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Em Pauta

Planos de saúde. Dor de cabeça com as medidas judiciais e a medicina vingativa.

Mário Sérgio Lorenzetto | 03/09/2015 07:38
Planos de saúde. Dor de cabeça com as medidas judiciais e a medicina vingativa.

Planos de saúde. Dor de cabeça com as medidas judiciais e a medicina vingativa.

Junto com a alta dos custos dos serviços hospitalares, os processos judiciais para fornecimento de tratamentos e a medicina vingativa são as maiores dores de cabeça daqueles que administram os planos de saúde. A judicialização que os preocupa é aquela em que o beneficiário busca para si uma cobertura que não tem direito de acordo com o contrato ou as normas que regem o setor. Isso beneficia uma pequena parcela afortunada de consumidores em vantagem sobre a maioria que não tem acesso a advogados de renome. Só em 2013, a Unimed gastou R$ 18 milhões com ações judiciais nas seis maiores cooperativas. Não percebem que esses gastos recairão sobre os bolsos de todos os membros associados a cada reajuste. É a classe média pagando para os ricos. Mas não para por aí. Há outra prática abusiva que também recai nos pagamentos da maioria. A Sociedade Brasileira de Auditoria Médica estima que 20% dos médicos dos planos de saúde cometiam algum tipo de fraude. Como recebem pouco pelo atendimento, criavam métodos para arrecadar mais. Muitos associados dos planos pensam da mesma maneira - vão a uma dezena de médicos consultar a mesma doença. Carteirinha de plano de saúde não é cartão de débito com conta infinita. A dor no bolso vem na hora do reajuste. Mas, apesar da crise econômica do país, os planos de saúde se mantêm preocupados-estáveis. Os planos de saúde estão preocupados por alguns dos maiores estarem trabalhando no vermelho e também ao impacto causado pela falência da Unimed de São Paulo.

Planos de saúde. Dor de cabeça com as medidas judiciais e a medicina vingativa.
Planos de saúde. Dor de cabeça com as medidas judiciais e a medicina vingativa.

Governo federal inicia negociações para mudar as aposentadorias.

O governo começou as negociações com entidades sindicais de trabalhadores e patronais para mudar o atual sistema de aposentadorias. Está colocando na mesa de negociações números que impressionam. O rombo projetado para o sistema de aposentadoria em 2015 é de quase R$ 89 bilhões, um salto de 51% frente à média de quase R$ 43 bilhões nos últimos dez anos. Para o ano de 2016, as projeções do governo são dramáticas - o déficit chegará a R$ 130 bilhões.

A Previdência consumirá 41% das despesas governamentais que corresponde a R$ 491 bilhões. E tende a piorar devido à crise econômica que reduz a arrecadação de impostos no geral bem como ao aumento de quase 10% do salário mínimo. O governo pretende aumentar a idade mínima para homens e mulheres se aposentarem e elevar o prazo de carência, de 12 para 24 meses, para a concessão das aposentadorias por invalidez (consomem mais de R$ 50 bilhões por ano). Também pretende regular melhor as aposentadorias dos trabalhadores rurais onde existiriam maiores fraudes e a tentativa de qualificar os beneficiários do auxílio-doença, para voltarem ao mercado de trabalho.

Planos de saúde. Dor de cabeça com as medidas judiciais e a medicina vingativa.
Planos de saúde. Dor de cabeça com as medidas judiciais e a medicina vingativa.

Não se engane. Todas as empresas precisam explorar um pouco seus trabalhadores para ter lucro.

Ultimamente, o mundo empresarial vem construindo um modelo de negócios que se apoia na noção dos trabalhadores felizes. Como isso é em parte uma mentira, pois todas as empresas precisam explorar um pouco seus trabalhadores para ter lucro, elas ficam em uma "saia-justa". Esse modelo de negócios finge que você pode ter tudo: clientes, acionistas ou proprietários e funcionários - todos podem se dar bem ao mesmo tempo. Ledo engano. Alguém perde e via de regra é o trabalhador. Para alguém não muito versado nas bobagens empresariais, isso pode parecer um pouco óbvio. Mas a maior parte das empresas entrou tanto no modismo desse modelo de negócios que é preciso mostrar a incorreção. Não se deixem enganar: quando alguns ganham, outros perdem.

