Jovem é espancado por dono de hotel após briga por vaga de estacionamento
A vítima fazia uma entrega rápida e parou a moto em área rotativa, como indica a sinalização local
RESUMO
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Discussão por vaga de estacionamento termina em agressão no centro de Campo Grande. Três funcionários do Hotel Central, incluindo o proprietário, espancaram um jovem que estacionou sua moto em vaga rotativa em frente ao estabelecimento. O incidente ocorreu na manhã desta terça-feira (2). A vítima estava realizando uma entrega rápida e utilizou a vaga conforme permitido pela sinalização local, que autoriza permanência de 15 minutos. Testemunhas relatam que os funcionários do hotel iniciaram as agressões após breve discussão. O caso foi registrado pela polícia e os agressores foram conduzidos à delegacia.
Na manhã desta terça-feira (2), por volta das 10h30, uma discussão sobre uma vaga de estacionamento em frente ao Hotel Central Campo Grande, localizado na Rua Marechal Rondon, no Centro da Capital, terminou com um jovem espancado por três homens, entre eles, o dono do hotel e dois funcionários. O episódio causou grande tumulto e indignação entre as testemunhas que presenciaram a violência.
Conforme apurado pela reportagem, o conflito teve início quando a vítima estacionou sua moto em uma vaga de motos na frente do Hotel Central Campo Grande, uma área que possui uma placa indicando que o tempo máximo de permanência é de 15 minutos, desde que o pisca-alerta esteja ligado. Segundo testemunhas, o homem estava ali apenas para fazer uma entrega rápida e, ao descer da moto, foi abordado pelo dono e pelo gerente do hotel.
De acordo com o relato de uma testemunha, o homem explicou que estava no direito dele, já que a vaga era rotativa e permitia estacionar por até 15 minutos. No entanto, a resposta dos funcionários do hotel foi agressiva. "Eles começaram a ofendê-lo e logo partiram para cima, desferindo socos e chutes", conta a testemunha, que presenciou o ataque. O homem, já ferido, caiu sobre um carro estacionado, mas os agressores continuaram a espancá-lo.
O ataque foi presenciado por várias pessoas nas proximidades. Uma mulher que estava na loja ao lado do hotel se desesperou com a cena e gritou: "Coitado do cara, foram todos para cima dele." Outra mulher, visivelmente abalada, dizia: "Para, gente", enquanto o jovem é agredido com socos e chutes. Uma terceira testemunha também condenou a ação, dizendo: "Vocês estão sendo covardes." Durante as agressões, a vítima, já no chão e tentando se proteger, perguntou: "O que eu estou fazendo? Está todo mundo vendo."
Em meio ao tumulto, a situação só foi controlada com a chegada do segurança de um comércio ao lado, que conseguiu separar os envolvidos. O homem agredido, completamente ensanguentado e com a roupa rasgada, foi levado para dentro do estabelecimento, enquanto os funcionários do hotel retornaram ao prédio.
Pouco tempo depois, a Polícia Militar foi chamada ao local e registrou o ocorrido. Testemunhas indicaram que o homem agredido foi orientado pelos policiais a registrar um boletim de ocorrência, o que, até o momento, não havia sido feito. O dono, o gerente e o funcionário do hotel, que participaram das agressões, foram levados à delegacia para prestar esclarecimentos.
O caso gerou grande repercussão nas redes sociais após vídeos que mostram o espancamento circularem. As imagens registraram não apenas as agressões, mas também os gritos das pessoas que presenciaram o ato de violência. “A briga por essa vaga é recorrente. Toda semana acontece alguma coisa aqui”, contou um administrador que trabalha nas proximidades e confirmou que os funcionários do hotel costumam se envolver em conflitos com quem estaciona na vaga.
Estudante de 18 anos, que estava saindo de uma loja ao lado no momento da confusão, também relatou a violência. “Eu vi um homem agredindo o rapaz com socos e chutes, e logo depois mais pessoas saíram do hotel e começaram a bater nele. Ele caiu no chão e ficou se protegendo, enquanto as agressões continuavam”, contou a estudante. Segundo ela, a vítima explicou que estava ali apenas para fazer uma entrega e que já iria embora, mas isso não impediu que os funcionários do hotel o agredissem.
A testemunha também informou que, após a agressão, o rapaz agredido estava confuso e se aproximou da entrada de uma loja, onde foi auxiliado por algumas pessoas. "Quando perguntei o que tinha acontecido, ele me contou que estacionou a moto por 15 minutos, como permitido pela placa, e que foi agredido sem razão", relatou.
Vaga de estacionamento - Este não é o primeiro incidente envolvendo a vaga de estacionamento em frente ao Hotel Central Campo Grande, segundo uma testemunha. A disputa por esse espaço tem gerado diversos desentendimentos na região. A placa que indica o tempo máximo de estacionamento (15 minutos) tem sido frequentemente ignorada, tanto por clientes do hotel quanto por outros motoristas, e os funcionários do hotel têm demonstrado um comportamento agressivo para "defender" o que consideram ser seu território.
Com o caso ainda em andamento e sem o boletim de ocorrência registrado, a reportagem conversou com o dono do hotel e ele informou apenas que não irá se pronunciar. “Não temos nada a declarar. O jurídico da empresa tomará as providências contra este rapaz na Justiça”, disse.
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