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Economia

Depois do salmão, alta de até 180% no preço de alga afeta preço do sushi

Ricardo Campos Jr. | 20/05/2017 08:47
Alga usada para enrolar sushi sobe exatamente um ano depois de setor enfrentar crise semelhante no salmão (Foto: arquivo)
Alga usada para enrolar sushi sobe exatamente um ano depois de setor enfrentar crise semelhante no salmão (Foto: arquivo)

Insumo básico no preparo de sushi, a escassez das folhas de alga conhecidas como nori fez o preço do produto subir cerca de 180% desde o começo do mês, o que também pode encarecer o valor cobrado pelo prato japonês em Campo Grande. O problema afeta o segmento de culinária oriental um ano depois da crise no salmão, que em abril de 2016 subiu 80%.

As informações sobre o que está provocando a queda na produção da planta são desencontradas. O Campo Grande News entrou em contato com importadores de São Paulo que ouviram falar em um superaquecimento das águas na China, prejudicando a colheita feita neste período do ano, embora o dado não seja oficial.

Regina Mitiko Mori Viana, dona do Comercio Deiji na Capital, já escutou de alguns importadores que a situação se deve a um congelamento no local onde é feita a criação das algas, mas “ainda não temos nenhuma informação oficial, não encontramos nenhuma fonte precisa e segura”, alerta.

O fato é que além de estar mais cara, as empresas estão limitando a quantidade de nori vendida. “Antes me chegavam 20 caixas com a maior facilidade e hoje, quando desembarca determinado container, os importadores estão liberado apenas duas caixas por cliente”, afirma.

Caixa de nori em janeiro custava R$ 18, hoje está sendo encontrada por R$ 60 (Foto: Alcides Neto)
Caixa de nori em janeiro custava R$ 18, hoje está sendo encontrada por R$ 60 (Foto: Alcides Neto)

Na mesa – Dono da Click Sushi, Fábio Freitas dos Santos afirma que uma caixa do produto que em janeiro custava R$ 22, hoje está sendo encontrada por em média R$ 60. “Eu fui comprar essa semana e ainda está em falta no mercado”, afirma.

Com pacotes em estoque, o empresário afirma que está tentando absorver o impacto aos clientes prevendo redução na margem de lucro, mas afirma que gerenciar uma casa de culinária oriental não tem sido fácil devido ás altas constantes de vários insumos usados.

“Esse último ano praticamente foi sem margem de lucro. Todo o mês tem uma decepção”, afirma Santos.

Em abril de 2016, o salmão, usado também no preparo do sushi, era vendido a R$ 23 e chegou a R$ 42. No decorrer do ano o preço foi caindo e estabilizou-se em R$ 32 na compra direta, sem contar impostos e encargos.

Porém, no fim de 2016 entrou em falta o cogumelo shimeji e em seguida o camarão, que também afetou o setor.

Gustavo Oliveira, dono da Kibo Susshi, calcula que os preços se manterão estáveis pelo menos por um mês, quando começarão a subir. “O nori estava na faixa de R$ 23 o pacote com 50 folhas. Hoje, o mesmo pacote custa R$ 65 e o pessoal ainda está limitando. Antes eu comprava uma caixa e hoje não consigo comprar mais”, afirma.

Segundo ele, uma caixa de pacotes de nori dura cerca de um mês, já que o produto é desidratado e tem longo prazo de validade. Isso favorecerá a manutenção no preço, mas não por muito tempo. “Depois disso, quando o pessoal tiver que comprar a alga nesse valor novo, o preço deve subir”, conclui.

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