Dólar recua a R$ 5,42 com tarifaço dos EUA e expectativa de corte de juros
Ibovespa sobe 1,48% e retoma os 136 mil pontos com balanços e alívio externo

O dólar comercial caiu 0,74% nesta quinta-feira (7), fechando cotado a R$ 5,42, no menor patamar em mais de um mês. A queda foi impulsionada pela reação do mercado ao "tarifaço" imposto pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros, pela possibilidade de cortes nos juros americanos e pela expectativa de medidas do governo federal para conter os impactos da crise comercial.
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A bolsa de valores brasileira também reagiu positivamente e encerrou o dia em alta de 1,48%, com o Ibovespa atingindo 136.528 pontos. O desempenho foi puxado por balanços corporativos e por sinais de melhora no cenário internacional, especialmente na Europa e na Ásia.
Desde a véspera, estão em vigor tarifas dos EUA sobre produtos de mais de 90 países, com alíquotas entre 10% e 50%. No caso do Brasil, as sobretaxas foram impostas pela gestão de Donald Trump (Republicano) e atingem exportações de minério de ferro, carnes, soja e celulose. Em resposta, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acionou a OMC (Organização Mundial do Comércio) e articula reação conjunta com países do Brics.
O presidente Lula declarou que só conversará com Trump se houver disposição para o diálogo. Nesta quinta, Lula tratou do tema em conversa telefônica com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. O Planalto estuda abrir novos mercados na Ásia e pretende anunciar um plano de contingência até terça-feira.
A nomeação de Stephen Miran para o Conselho do Federal Reserve, em substituição à diretora Adriana Kugler, reforçou a expectativa de que o banco central americano possa iniciar cortes de juros já em setembro. A sinalização favoreceu moedas de países emergentes, como o real, e contribuiu para o avanço das bolsas.
Na Europa, o índice STOXX 600 subiu 0,92% após o Banco da Inglaterra cortar a taxa básica de juros de 4,25% para 4%. O movimento elevou o otimismo sobre o fim do ciclo de alta dos juros. Investidores também acompanharam os balanços financeiros e as negociações de um possível cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.
Na Ásia, os mercados fecharam em alta pelo quarto dia consecutivo. A valorização foi sustentada por dados positivos de exportação na China e pela esperança de um novo acordo comercial com os EUA, antes do fim da trégua tarifária, marcada para 12 de agosto.
No Brasil, o índice IGP-DI caiu 0,07% em julho, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas). A queda foi menor que a de junho, de 1,80%, com destaque para a retração nos preços do minério de ferro e da soja. Em 12 meses, o indicador acumula alta de 2,91%.
Por fim, nos Estados Unidos, os pedidos de seguro-desemprego cresceram 7 mil na última semana, atingindo o maior número em um mês. Apesar do aumento, o mercado de trabalho continua estável, o que alimenta apostas de apenas um corte de 0,25 ponto percentual nos juros até o fim do ano.
O dólar acumula queda de 2,20% na semana, 3,18% em agosto e 12,25% no ano. Já o Ibovespa sobe 3,09% na semana, 2,60% no mês e 13,50% no ano.
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