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Economia

Agro perde espaço no mercado de trabalho e serviços assumem liderança no País

Em MS, dados anteriores já indicavam que indústria e setor terciário superavam fatia do campo no PIB estadual

Por Guilherme Correia | 19/11/2025 08:21
Agro perde espaço no mercado de trabalho e serviços assumem liderança no País
Gado bovino em propriedade rural. (Foto: Guilherme Correia)

A participação do setor agropecuário no mercado de trabalho do Brasil diminuiu entre 2012 e 2024. Isso é o que mostra a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, em sua edição “Características Adicionais do Mercado de Trabalho”.

RESUMO

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O setor agropecuário brasileiro registrou queda na participação no mercado de trabalho, passando de 10,7% em 2012 para 7,7% em 2024, segundo a PNAD Contínua. Em contrapartida, o setor de serviços consolidou-se como principal empregador no país. A pesquisa do IBGE revela que a administração pública, defesa, seguridade social, educação e saúde lideram as contratações, representando 19,2% dos postos de trabalho. O comércio também cresceu, alcançando 17,8% da população ocupada em 2024, enquanto a indústria recuou para 12,9% no mesmo período.

Em 2012, a agropecuária brasileira representava 10,7% da população ocupada; em 2024, esse percentual caiu para 7,7%, uma redução de 3 pontos percentuais ao longo do período.

Ainda que a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (19) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) não apresente dados setoriais de MS (Mato Grosso do Sul), números divulgados pelo governo estadual registravam que, no 1º trimestre de 2023, 9,8% dos ocupados no Estado trabalhavam na agropecuária.

Segundo relatório da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), em 2022, o setor de serviços do Estado representava 54,3% do PIB (Produto Interno Bruto) estadual.

No mesmo ano, o setor agropecuário era responsável por 22,8%, e a indústria estava por volta de 22,9% do PIB estadual em 2022.

Dados dos trabalhadores brasileiros — Entre 2012 e 2024, conforme o IBGE, o setor de serviços consolidou sua posição como principal empregador em território brasileiro.

Dentro desse grupo, as atividades de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais aumentaram sua fatia na ocupação de 19,1% em 2012 para 19,2% em 2024, mantendo-se como o maior subgrupo individual.

Outros segmentos de serviços também ganharam peso, como informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, que passaram de 10,7% para 12,4% no período.

O comércio, outro grande grupo, em 2012, respondia por 15,7% da população ocupada e alcançou 17,8% em 2024.

Já a indústria geral registrou queda, passando de 14,5% em 2012 para 12,9% em 2024.

Entre as atividades com menor participação, os serviços domésticos caíram de 6,8% para 5,9% no período, enquanto transporte, armazenagem e correio subiram de 4,7% para 5,7%. O setor de alojamento e alimentação, por sua vez, reduziu sua parcela de 4,3% para 4,2%.

Queda do agro — Dados mostram que o movimento de perda de espaço do agro e avanço dos serviços não é pontual, mas consistente na série histórica.

Entre 2019 e 2024, por exemplo — período posterior ao auge da pandemia — a agropecuária voltou a perder participação (de 8,5% para 7,7%), enquanto setores ligados à administração pública, educação e saúde reforçaram suas posições como áreas de maior absorção de trabalhadores.

Qualificação — A partir das categorias de instrução avaliadas pela pesquisa, é possível identificar que a maior presença dos serviços também acompanha o aumento da proporção de trabalhadores com ensino médio completo ou ensino superior.

Em 2024, 43,4% da população ocupada tinha ensino médio completo ou superior incompleto, e 23,4% possuía ensino superior completo — ambos percentuais superiores aos observados em 2012.

O avanço dos serviços também se relaciona à distribuição das posições de ocupação — em 2024, 37,4% dos trabalhadores estavam empregados no setor privado com carteira assinada e 13,7% atuavam sem carteira.

A administração pública representava 12,3% dos empregos, enquanto os trabalhadores por conta própria permaneceram em 25,2%. Já os empregadores somavam 4,3%.