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Em Pauta

Os shoppings socialistas e o ressurgimento

Mário Sérgio Lorenzetto | 03/04/2017 08:17
Os shoppings socialistas e o ressurgimento

O primeiro shopping center surgiu, há 60 anos, em Minnesota (EUA). O Southdale Center - que ainda existe - foi planejado por um socialista convicto. Victor Gruen, refugiado da Áustria, ocupada pelos nazistas, que havia chegado aos Estados Unidos em 1938, foi seu idealizador.

Do socialismo ao consumismo, o conceito espalhou-se pelo mundo. Durante décadas foi responsabilizado pelo esvaziamento das tradicionais lojas de rua. Todavia, esses complexos cada vez maiores, mais numerosos e luxuosos têm perdido o apelo frente ao público nos anos mais recentes. Temos, em Campo Grande, um claro exemplo desse fenômeno de baixa. O mais belo de nossos shoppings está a esvaziar. Seu proprietário planeja um ressurgimento para daqui a 5 anos.

Não é assim na China. Esse é um dos países onde eles mais são erguidos. Mas, é nesse país socialista onde ocorre a sua reinvenção. Na China, há em torno de 4 mil shoppings em funcionamento, e outros 7 mil por inaugurar. Por outro lado, estimam que um terço, dos atuais 4 mil shoppings, feche as portas dentro de 5 anos. Especialistas responsabilizam o avanço do comércio eletrônico pelo esvaziamento das lojas. Os 700 milhões de internautas chineses compram cada vez mais pela internet, onde encontram preços mais baixos. E chinês pode ser tudo, menos idiota.

A reinvenção vem da ideia de proporcionar "experiências sensoriais" para os visitantes. Um shopping em Pequim oferece uma vivencia artística de verdade. Em exibição permanente, no interior do prédio e nos jardins, está a maior coleção privada de esculturas de Salvador Dalí fora de Barcelona. Afirmam que para surpreender os consumidores, tem de oferecer coisas que eles não podem ter na vida cotidiana e que, também, não podem ser atendidas pela internet.

Em outro, um dos andares oferece uma horta orgânica para que adultos e crianças experimentem algo que, tal como no Brasil, não é fácil encontrar. Em um terceiro, há uma exposição de bicho-da-seda, que estão à venda, insetos importantíssimos para a cultura chinesa.

Em muitos dos shoppings chineses o conceito de praça da alimentação caducou. Não existem mais. Exploram ao máximo o espaço disponível para vários restaurantes exclusivos, que são espalhados por todos os andares. Há certas coisas, como jantar fora e ir ao cinema com amigos, que não se pode fazer pela internet. A criatividade possibilita o ressurgimento.

Os shoppings socialistas e o ressurgimento

Elas são as mulheres mais ricas do mundo e do Brasil.

A revista Forbes publicou sua tradicional lista dos mais ricos do mundo. Nela, estão presentes 227 mulheres, apenas duas são brasileiras. Pelo segundo ano consecutivo, a francesa Liliane Bettencourt, é a mulher mais rica do mundo, com uma fortuna de quase US$ 40 bilhões, é dona de um terço da marca de cosméticos L'Oréal.

Maria Helena Moraes é a dona da maior fortuna dentre as mulheres brasileiras. Filha de José Ermírio de Moraes, fundador do grupo Votorantim, tem participação em empresas financeiras, de cimento, alumínio, papel, energia e agronegócio. A empresa, que está sob controle da família, teve ganhos líquidos de mais de US$ 9 bilhões só em 2015.

A segunda brasileira mais rica é Regina de Camargo Pires de Oliveira. Sua fortuna está avaliada em US$3 bilhões. Ela é acionista da Camargo Corrêa, uma empresa que atua em diversos setores da engenharia e da construção. Atualmente, a empresa atua em 16 países e emprega 27 mil trabalhadores.

Os shoppings socialistas e o ressurgimento

A mais impopular reforma e os professores.

A maior parte dos sindicatos de professores vem sustentando o combate à reforma previdenciária. Ricos e politizados estão nas ruas e aeroportos pelo Brasil. Já não se fazem sindicatos de metalúrgicos como no passado. Atualmente, os sindicalistas do funcionalismo público são os que comandam a resistência à mais impopular reforma proposta por Temer e ao sonho de ver Lula e os petistas de volta ao poder. Essas entidades estão sendo competentes em constranger deputados federais, que, temerosos com uma possível má imagem, olham apenas o futuro de suas reeleições. A eles pouca importa os destinos da previdência, interessa apenas o voto de seus eleitores.

Não subestimem a força das corporações do serviço público no Brasil. Para muitos funcionários, talvez para a maioria, os governos não são a representação da sociedade politicamente organizada; os governos são eles, funcionários. É algo que pertence a eles. Assim como nas estatais os funcionários se consideram donos das empresas.

No outro lado da trincheira está um governo fraco, mas que teve a coragem de bancar uma agenda de reformas e mudanças consideradas impopulares. Temer montou um governo congressual. Seus ministros, com raras exceções, não são notáveis, mas são líderes de votos para aprovar medidas difíceis no Congresso. Mas a estratégia dos professores é arriscada, desejam a derrota do governo Temer antes de tudo. A eles não interessa uma reforma da previdência possível, mais razoável, e que dê bons resultados para nossa economia.

Não procuram acordos que reflitam os interesses da população - uma reforma consensual, retirados muitos pontos do draconiano texto que foi enviado ao Congresso. Mas o governo sabe que corre contra o tempo. Quanto mais se aproximarem as eleições, menor será sua base de sustentação. E foi hábil ao enviar a reforma trabalhista quase ao mesmo tempo que a previdenciária, tolhe os avanços sindicais e fraciona o fôlego. Só existe uma certeza no momento: a reforma que chegou ao Congresso não será a mesma a ser sancionada.

Os shoppings socialistas e o ressurgimento

Truques usados pelos supermercados para consumirmos mais.

Os shoppings socialistas e o ressurgimento

Congestionamento de carrinhos.

Enquanto os corredores centrais são largos, os corredores interiores tendem a ser mais estreitos. A ideia é que o movimento de carrinhos gere congestionamentos. Os consumidores diminuirão na velocidade e acabarão reparando mais nos produtos. Há muitos anos, quando a ideia surgiu, havia a tendência, inclusive, de não oferecer carrinhos com deslizamento ótimo.

Carrinhos velhos e travados seriam os ideais. Todavia, com o aumento exponencial do numero de idosos que passaram a ter o supermercado como seu centro de visitas e de socialização, passaram a adotar a tática inversa - carrinhos fáceis de manejar e com bom deslizamento. Até o barulho que as rodas do carrinho fazem é pensado, o consumidor anda mais devagar com o aumento do ruído. Todavia, esse fator também vem sendo alterado com o aumento da longevidade da população.

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