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Direto das Ruas

Clínica admite humilhação a morador de rua e classifica como “caso isolado”

Instituição disse que medidas foram tomadas e reforçou histórico de acolhimento de mais de 10 mil pessoas

Por Jhefferson Gamarra e Gabi Cenciarelli | 30/05/2025 18:42


RESUMO

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Funcionários da Clínica da Alma, em Campo Grande, humilharam um morador de rua ao jogá-lo em uma fonte de água gelada na manhã mais fria do ano na cidade. Um vídeo registrou o ato, mostrando dois homens carregando e lançando o indivíduo na água enquanto riam e zombavam dele. A vítima argumentou que só possuía aquela roupa, mas foi ignorada. A clínica emitiu uma nota repudiando a atitude e classificando-a como "caso isolado". Afirmou ter tomado providências internas, mas não detalhou quais. A instituição, que existe há 18 anos, alega ter acolhido mais de 10 mil pessoas em situação de rua, oferecendo moradia, alimentação e qualificação profissional. Entretanto, uma enfermeira afirmou que situações semelhantes já ocorreram e que funcionários registram vídeos debochando dos acolhidos. Ela também relatou que internos são obrigados a trabalhar vendendo sacolas em semáforos.

A direção da Clínica da Alma, localizada em Campo Grande, se pronunciou nesta sexta-feira (30) após a divulgação de imagens que mostram um morador de rua sendo jogado em uma fonte de água gelada por funcionários da instituição. O caso ocorreu na manhã mais fria do ano, quando a temperatura chegou a 6 °C na capital sul-mato-grossense.

O vídeo, enviado por um leitor ao canal Direto das Ruas, mostra dois homens não identificados carregando o rapaz e o jogando na água, enquanto riem e debocham da situação. A pessoa que grava o vídeo diz: “Olha, pastor. Ele disse que não sabe o que é fonte. Olha que maneira feia que vai aprender”. A vítima tenta argumentar que só possui aquela roupa, mas ouve como resposta: “Vai essa mesma”. (veja acima)

Em nota, a coordenação da clínica afirmou que tomou conhecimento das imagens veiculadas nas redes sociais e repudiou “qualquer atitude vexatória entre os acolhidos”. A instituição garantiu que se tratou de um caso isolado e que providências internas já foram adotadas, embora não tenha detalhado quais medidas foram aplicadas ou se houve demissões ou punições diretas aos envolvidos.

Segundo a clínica, “com 18 anos de existência, a Clínica da Alma já acolheu com zelo e respeito, de forma gratuita, mais de 10 mil pessoas em situação de rua, oferecendo moradia, alimentação, qualificação profissional e um recomeço de vida”. O site da instituição destaca a atuação de pastores e voluntários com experiência em oferecer apoio e reabilitação a pessoas em situação de vulnerabilidade.

No entanto, uma enfermeira de 36 anos, que prefere não se identificar, disse que conhece a instituição e que situações como a mostrada no vídeo não são inéditas. “Eles fazem esses vídeos e mandam entre eles, debochando. Eu sei porque tive parentes internados lá. Eles também colocam os internos para trabalhar vendendo sacolas no sinal”, relatou.

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