Terra e velhos à vista. A feiura dos velhos para portugueses
Primeiras décadas do século XVI. O que era a Terra de Santa Cruz? No imaginário ocidental, uma terra de assombros, misto de paraíso e inferno. Por trás das árvores, habitavam os moradores de um lugar desconhecido. Eles viram os europeus desembarcarem a galope, ganhar terreno e, em poucas décadas, se espalhar pelo litoral brasileiro.
Tinham tão somente 21 anos.
Em 1.549, Tomé de Sousa chegava à Bahia. Trazia com ele cerca de 1.000 pessoas - entre militares, degredados e colonos pobres. Uma população assemelhada à dos dias atuais. Chucra e pobre. Eram jovens. A expectativa de vida era de tão somente 21 anos. Quem sobrevivesse, poderia viver quase tanto quanto os homens de hoje.
A feiúra do velho.
Essa primeira leva de europeus menosprezava a velhice. Eram chamados de “farrapos humanos”. Enquanto exaltavam a beleza dos jovens, a feiura do velho parecia-lhes ainda mais odiosa. Junto com a igreja católica, Portugal também nos enviou suas teses sobre as idades da vida. A principal era de que a velhice, sendo um mal, era castigo divino, maldição que pesava sobre os homens em função de seus pecados. Uma herança dolorosa deixada por Adão.
Os velhos safados.
Só no paraíso não se envelhecia ou morria. A duração da vida na Terra não tinha importância. Não era a idade que importava, mas a virtude é que deveria comandar. A virtude era a responsável pelo prolongamento da existência. A velhice seria o resultado de uma vida sem manchas. O segredo? O temor a Deus. Tudo bem que havia velhos safados com boa saúde. Mas isso era porque o Diabo os sustentava. Mas quem eram os velhos? Quanto tempo era preciso viver para ser considerado velho? A idade da velhice era definida em 50 anos.
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