ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 24º

Economia

Clientes reclamam, mas impacto com energia mais cara será mínimo

Viviane Oliveira | 06/05/2014 14:16
Francisca foi reclamar da conta alta e diz preocupada com o reajuste para o próximo mês. (Foto: Marcos Ermínio)
Francisca foi reclamar da conta alta e diz preocupada com o reajuste para o próximo mês. (Foto: Marcos Ermínio)

Apesar de os clientes reclamarem do reajuste na tarifa de energia, que ficará entre 9,4% e 14,11%,  a presidente do Consen (Conselho dos Consumidores da Enersul), Rosemeire Cecília da Costa, diz que o impacto na conta de energia vai ser mínimo e ressalta que o índice de aumento deste ano foi um dos mais baixos no País.

O anúncio do reajuste foi feito em reunião na Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) na manhã de hoje (6). O percentual é menor do que o solicitado pela Enersul (Empresa Energética de Mato Grosso do Sul), que era de 16,10%.

O funcionário público Eder Ocampos, 51 anos, diz que é um absurdo aumento de quase 10% na conta de energia. “O nosso reajuste salarial não passa de 5% a 6%, no entanto tudo aumenta e quase o dobro, como o que acabou de acontecer com a energia”, reclama.

Compartilha da mesma opinião a comerciante Francisca Ribeiro de Melo, 73 anos. Ela é dona de um bar e uma borracharia na MS-80, saída para Rochedo, e reclama do valor alto que paga na conta de luz. “A renda dos dois comércios dá apenas para comer e pagar as contas”, diz.

Antes de saber que o valor da energia tinha aumentado, Francisca havia ido a uma das unidades da Enersul para reclamar, justamente, da conta alta. “No mês passado paguei R$ 263 na conta e este mês veio R$ 410, quase o dobro”, conta a senhora dizendo que levou um susto quando viu o valor.

A cabeleireira Simone não vê alternativa a não ser repassar o reajuste para o cliente. (Foto: Marcos Ermínio)
A cabeleireira Simone não vê alternativa a não ser repassar o reajuste para o cliente. (Foto: Marcos Ermínio)

A cabeleireira Simone Cristiane de Oliveira, 37, que trabalha junto com a mãe, não vê alternativa a não ser repassar o reajuste para os clientes. “Infelizmente vamos ter que aumentar o valor dos serviços cobrados no salão, o reajuste tem que ser devagar para não assustar os clientes”, diz. Ela acrescenta que o aumento na conta preocupa muito. “A gente já gasta em torno de R$ 300 a R$ 400 por mês só de energia”, lamenta.

Ainda pode ficar mais caro - A presidente do Consen, embora considera que o impacto agora não será relevante, aproveita para alertar os consumidores quanto ao consumo exagerado de energia e sugerir que prestem atenção na chamada bandeira tarifária, que entra em vigor a partir de janeiro do ano que vem. "Isso está nos preocupando bastante", destaca.

Com essa nova regra, o valor da fatura pode subir até 9,1% no Estado, considerando-se uma conta com consumo de 100 KWh. A cobrança leva em consideração o custo para gerar a energia.

Com as cores verde, amarelo e vermelho, o novo modelo indicará se a energia custará mais ou menos, em função das condições de geração de eletricidade. A bandeira verde indica que a tarifa para o próximo mês não sofrerá acréscimo.

Com a bandeira amarela, a tarifa sofre acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. A bandeira vermelha alerta para acréscimo de R$ 3 a cada 100 kWh consumidos. “As pessoas precisam prestar atenção na conta para usar a energia racionalmente”, alerta.

A Aneel explica que quando há pouca água armazenada, usinas termelétricas podem ser ligadas com a finalidade de preservar os reservatórios das usinas hidrelétricas. Com isso, o custo de geração aumenta, pois essas usinas são movidas a combustíveis como gás natural, carvão, óleo combustível e diesel. "Além de não contribuirmos com o meio-ambiente ainda vamos pagar mais caro", finaliza Rosimeire.

Nos siga no Google Notícias