Com aumento do tráfego pesado, MS estuda expandir pedágios em rodovias
Riedel admitiu que após recuperar e ampliar estradas, é preciso estudar receitas para manutenção

A soma de recursos públicos e do setor privado em obras rodoviárias deve chegar a R$ 15 bilhões ao longo dos próximos cinco anos, estimou hoje o governador do Estado, Eduardo Riedel (PP), que admitiu que, diante do emprego massivo de recursos públicos, é preciso estudar a ampliação da cobrança de pedágio ou outra forma de investimento para garantir a qualidade das estradas. A medida já é avaliada, uma vez que Mato Grosso do Sul vivencia uma intensificação do tráfego de caminhões pesados com o aumento da produção de celulose, combustíveis e da mineração na região de Corumbá, além do fim da receita do Fundersul, exigência que virá com a implementação da Reforma Tributária.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
O governo de Mato Grosso do Sul planeja investir R$ 15 bilhões em obras rodoviárias nos próximos cinco anos, com recursos públicos e privados. O governador Eduardo Riedel destacou a necessidade de ampliar a cobrança de pedágios ou buscar novos modelos de financiamento para garantir a manutenção das estradas, especialmente devido ao aumento do tráfego de caminhões pesados. A produção de celulose, combustíveis e mineração na região de Corumbá intensificou a demanda por infraestrutura. Entre as prioridades estão a pavimentação de rodovias estratégicas, como a MS-320 e a MS-338, além da recuperação de estradas antigas. O objetivo é pavimentar 60% das rodovias estaduais, chegando a 6 mil quilômetros. O governo também avalia a concessão de novos trechos para empresas privadas, visando melhorias na sinalização e manutenção. O consórcio Caminhos da Celulose já iniciou a estruturação para administrar 870 quilômetros de rodovias, com investimentos previstos de R$ 6,9 bilhões.
Esta manhã, ao avaliar obras prioritárias, incluindo entregas que pretendia fazer antes das restrições do período eleitoral do ano que vem, o governador mencionou a ampliação do saneamento, investindo R$ 400 milhões ao ano para a universalização que deve se completar em 2028,sob cobrança de acelerar em algumas cidades para 2027. Também passou a pontuar os investimentos em moradias, asfalto em cidades e detalhou frentes em rodovias.
- Leia Também
- TJ nega recurso de empresa excluída de disputa bilionária pela Rota da Celulose
- XP ignora judicialização e registra empresa para operar na rota da celulose
Ele mencionou a MS-320, entre Três Lagoas e a região da fábrica de celulose da Arauco (em construção), com cerca de R$ 236 milhões em recursos; a MS-338 entre Camapuã e Ribas do Rio Pardo e a 436, que liga Camapuã a Figueirão; a 289, entre Juti e Amambai; trecho na região do Taboco, distrito de Aquidauana; a 444, em Selvíria, dando acesso a assentamentos; a 355, entre Terenos e Dois Irmãos do Buriti; e ainda a 316, entre Inocência e Chapadão do Sul.
O governador fez uma retrospectiva da ampliação da pavimentação de estradas, citando que há cerca de 11 mil quilômetros de rodovias estaduais. No início de 2007, eram cerca de 2,8 mil km pavimentados, quando André Puccinelli (MDB) era governador e seguiu a média de 139 km/ano, subindo para 160 km/ano com o sucessor, Reinaldo Azambuja (PL) e hoje a estimativa é de 220 km/ano, com expectativa de subir mais, diz. Segundo Riedel, a pretensão é chegar a cerca de 60% das rodovias pavimentadas, em torno de 6 mil quilômetros.
Esse avanço, explica, demanda uma frente dedicada a também recuperar as estradas mais antigas e pensar em um novo modelo de contrato, como unir a obra e também a vinculação à manutenção. Ele diz que se o Estado seguir nesse ritmo, em alguns anos poderá ter 90% da malha asfaltada.
Com tantos recursos públicos, ele disse que começa a ser analisada a viabilidade de novos trechos serem concessionados, diante do risco do dano à malha com a passagem de veículos pesados com cargas. “Essa é uma questão estratégica que a Secretaria (Seilog) já está pensando”, disse, apontando tópicos que estão sendo considerados, como despesas com sinalização, o manejo de bichos, ausência de mato às margens. “A gente está qualificando muito bem cada uma dessas ações e, sim, a gente vai precisar pensar em novos modelos”, destacou ao citar possibilidade de concessão direta, envolvendo obra e investimentos, e pedagiamento.

Rota da Celulose – O governador mencionou esta manhã, durante a apresentação de um balanço da gestão, que o consórcio Caminhos da Celulose, vencedor do leilão para administrar cinco rodovias, já enviou equipe para começar a montar estrutura no Estado, indicou executivos e está montando um escritório, junto com o arrolamento dos bens que ficará responsável. As obrigações pendentes devem ser concluídas até 27 de janeiro do ano que vem, com a previsão de assinatura do contrato de repasse da concessão nos dias seguintes, ainda durante o mês.
Na avaliação de Riedel, a tentativa da empresa K Infra, integrante do consórcio inicialmente vencedor e depois excluído, Consórcio K&G, não deve impactar no calendário. A exclusão foi atribuída à perda da qualificação técnica e um mandado de segurança foi apresentado à Justiça, sendo negado o pedido de liminar.
O contrato prevê 30 anos de gestão de 870 quilômetros de rodovias em Mato Grosso do Sul, as estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e trechos das BRs-262 e 267, com investimentos de R$ 6,9 bilhões, com R$ 3,2 bilhões em custos operacionais. Durante a concessão devem ser implantados 146 quilômetros de duplicações, 457 quilômetros de acostamentos, 245 quilômetros de terceiras faixas, 12 quilômetros de marginais e 38 quilômetros de contornos urbanos, além de outras intervenções, como acostamento em toda a malha concessionada. As praças de pedágio serão instaladas em Três Lagoas, Campo Grande, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Nova Andradina e Nova Alvorada do Sul.

