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Economia

Em 1 semana de crise, 500 empresários já pediram ajuda ao Sebrae

Antes do coronavírus, atendentes do Sebrae levavam até quatro meses para contabilizar esse número

Izabela Sanchez | 01/04/2020 06:15
Sebrae em Campo Grande está fechado para atendimento. É necessário ligar ou utilizar as redes sociais (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Sebrae em Campo Grande está fechado para atendimento. É necessário ligar ou utilizar as redes sociais (Foto: Arquivo/Campo Grande News)


Antes do coronavírus, era necessário passar até quatro meses para que o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) de Mato Grosso do Sul alcançasse o registro de 500 empresas em cursos rápidos ou na busca de orientações por telefone. Agora, o efeito pandemia fez com que esse total de empresários tenha sido registrado em apenas 1 semana.

É o que contou a gerente de relacionamento e atendimento do Sebrae, Neire Colman. Do home office, ela coordena equipe que atende todos os dias o pedido de socorro com dúvidas sobre questões trabalhistas, tributárias, por exemplo, e também quem procura pelos cursos de curta duração.

Oferecido de graça aos empresários, um dos programas da instituição é o “Sebrae Orienta”, com aconselhamento empresarial online e personalizado voltado aos MEIs (Micro Empresários Individuais) e às micro e pequenas empresas. Quem se cadastra recebe 16 horas de treinamento em “Gestão Financeira”, “Marketing Digital” e “Estratégias de Mercado”.

“Nós tivemos uma demanda nas mídias sociais, de acesso ao site, com referência ao começo do mês passado até esse mês, de mais de 1000% de aumento”, exemplifica Neire.

Da barraquinha de alimentação ao engenheiro - Seja para tirar dúvidas com os atendentes do Sebrae ou para participar do Sebrae Orienta, três segmentos se destacaram na procura: alimentação, varejo de moda e construção civil, segundo a gerente.

“Na alimentação, de micro e pequenas empresas, é desde o carrinho de cachorro quente ao restaurante estruturado, tem pequenos supermercados e pequenas conveniências. No varejo da moda, de roupas, calçados, tem muito MEI, e em terceiro lugar, o pessoal da construção civil, do pedreiro ao engenheiro”, conta.

“Por enquanto tem sido muito pela questão financeira. Ligam e e falam ‘eu sou vidraceiro e eu tenho dois ou três funcionários, eu posso dar férias, não posso?’", conta Neire, que afirma serem as dúvidas sobre leis trabalhistas e tributárias as que mais surgem entre os pequenos empresários.

Além de todo o atendimento que a equipe em home office está fazendo, Neire conta que os funcionários do Sebrae estão dobrando o estudo, já que todos os dias surgem novas propostas do governo ou do congresso para a economia em época de pandemia.

“Ah, eu tenho empréstimo que preciso pagar, o que eu posso fazer, eles pedem essa orientação. Nós temos dentro do Sebrae um aconselhamento com profissionais dessa área, pode ser por Whatsapp, telefone ou videochamada”, explica a gerente. “É muita procura até agora, mais de 500 empresas que estão sendo atendidas de segunda até hoje, coisa que a gente demorava meses para ter essa demanda”, pontua.

Depois do primeiro atendimento e do cadastro, quem busca o serviço de orientação entra em uma espécie de fila até que um consultor acione o empresário. “Tem muito, também, a parte de turismo e de eventos, que estão todas paradas. A gente auxilia o empresário a fazer essa conta”, diz.

Orientação para sobreviver e transformar – Conforme relata a gerente do Sebrae, os micro e pequenos empresários são os que mais sofrem na crise porque têm pouco capital e muita dificuldade de sustentar os negócios sem que o fluxo de dinheiro continue.

“O que acontece é que a micro e pequena empresa tem um giro baixo, ela consegue se sustentar no máximo 17 dias, conforme os estudos mostram. O mais importante é a análise do caixa dele, o que ele pode postergar, o que tem que cumprir”, explica Neire.

Os informais, relata, também procuram, especialmente na alimentação, e transformar o negócio é a única maneira de sobreviver. Mesmo quem é formalizado enquanto empresa, afirma Neire, não está acostumado com o padrão de qualidade exigido para manter, por exemplo, o serviço delivery.

“As barraquinhas de comida, 'ah como eu faço vender mais nesse momento, pra não fechar de vez, pra procurar outros clientes', uma das diretrizes é venda por delivery, que na verdade muitos não faziam. Ou eu sou uma empresa de espetinho, só que a comida chega fria, ruim, o entregador não tem a competência da entrega, existe toda uma parte de orientações”, disse.

Surpresa – A gerente afirma que, ao longo do ano, a média de atendimento do Sebrae em Mato Grosso do Sul é de 40 mil empresas. As 500 em apenas 1 semana, conta, foram uma surpresa. “Estamos levando muita informação, toda hora chega uma lei, medida nova, temos que estudar muito. O foco agora é finanças e tributos”, declarou.

Serviço - Para se inscrever nos cursos do Sebrae Orienta, os interessados devem preencher um formulário na página oficial do programa. Em seguida, um técnico do Sebrae irá entrar em contato para fazer o agendamento.

Para dúvidas ou informações é preciso ligar no telefone 0800 570 0800.

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