Planos de saúde. Dor de cabeça com as medidas judiciais e a medicina vingativa.
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O que lhe dá mais satisfação: um Mercedes-Benz ou um BMW?

Neuromarketing é o nome dado a um novo campo do conhecimento. Ele aplica os métodos de pesquisa do cérebro a questões ligadas ao mundo do consumo e da publicidade. Na Universidade de Ulm, Alemanha, por exemplo, investigaram o efeito neuronal à visão de diversos tipos de carro (já existem pesquisas para centenas de outros produtos). Mostraram a 12 jovens apaixonados por automóveis 22 fotos de carros esportivos, limusines e carros pequenos, em ordem aleatória, e mediram simultaneamente a atividade cerebral dos jovens com um tomógrafo de ressonância magnética. Pediram que dessem notas de 1 a 5 para cada carro.

Não é de surpreender que os carros esportivos tenham recebido maiores notas. O interessante é o que a imagem do cérebro dos amantes de carros revelou. Quando olhavam fotos de carros de corrida, uma particular estrutura do cérebro, o "núcleo accumbens", exibia muito mais atividade que nos momentos em que mostravam fotos de limusines ou de carros pequenos. Essa região do cérebro pertence ao "sistema límbico", é o centro do prazer de nosso cérebro. É nessa pequena "beirada" cerebral que funciona a dopamina e os "opiáceos" produzido pelo próprio corpo (substâncias que se assemelham ao ópio, associadas ao prazer).

Normalmente essa regiãozinha é estimulada pela sexualidade ou pela nutrição. Mas nem mesmo o mais apaixonado admirador de automóveis diria que uma Ferrari é necessária para manter a vida (sexo e alimentos são necessários). Por que, então, a visão de uma Ferrari desencadeia a liberação da dopamina e dos opiáceos do cérebro? Dá prazer? A explicação dos cientistas é que funciona como o rabo do pavão; não traz vantagem direta para a sobrevivência, mas serve de sinal para concorrentes e fêmeas da sua espécie - "vejam, sou tão forte que posso me dar ao luxo de investir nessa cauda pomposa", essa demonstração de poder dá prazer. E o que dá mais satisfação: um Mercedes-Benz ou um BMW? Não há resposta por enquanto para diferenças muito sutis na atividade cerebral. Ainda não conseguiram perceber diferenças muito pequenas com os aparelhos ora existentes.

Planos de saúde. Dor de cabeça com as medidas judiciais e a medicina vingativa.
Planos de saúde. Dor de cabeça com as medidas judiciais e a medicina vingativa.

Uma escola para formação de diretores escolares.

Na Inglaterra, houve uma redefinição de políticas sobre a participação do governo nas escolas. Mudaram a governança na área da educação naquele país. De maneira prática, isso significou dar mais autonomia administrativa e pedagógica para a escola. Os diretores ganharam maior poder de decisão, tornando-se responsáveis, por exemplo, pela gestão de recursos e seleção de profissionais, sem a intermediação de outras autoridades locais. Em contrapartida, se intensificou a responsabilização dos diretores pelos resultados de aprendizagem. Procuram de todos modos a excelência do ensino. A reforma inglesa também criou o National College, uma escola voltada para a formação de diretores. Esse National College passou a elaborar critérios de identificação de líderes, selecionados entre diretores de escolas tidas como referência, que passaram a dar suporte a escolas com dificuldades de aprendizagem e com baixo desempenho. Boas experiências educacionais, mesmo em outros países, é uma maneira de refletir sobre a má realidade educativa brasileira.

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