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Direto das Ruas

Cadeirante que sofreu grave AVC há 5 dias não consegue vaga em hospital

Paciente continua em CRS do Aero Rancho e família reclama por não transferência para local melhor equipado.

Anahi Gurgel | 01/07/2018 18:37
Mulher sofreu AVC na terça-feira (26) e ainda não conseguiu transferência para unidade hospitalar. (Foto: Direto das Ruas)
Mulher sofreu AVC na terça-feira (26) e ainda não conseguiu transferência para unidade hospitalar. (Foto: Direto das Ruas)

A família de uma mulher cadeirante, de 44 anos, que sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) na terça-feira (26), relata que ainda não conseguiu fazer a transferência da paciente para unidade hospitalar de Campo Grande para ter acesso a infraestrutura adequada para casos graves. A mulher segue internada há cinco dias na CRS (Centro Regional de Saúde) do Aero Rancho.

De acordo com a doméstica Marli Pereira, 48, irmã da paciente, os médicos já comunicaram que o estado dela é crítico e que o local não possui equipamentos próprios para atender esses casos mais graves.

"Ela já teve um AVC aos 21 anos, quando ainda se recuperava do parto de sua filha caçula. Ela ficou com parte do corpo paralisado e passou a usar cadeira de rodas", conta. A mulher possui outras duas filhas, de 25 e 24 anos.

“Ontem, informaram que não havia nem mesmo sonda gástrica para trocar a da minha irmã, que estava suja. Disseram que a família teria que comprar. Fui em diversas farmácias, mas não encontrei. Foi quando pressionamos uma assistente social e ela conseguiu a sonda”, conta Marli.

Há dois anos, uma outra irmã de Marli também sofreu AVC. Ela chegou a ficar três dias na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Moreninhas, antes de ser transferida para o Hospital Regional.

“Me lembro que tivemos que pagar R$ 100 para a ambulância levar. Mas chegou lá e faleceu. Estamos desesperados, com medo de que isso aconteça de novo”, conta.

Corredor da UBS do Aero Rancho, em campo Grande. (Foto: Arquivo/Luciano Muta)
Corredor da UBS do Aero Rancho, em campo Grande. (Foto: Arquivo/Luciano Muta)

Até o fechamento desta matéria, a assessoria de imprensa da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) havia informado que o CRS de fato não está equipada para o tratamento de pacientes com AVC dessa magnitude, apenas unidades hospitalares.

Mais problema - Nesta semana, o atendimento nas unidades de saúde ganhou destaque após vir a público um vídeo no qual parentes de um idoso que morreu em frente a uma uma UPA denunciarem a falta de profissionais de saúde.

A Câmara de Campo Grande chegou a programar, para 15h do dia 5 de julho, a  audiência pública “Impasses no Atendimento e Manutenção de UPAs, UBSs e UBSFs”.

A intenção é discutir soluções para problemas relatados por usuários do sistema diariamente, segundo informou o proponente da reunião, o vereador André Salineiro (PSDB), integrante da Comissão Permanente de Legislação Participativa.

O vídeo mostra um homem de 74 anos caído em frente à UPA Leblon. Ele recebeu massagem cardíaca e cuidados no chão, chegou a ser socorrido por atendentes, mas não resistiu. A Sesau garantiu que todos os médicos escalados estavam no local. 

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