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Capital

Agência optou por contrato mais barato e frota só é vistoriada 1 vez ao ano

Empresa de inspeções afirma que mais de 100 veículos estão com prazo de revisão prestes a vencer

Por Ketlen Gomes | 06/06/2025 19:23
Agência optou por contrato mais barato e frota só é vistoriada 1 vez ao ano
Ônibus saindo da Otimiza sem o laudo positivo na tarde desta quarta-feira. (Foto: Juliano Almeida)

Na tarde desta sexta-feira (6), a empresa Otimiza recebeu a visita da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Transporte Público, para a entrega de um ofício com pedido de informações. Durante a ação, foi relatado que a Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) optou por um contrato mais barato, que prevê apenas uma vistoria anual nos ônibus.

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A CPI do Transporte Público descobriu que a Agereg optou por um contrato mais econômico com a empresa Otimiza, que prevê apenas uma vistoria anual nos ônibus do transporte coletivo de Campo Grande. A decisão foi tomada mesmo havendo opção de contrato com inspeções semestrais.Durante visita à empresa, a CPI constatou que 148 ônibus estão com prazo de revisão próximo ao vencimento. A Otimiza realiza inspeções que avaliam sistemas elétricos, motor e elevadores, mas não tem controle sobre veículos reprovados após deixarem suas instalações, dependendo do Consórcio Guaicurus para os reparos necessários.

O vereador Maicon Nogueira (PP), integrante da CPI, afirmou que o proprietário da Otimiza explicou haver duas opções de contrato: uma com inspeções semestrais, duas por ano, e outra com apenas uma vistoria anual, que acabou sendo a escolhida.

“O Código de Trânsito prevê que o ônibus deve passar por inspeção a cada seis ou doze meses, e o contrato firmado foi o de doze meses, por ser mais barato”, comentou o parlamentar.

Durante a visita à sede da empresa, foram ouvidos funcionários e o proprietário da Otimiza, que relataram aumento no fluxo de veículos submetidos à fiscalização. Um dos colaboradores afirmou que, atualmente, entre cinco e seis ônibus chegam por dia ao local para vistoria.

A empresa segue um calendário com datas definidas para inspeções, mas foi informado que cerca de 148 ônibus estão com o prazo de revisão prestes a vencer, sem que tenham passado ainda pela análise.

Agência optou por contrato mais barato e frota só é vistoriada 1 vez ao ano
Sede da Otimiza, que tem contrato com a Agereg para vistoria dos ônibus. (Foto: Juliano Almeida)

Para circular, os veículos precisam de um laudo pericial positivo, que ateste condições adequadas para o transporte de passageiros. Essa avaliação é feita pela própria Otimiza e considera diversos aspectos, como sistema elétrico, motor e funcionamento dos elevadores, este último, alvo frequente de reclamações recebidas pela CPI.

Durante a visita, dois ônibus estavam no local: um passava por vistoria e outro aguardava a revisão. Contudo, após a chegada da equipe, ambos deixaram a empresa e retornaram à garagem. Segundo funcionários da Otimiza, o veículo em processo de inspeção não foi aprovado.

Eles explicaram que, em caso de reprovação por falhas nos freios, elevador ou outros itens, o veículo retorna à garagem para que o Consórcio Guaicurus realize os reparos. Após deixar o pátio da Otimiza, a empresa não tem mais responsabilidade e afirma não ter como verificar se o ônibus foi, de fato, consertado ou voltou a circular sem nova inspeção.

A Otimiza informou ainda que possui um sistema com dados de todas as vistorias realizadas nos últimos três anos, com acesso disponível para a Agereg. Por meio desse sistema, é possível identificar se um ônibus saiu da garagem sem aprovação, se ainda precisa passar por vistoria ou quantas vezes esteve no pátio para reparos.

Todo ônibus que, mesmo após a inspeção anual, precisar de manutenção, deve ser novamente vistoriado pela Otimiza antes de voltar a circular.

“Quando a gente vê um ônibus quebrado, soltando muita fumaça ou parado na garagem para manutenção, é preciso entender que ele só pode voltar a rodar após passar por nova inspeção da empresa. Agora, entramos em uma fase muito importante da investigação: averiguar se há veículos circulando pelas ruas sem estarem devidamente vistoriados”, finalizou o vereador.

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