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Economia

Buracos e acidentes elevam preços de seguros de veículos em até 25%

Melhora no asfalto pode resultar em queda no preço, acreditam corretores

Renata Volpe Haddad | 02/05/2017 07:14
Buracos em Campo Grande aumentam sinistros e com isso, elevam preço de seguros. (Foto: Alcides Neto)
Buracos em Campo Grande aumentam sinistros e com isso, elevam preço de seguros. (Foto: Alcides Neto)

Os buracos que se alastraram pelas ruas de Campo Grande e os consequentes acidentes fizeram o preço do seguro de veículos pesar mais no bolso dos proprietários. Isso porque diante da realidade da cidade, as seguradoras elevaram o preço em até 25%.

Para carros populares o reajuste está entre 14% e 17%, já para caminhonetes entre 20% e 25%. As empresas alegam que a demanda nas oficinas mecânicas aumentou assim como o preço por serviços, sendo necessário repassar o valor. 

Segundo o presidente eleito do Sincor/MS (Sindicato dos Corretores de Seguros em MS), Arnol Lemos Filho, o seguro é uma partilha de prejuízo. "Houve aumento de preços de peças e mão de obra, porque as seguradoras só podem usar peças originais e Campo Grande tem muito acidente e os buracos colaboram com os sinistros".

Filho explica que no ano passado, a hora paga pela mão de obra era de R$ 28, hoje o valor custa R$ 60. "O reajuste é nacional, mas o índice varia por região, para carros populares, entre 14% e 17% de aumento. Aqui em Campo Grande, os buracos agravam e impactam no preço do seguro, com certeza", informa.

Corretor de seguros há mais de 30 anos, Fernando Scudler, comenta que mesmo se o cliente não tiver sinistro, paga mais caro no seguro por causa do reajuste. "Tem um exemplo de cliente que pagou no ano passado, seguro de uma Toyota Hilux R$ 5,6 mil e este ano, subiu para R$ 7,2 mil. Para caminhonetes mais visadas em roubos, o índice de reajuste é ainda maior", exemplifica.

Seguro de carro encareceu entre 14% e 17%. (Foto: Marcos Ermínio)
Seguro de carro encareceu entre 14% e 17%. (Foto: Marcos Ermínio)

Ruas e preço - Scudler diz ainda, que os buracos são armadilhas, principalmente em dias de chuva. "Danifica suspensão, entorta roda, rasga pneu. Houve aumento de casos assim em oficinais conveniadas".

Conforme o corretor de seguros, Romeu Bortolás, cada seguradora tem um preço, mas todas reajustaram as tabelas em 2016. "Locadoras de carros fazem classificação de pavimentação, ou seja, dependendo de como é o asfalto da cidade, sobe o preço de locação e consequentemente o do seguro", afirma.

O corretor diz ainda que caso haja reparação no asfalto, há possibilidade de redução dos preços em seguros. "São realizadas análises mensais pelas seguradores e é possível sim reduzir o preço se o asfalto estiver bom. Seguradoras trabalham com concorrência e analisam impactos", esclarece.

Quem desistiu de pagar o seguro do carro no ano passado por conta do preço, foi a educadora física, Fabiana Buthevicius. "Eu pagava R$ 1,5 mil por ano. Paguei o mesmo valor por três anos, mas em 2016, o preço saltou para R$ 1,7 mil e já saiu do meu orçamento", diz.

A educadora alega que se as condições financeiras melhorarem, vai voltar a contratar o seguro. "Faz falta um seguro de carro sim, não dá para ficar sem por muito tempo".

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