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Economia

Cesta básica cai 2,18% em Campo Grande, mas segue como a 6ª mais cara do país

Mesmo com recuo, trabalhador precisa comprometer mais da metade do salário mínimo para garantir alimentação

Por Jhefferson Gamarra | 20/08/2025 13:45
Cesta básica cai 2,18% em Campo Grande, mas segue como a 6ª mais cara do país
Consumidora em prateleira de óleo de soja em supermercado da Captital (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

O preço da cesta básica de alimentos em Campo Grande caiu 2,18% em julho em comparação a junho, passando de R$ 793,09 para R$ 775,76. A retração mensal aliviou o bolso do consumidor, mas não foi suficiente para tirar a Capital do ranking das cidades mais caras do Brasil.

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Preço da cesta básica cai 2,18% em Campo Grande, mas ainda é a 6ª mais cara do país. A cesta básica em Campo Grande teve redução de 2,18% em julho, passando de R$ 793,09 para R$ 775,76. Apesar da queda, a capital sul-mato-grossense mantém a 6ª posição entre as capitais com cestas mais caras, segundo pesquisa do Dieese. Produtos como batata, banana e arroz tiveram quedas significativas, enquanto café, tomate e óleo subiram. Em comparação a julho de 2024, a cesta acumula alta de 5,26%. No ano, a variação é de 0,70%. Itens como batata e arroz contribuíram para conter o custo, enquanto o café em pó teve alta de 90,06% em 12 meses. Um trabalhador com salário mínimo precisa de 112 horas e 26 minutos para comprar a cesta básica, comprometendo 55,25% da renda líquida. São Paulo, Florianópolis e Porto Alegre lideram o ranking das cestas mais caras. Aracaju, Maceió e Salvador têm as cestas mais baratas.

Entre as 27 capitais pesquisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Campo Grande aparece na 6ª posição, atrás apenas de São Paulo, Florianópolis, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Cuiabá.

Na comparação com julho de 2024, quando a cesta custava R$ 737,00, a alta acumulada chega a 5,26%. Já no acumulado do ano, ou seja, entre dezembro de 2024 e julho de 2025, o aumento foi de 0,70%, mostrando uma trajetória de relativa estabilidade em 2025, mas ainda com preços em patamares elevados.

Dos 13 itens que compõem a cesta básica, nove ficaram mais baratos em julho. A maior queda foi registrada na batata (-28,52%), seguida pela banana (-4,10%), arroz agulhinha (-4,09%), açúcar cristal (-3,69%), café em pó (-2,95%), leite integral (-1,52%), feijão carioquinha (-1,16%), manteiga (-0,73%) e carne bovina de primeira (-0,73%).

Por outro lado, quatro produtos ficaram mais caros: farinha de trigo (0,15%), tomate (0,37%), pão francês (0,97%) e óleo de soja (2,96%).

No recorte de 12 meses, as variações chamam a atenção. A batata, que acumula queda de 60,53%, e o arroz (-24,48%) ajudam a conter o custo geral da cesta. Já o café em pó disparou 90,06% no período, tornando-se o grande vilão do orçamento alimentar, seguido pelo tomate (62,62%), óleo de soja (26,23%) e carne bovina de primeira (20,49%).

No acumulado de 2025, de janeiro a julho, a pressão maior veio do tomate, com alta de 71,85%, e do café em pó, que subiu 42,36%. Outros dois produtos também encareceram: farinha de trigo (5,58%) e pão francês (2,66%). Em contrapartida, nove alimentos registraram queda, com destaque para arroz (-27,85%), batata (-21,37%) e banana (-8,93%).

Mesmo com a redução no preço médio, o trabalhador que recebe um salário mínimo de R$ 1.518,00 precisou dedicar 112 horas e 26 minutos de trabalho para adquirir a cesta em julho. Esse tempo é menor que o registrado em junho (114h56m) e também inferior ao de julho de 2024 (114h50m), quando o salário mínimo era de R$ 1.412,00.

Considerando o salário líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, a alimentação básica comprometeu 55,25% da renda do trabalhador em julho. No mês anterior, o índice era de 56,48% e, há um ano, de 56,43%. Mesmo com pequenas quedas, o percentual continua alto, revelando o peso dos alimentos essenciais no orçamento das famílias de baixa renda.

A pesquisa mostra que o custo da alimentação varia fortemente entre as capitais brasileiras. São Paulo tem a cesta mais cara do país, custando R$ 865,90, seguida por Florianópolis (R$ 844,89) e Porto Alegre (R$ 830,41).

Na outra ponta, Aracaju aparece com o menor custo (R$ 568,52), seguida por Maceió (R$ 621,74) e Salvador (R$ 635,08).

Quando comparada às capitais vizinhas do Centro-Oeste, Campo Grande fica atrás apenas de Cuiabá (R$ 813,48), mas acima de Brasília (R$ 758,19) e Goiânia (R$ 735,18).

A manutenção da cesta básica de Campo Grande entre as mais caras do país evidencia os desafios que famílias enfrentam para garantir uma alimentação mínima. Mesmo com a queda de preços de alguns produtos importantes, como arroz, batata e feijão, o aumento expressivo de itens como café, tomate e óleo de soja mantém a pressão sobre o orçamento doméstico.