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Economia

Consumidor exige nomes de postos que batizam gasolina

Redação | 01/09/2009 16:38

Atendendo pedido do MPE (Ministério Público Estadual, o Procon saiu às ruas, fiscalizou postos, anunciou que 16 vendem gasolina adulterada só em Campo Grande, mas não divulga a relação de locais irregulares. A decisão de órgão de defesa dos interesses da população, de manter sob sigilo a lista das empresas que cometem esse tipo de crime, deixou consumidores indignados.

Depois da divulgação da pesquisa, uma enxurrada de mensagens chegou à redação, com ataques de motoristas revoltados com a proteção aos empresários. "Cadê a lista, com esse preço praticado que ja é um roubo, ainda temos que colocar gasolina adulterada, na minha opinião o Procon é conivente com esses ladrões pois é de obrigação divulgar essa lista", reclama Ismael Tomazelli Júnior.

O promotor do MPE, Luiz Eduardo Lemos, argumenta que a relação dos 16 postos que cometem a fraude não é divulgada porque o levantamento é parcial e não engloba todo o comércio de combustíveis da cidade. "A pesquisa continua", garante, mas sem qualquer data definida para a continuidade da ação.

Para o leitor Márcio Rogério Pirajuí, a proteção "é um absurdo". Ele exige a lista dos postos, que na avaliação dele "roubam o consumidor" e prevê: "eu vou ter que usar combustível adulterado até sair a sentença, meu carro vai fundir o motor até lá".

Já o Procon justifica que os proprietários têm direito à defesa, e que tal divulgação poderia comprometer "empresas tradicionais" de Campo Grande.

O argumento não convence quem abastece na Capital e ainda causa mais revolta. "Quem vai pagar pelo meu prejuízo com os danos ao motor? Eles protegem os empresários e o consumidor que se lasque", protesta Fernanda Teixeira.

A funcionária pública Genice Salvador, de 55 anos, concorda e resume: "me sinto desprotegida", apesar da ação ter partido de um órgão de defesa do consumidor.

Para o analista de sistemas, Maximus Cedrice, de 45 anos, a sensação é de frustração. "Esses órgãos deveriam facilitar a vida do consumidor".

O motorista Valter Ravasco apresenta uma sugestão: "O Procon poderia ao menos informar os postos que não tiveram irregularidades, dessa forma, estaria apoiando os bons comerciantes".

Dono de posto - A omissão, segundo o empresário Flávio Luis de Andrade, prejudica o próprio setor. Dono de posto de combustível há 20 anos, hoje com empresa no canteiro central da avenida Mato Grosso, ele avalia que "não divulgar a lista dos postos irregulares, acaba colocando todo mundo sob suspeita".

Flávio protesta diante da falta de punição aos maus empresários, apesar do assunto "gasolina batizada" ser tema conhecido em Campo Grande, lembra. "Isso acontece há muito tempo e ninguém faz nada. Os preços praticados hoje em Campo Grande só podem ser por causa da adulteração. Quem vende abaixo de R$ 2,50 ou adultera ou está fazendo milagre", ironiza.

O promotor Luiz Eduardo Lemos garante que irá 'tomar providências' acerca do caso, quando todo o trabalho for concluído. Entretanto, não revela detalhes do que será feito, o prazo para que isso ocorra, nem se a lista com os nomes será divulgada na ocasião.

Em julho, o Campo Grande News revelou que inquérito aberto pelo MPE em 2002, após denúncia de empresários, para investigar o setor, foi arquivado. Em 2007, o MPE mandou para a gaveta inquérito que apurava a existência de cartel para padronização de preços de combustíveis em Campo Grande.

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