“Repeal the 19th”, a campanha ultra contra o voto feminino
Membros do governo dos EUA, do movimento MAGA (Make America Great Again), que elegeu Trump, e pastores estão postando vídeos nos últimos dias afirmando serem contra o voto feminino. Defendem pautas como a criminalização da homossexualidade e desejam que o Congresso vote a proibição dos direitos das mulheres duramente conquistados no início do século passado. Como tudo o que ocorre nos Estados Unidos é imediatamente copiado no Brasil, basta apenas saber quando esse movimento aterrissará nas urnas tupiniquins.
Quem vota é o chefe de família.
“Na minha sociedade ideal, votaríamos como famílias, e normalmente eu seria a pessoa que daria o voto”, afirma Toby Sumpter, pastor sênior da Igreja Cruz do Rei, que é um dos membros mais destacados do “Repeal the 19th", a revogação da Décima Nona Emenda à Constituição dos EUA. Os membros desse movimento se entendem como democratas pois se propõem a ouvir os demais membros da família antes de depositarem o voto. Quando questionados se a esposa não quiser votar no mesmo candidato, dizem que “essa seria uma ótima oportunidade para uma boa discussão”.
Voto feminino sem negras, índias e latinas.
A história da conquista do voto feminino nos EUA é longa e permeada por preconceitos. Depois de dezenas de anos lutando, só conquistaram o voto após a Primeira Guerra Mundial. Como participaram ativamente nessa guerra, o argumento que apresentaram é de que poderiam dar a vida em prol da democracia, mas dela não podiam usufruir. Levaram à votação no Congresso e perderam por dois votos. Levaram novamente, tempos depois, e venceram por 56 favoráveis ao voto feminino e 25 contrários. Todavia, uma grande quantidade de parlamentares se absteve, deixando a brecha para uma futura revogação. Essas votações, foram eivadas de preconceito. Somente as mulheres brancas podiam votar. Negras, indígenas, asiáticas e latinas não podiam colocar o voto na urna.
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