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Momento Saúde Bucal

Cor laranja: a relação da odontologia com a leucemia

Marco Polo Siebra (*) | 01/03/2023 18:16

Continuando ainda no Fevereiro Roxo e Laranja, hoje vou falar sobre a cor laranja, que corresponde aos cuidados odontológicos com as pessoas que possuem leucemia.

A leucemia representa um grupo de neoplasias malignas derivadas das células hematopoiéticas (são as células com potencial para dar origem a todos os tipos de células sanguíneas). A doença tem início na medula óssea, local onde as células sanguíneas são produzidas. Ao serem abandonadas a seu próprio curso, as células leucêmicas podem invadir o sangue periférico e atingir vários órgãos do paciente, impedindo sua função normal.

Os principais tipos são: leucemia mieloide aguda (LMA) ou leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfoide aguda (LLA) ou leucemia linfoide crônica (LLC).

Com a proliferação das células neoplásicas no interior da medula óssea, há um menor suprimento na produção das células hematopoiéticas normais. Devido à redução no número de hemácias e, por consequência, da capacidade de transporte de oxigênio do sangue, os pacientes com leucemia irão apresentar anemia e fadiga. A deficiência de plaquetas provoca problemas de sangramento. A febre é uma característica clínica comum e está associada à infecção devido à diminuição de neutrófilos.

Portanto, o cirurgião-dentista deve considerar duas preocupações principais ao tratar pacientes com leucemia: a prevenção de infecções e hemorragias bucais, especialmente em procedimentos mais invasivos.

O tratamento básico das leucemias consiste na quimioterapia, que pode ser associada à radioterapia e transplante de medula óssea. O plano de tratamento odontológico deve levar em consideração as diferentes etapas dessa terapia. Assim, a troca de informações com o oncologista é imprescindível para que ele possa avaliar o estado hematológico atual, pois a complexidade de cada caso irá determinar as prioridades, o risco/benefício e a duração do tratamento dentário.

Categorias de risco e cuidados no atendimento. Há tempos, foi proposta uma classificação dos pacientes em categorias de alto, moderado e baixo risco para procedimentos odontológicos, com base no tipo de leucemia (aguda ou crônica) e etapas da quimioterapia.

Alto risco - São aqueles pacientes com leucemia ativa, que possuem um grande número de células neoplásicas na medula óssea e no sangue periférico. É a chamada “crise blástica”. Também estão incluídos neste grupo os pacientes que estão em meio ao tratamento da doença e que apresentam supressão da medula óssea como resultado da terapia. Tais pacientes são extremamente suscetíveis à infecção e hemorragia bucal. Os procedimentos odontológicos ficam limitados às situações de urgência, geralmente em ambiente hospitalar, exigindo a interação entre dentista e médico.

Risco moderado - É o caso dos pacientes que completaram com sucesso a primeira fase do tratamento (indução) e estão em fase de manutenção, não apresentando sinais de malignidade na medula óssea ou sangue periférico. No entanto, devido à quimioterapia, apresentam mielossupressão (atividade diminuída da medula óssea, resultando em menor número de leucócitos, hemácias e plaquetas). O tratamento dentário pode ser executado durante os períodos que se situam antes ou depois de 21 dias da sessão de quimioterapia. Porém, antes de qualquer tratamento, o médico deve ser consultado e realizadas a leucometria e contagem de plaquetas. Se a contagem de leucócitos estiver abaixo de 3.500/mL ou se a contagem de plaquetas for menor do que 100.000/mL, os procedimentos eletivos devem ser postergados.

Baixo risco - Nesta categoria, estão os pacientes que completaram o tratamento com sucesso e não apresentam evidências de malignidade ou mielossupressão. Em geral, eles não estão tomando medicamentos. Foram curados da lesão maligna e liberados para procedimentos odontológicos convencionais.

De comum acordo com o oncologista, o uso profilático de antibióticos pode ser considerado no pré-operatório de procedimentos que provocam bacteremias transitórias significativas, mesmo após o tratamento quimioterápico ter sido completado. Especial atenção deve ser dada à prescrição dos anti-inflamatórios não esteroides, que podem interferir negativamente nos mecanismos de hemostasia, aumentando o risco de hemorragia.

E aí gostou dessas informações? Ficou alguma dúvida? Qualquer coisa me manda um direct no meu Instagram @marcopolosiebra, que eu terei o maior prazer em te ajudar.

Um grande abraço até o próximo vídeo.

(*) Marco Polo Siebra é Odontólogo há mais de 30 anos, Especialista em: Prótese Dentária; Odontogeriatria; Implantodontia. É Master Coach Pela FEBRACIS (Federação brasileira de Coaching Integral Sistêmico), Ministrante dos Cursos: Pode da Ação; Poder e Alta Performance; Jeito de Viver Família; Educar, Amar e Dar limites; Decifre e Influencie Pessoas; Coach de Carreira; Analista de Perfil Comportamental; Processo de Coaching Individual; Processo de Coaching em Grupo; Especialista em “Neurociência e Performance Humana” na Faculdade FEBRACIS; Presidente da Liga de Neurociência da Febracis Pós-graduações; Coordenador de um Grupo de Apoio para familiares e cuidadores de pessoas com Alzheimer. Hoje tem como principal missão e propósito de vida impactar e transformar pessoas de forma que concretizem seus sonhos e objetivos em todas as áreas da vida.

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