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Direto das Ruas

Motoristas clandestinos cobram preços abusivos em rodoviária

Taxistas e mototaxistas também reclamam da presença dos chamados "ubers clandestinos" que atrapalham serviço diariamente

Ana Oshiro e Bruna Marques | 21/01/2021 11:15
Terminal Rodoviário estava sem movimento na manhã desta quinta-feira (Foto: Henrique Kawaminami)
Terminal Rodoviário estava sem movimento na manhã desta quinta-feira (Foto: Henrique Kawaminami)

Leitora do Campo Grande News, Margarida Ferreira da Silva, de 47 anos, reclama de abordagem de motoristas clandestinos e preços abusivos. Ela diz que trabalha como cabeleireira, há 20 dias chegou de viagem, no Terminal Rodoviário de Campo Grande, e precisou usar o aplicativo Uber para chegar em casa, foi quando ela acabou vítima de golpe.

Ao sair de dentro do terminal, Margarida disse que se deparou com um homem gritando "Uber, Uber". Como estava sem bateria no celular, para solicitar um carro pelo aplicativo, acabou aceitando o chamado do homem. "Geralmente eu pago R$ 30 até minha casa, esse cara me cobrou R$ 70 quando chegamos ao destino", conta Margarida.

Quando questionou sobre o valor alto, o motorista teria pressionado a vítima a pagar, com medo ela deu o dinheiro. No dia seguinte a cabeleireira voltou ao terminal para conversar com os taxistas do ponto, e foi informada que o homem é um motorista clandestino.

A reportagem do Campo Grande News foi ao Terminal Rodoviário na manhã de hoje, apesar não presenciar nenhuma situação parecida, taxistas e mototaxistas confirmaram que a situação tem sido frequente, principalmente nos horários de pico, às 5h30 e 18h, e em horários que os ônibus de viagem chegam ao terminal.

Centurião reclama da presença dos clandestinos (Foto: Henrique Kawaminami)
Centurião reclama da presença dos clandestinos (Foto: Henrique Kawaminami)

Taxista há 23 anos, sendo cinco no ponto da Rodoviária, Centurião Ramos Duarte, de 53 anos, conta que os falsos motoristas "praticamente fizeram ponto ali na frente, ficam lá oferecendo uber e gritando igual um urubu, e não tem aplicativo nenhum, eles são clandestinos".

A revolta entre os taxistas é que os ubers clandestinos não pagam nenhum tipo de imposto, não possuem nenhuma comprovação de quem são e ainda atrapalham o serviço dos motoristas legalizados. "Além de tirar nosso serviço, eles estão roubando dos passageiros cobrando um valor muito mais alto. Somos pais de família, trabalhamos legalizados, exigem roupas decentes nossas, fazemos cursos, e eles não precisam de nada disso", comenta Centurião.

Para Armando Barros de Oliveira, taxista de 63 anos, existe também o perigo para o passageiro, já que ninguém sabe quem são essas pessoas. "Tem uns que vem aqui com roupas caindo, roupas impróprias. Eu passo por tanto processo pra estar aqui, e eles não tem nada disso, as pessoas não sabem nem a índole desse povo", disse Armando.

"As pessoas não sabem nem a índole desse povo", diz Armando (Foto: Henrique Kawaminami)
"As pessoas não sabem nem a índole desse povo", diz Armando (Foto: Henrique Kawaminami)

Trabalhando há 8 anos no ponto de mototáxi do terminal, Cacildo Gimenez de Morais, de 55 anos, também reclama da situação. "Acho isso uma injustiça, a gente paga um monte de imposto, eles não pagam nem pra aplicativo, nem pra ninguém, nada. Depois que eles chegaram aqui nosso movimento caiu muito.

Segundo os entrevistados, as reclamações já foram feitas para a administração do terminal e para a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), mas nada foi resolvido. De acordo com alguns taxistas, os falsos motoristas vão embora assim que uma viatura passa perto do local.

Procurados pela reportagem, a Agetran informou que envia agentes em dias e horários alternados para fiscalização e autuações, mas que não podem fazer o serviço com carros descaracterizados.

Em nota, a assessoria do Terminal Rodoviário disse que orienta a equipe de funcionários para que se atentem a abordagens com características suspeitas, acionando os órgãos competentes para a imediata atuação com o objetivo de coibir a ação de aliciadores nas dependências do empreendimento.

A concessionária ainda reforça que não possui poder de fiscalização e por isso, em paralelo, instrui os passageiros por meio de avisos sonoros, sobre as condições irregulares desse tipo de transporte, indicando que priorizem o uso do transporte regular de passageiros.

Uber - Em nota, a Uber informa que todas as viagens só podem ser realizadas por meio do aplicativo, onde o usuário solicita um carro ao toque de um botão e recebe, via app, informações do motorista parceiro que vai buscá-lo, como nome, foto, além de modelo e placa do veículo.

Dessa forma, qualquer viagem feita fora desses padrões não é uma viagem de Uber e, portanto, não dispõe das diversas ferramentas de tecnologia e processos de segurança oferecidas pela plataforma, nem é coberta pelo seguro app que cobre acidentes pessoais durante viagens na plataforma.

É importante ressaltar que a oferta de viagens fora da plataforma configura uma violação aos Termos e Condições de adesão ao aplicativo. Temos equipes e tecnologias próprias que constantemente analisam viagens suspeitas para identificar violações aos Termos e Condições e, caso comprovadas, banir os envolvidos.

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*Matéria editada às 8h50, do dia 22/01, para acréscimo de notas retornos

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