intelectuais podem abandonar a política?

FoodPerk, o aplicativo que acaba com o desperdício de comida.

Alimentos que sobram em bares e restaurantes vão para o lixo no mundo todo. Um enorme desperdício e um atentado às finanças dos proprietários. Na Califórnia (EUA), um aplicativo está resolvendo o problema que se arrasta há séculos. O FoodPerk está dando certo pois permite aos restaurantes venderem a comida perecível que, no dia seguinte, irá para o lixo, com um bom desconto. Fatias de pizza, bolos, donuts, pratos sofisticados, tudo com descontos de 25% a 50%.

O aplicativo identifica a localização do usuário e mostra-lhe os restaurantes mais próximos que tem promoções. Não é preciso fazer registro. Introduz-se um email, recebe-se um código e é avisado da hora limite para passar pelo bar ou restaurante e buscar a comida. Algo como 80% dos bares e restaurantes procurados pela empresa aderiram ao novo negócio.

Os intelectuais podem abandonar a política?

O luxo alimentar se chama Casa Santa Luzia.

Um negócio familiar que está completando 90 anos. A confiança de seus clientes faz parte do DNA da empresa. Em seu nascedouro, o português Jorge Lopes tinha a chave das mansões dos Jardins paulistano e entrava livremente nas casas para repor produtos em suas despensas. Essa é a preocupação maior desse empório da Alameda Lorena, nos Jardins: a verdadeira satisfação dos clientes. Hoje, é um ícone da gastronomia brasileira.

Recebe em torno de 5.000 visitantes diariamente. O foco dessa antiga casa de secos e molhados é o mesmo há quase um século: boa relação com fornecedores, alta qualidade dos produtos e atendimento atencioso aos clientes. O grande segredo da Santa Luzia vai contra as leis do mercado contemporâneo - ter um estoque grande e totalmente pago. Do prédio de dez andares, cinco são para o estoque. Na loja há mais de 30 mil itens. A tradição bem administrada também tem seu espaço no complexo mundo dos negócios.

Os intelectuais podem abandonar a política?

Alimentos: o difícil equilíbrio entre mercado externo e interno.

Em 2015, as exportações brasileiras agrícolas aumentaram 16,8% e a exportação de produtos alimentícios 2,2%. Muitas cooperativas agrícolas, que costumavam exportar em torno de 40% de sua produção, com a crise, passaram a exportar quase 60%. E querem mais, desejam exportar 100%. A razão de querer exportar toda a produção, é que a crise nacional não tem permitido repassar domesticamente o aumento dos custos de produção (e ainda menos o denominado "custo de oportunidade" - o custo da exportação).

Assim, vende-se ao mercado interno a um preço mais baixo do que se consegue no exterior. Mas este é um equilíbrio temporário. Preparem-se, à medida que o tempo passa, novos canais de exportação são construídos e a produção, ou vai mesmo 100% para o exterior, ou nós consumidores brasileiros teremos de aceitar um preço mais alto. Esse é mais um dos "legados" da forma anárquica de governar de Dilma e de seus companheiros. O debate está sendo travado ainda apenas entre os estudiosos dos problemas do campo, mas logo estourará.

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