Cesta básica na Capital consome 56% do salário mínimo, a 6ª mais cara do País
Com custo de R$ 789,42 em maio, Campo Grande exige mais de 114 horas de trabalho para aquisição dos itens
A cesta básica em Campo Grande consome 56,22% do salário mínimo líquido e figura como a 6ª mais cara entre as 17 capitais brasileiras pesquisadas pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O levantamento, referente ao mês de maio de 2025, revelou que o custo da cesta na capital sul-mato-grossense foi de R$ 789,42, valor que representa um peso significativo no orçamento de trabalhadores assalariados.
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Cesta básica em Campo Grande é a 6ª mais cara do país Em maio de 2025, a cesta básica em Campo Grande custou R$ 789,42, consumindo 56,22% do salário mínimo líquido. Apesar de uma redução de 1,95% em relação a abril, o valor ainda representa a 6ª cesta mais cara entre 17 capitais pesquisadas pelo DIEESE. Para adquiri-la, um trabalhador com salário mínimo precisou trabalhar 114 horas e 25 minutos. Campo Grande registrou a menor variação acumulada no ano (2,48%) e em 12 meses (5,47%). Produtos como pão francês, batata e café tiveram alta, enquanto arroz, feijão, tomate, leite e manteiga apresentaram queda. A carne bovina permaneceu com preço elevado, em torno de R$ 44,00 o quilo. O DIEESE estima que o salário mínimo ideal para cobrir despesas básicas deveria ser de R$ 7.528,56, quase cinco vezes o valor atual.
Mesmo com uma redução de 1,95% no custo em comparação ao mês anterior, o trabalhador que recebe o piso salarial nacional (R$ 1.518,00 brutos ou R$ 1.404,15 líquidos, após o desconto de 7,5% para a Previdência Social) teve que dedicar 114 horas e 25 minutos de trabalho apenas para adquirir os itens alimentares essenciais. O número representa uma leve melhora em relação a abril, quando a jornada exigida era de 116 horas e 41 minutos, e também é menor que o registrado em maio de 2024, que foi de 116 horas e 37 minutos.
Campo Grande teve a menor variação de preços no acumulado do ano entre todas as capitais analisadas, com alta de apenas 2,48% de janeiro a maio. Em 12 meses, o aumento foi de 5,47%. Esses números, embora mais contidos que em outras regiões, não impediram que a capital mantivesse um dos maiores custos do país. As cestas mais caras foram registradas em São Paulo (R$ 896,15), Florianópolis (R$ 858,93), Rio de Janeiro (R$ 847,99), Porto Alegre (R$ 819,05) e Curitiba (R$ 791,39).
Entre os produtos que compõem a cesta básica campo-grandense, o pão francês teve o maior aumento entre todas as capitais pesquisadas, com alta de 2,65% em maio. A batata também teve elevação significativa, de 13,20%, influenciada pela menor oferta decorrente do fim da safra das águas no Sul. Ainda assim, no acumulado dos últimos 12 meses, o preço da batata caiu 43,57%.
O café em pó também se destacou com nova alta de 7,24% em maio, atingindo aumento acumulado de 110,58% em um ano, pressionado pela baixa oferta mundial. A carne bovina, com uma leve alta de 0,07%, segue com preço elevado, permanecendo na faixa de R$ 44,00 o quilo desde dezembro de 2024, sustentada pela preferência dos produtores pela exportação.
Por outro lado, alguns itens importantes registraram queda. O arroz agulhinha teve retração de 9,52% em maio, acumulando uma queda de 18,70% em 12 meses. Em maio, o quilo do cereal foi vendido, em média, a R$ 5,13, valor que não era registrado desde setembro de 2023. O feijão carioquinha também apresentou queda, de 0,58% no mês, com retração anual de 12,72%, devido à boa oferta do grão.
O tomate teve forte recuo de 20,48%, impulsionado pela boa safra de inverno, enquanto o óleo de soja manteve estabilidade em maio, embora acumule alta de 33,75% em 12 meses. A banana caiu 4,49% pelo segundo mês consecutivo, embora ainda esteja mais cara do que em maio de 2024. Já o leite (-1,85%) e a manteiga (-0,44%) apresentaram retrações no mês, contribuindo para aliviar o custo final da cesta.
Com base na cesta mais cara do país, localizada em São Paulo, o DIEESE estima que o salário mínimo ideal para cobrir alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência deveria ter sido de R$ 7.528,56 em maio de 2025. Isso representa 4,96 vezes o salário mínimo oficial vigente.