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Economia

Especialistas duvidam de impacto de medidas anunciadas pelo Governo Federal

Priscilla Peres | 22/08/2014 11:42
Diretor da Fiems fala sobre o desaquecimento do mercado atual e perspectivas futuras. (Foto: Marcelo Victor)
Diretor da Fiems fala sobre o desaquecimento do mercado atual e perspectivas futuras. (Foto: Marcelo Victor)

Especialistas afirmam que as medidas para estimular o crédito, divulgadas esta semana pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Fazenda, não terão impacto direto na economia atual, devido ao cenário de pessimismo por parte dos empresários. “O governo sentiu que a economia está com dificuldades e essas medidas são uma válvula de escape para tentar reverter a estagnação do mercado interno”, afirma o presidente do Corecon/MS (Conselho Regional de Economia), Jorge Veneza.

Na quarta-feira (20), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ações que vão facilitar o crédito imobiliário e reduzir a inadimplência. As medidas envolvem a simplificação jurídica, a criação de títulos com isenção de Imposto de Renda e fortalecimento de garantias, que vão entrar em vigor de forma gradativa.

O presidente do Conselho de Economia explica que o individamento tem chegado a níveis extremos e as pessoas estão sem recursos para continuar comprando. “As compras e vendas estão em queda e isso gera um efeito cascata no mercado, por que não adianta estimular o crédito quando as famílias não têm poder de compra”, diz Jorge Veneza.

Levantamento da Serasa Experiam divulgado essa semana, revela que o número de pessoas inadimplentes bateu recorde este ano. Já são 57 milhões de brasileiros com dívidas em atraso e que tiveram o nome incluído na lista de inadimplentes. Em agosto de 2012 eram 52 mil pessoas nessa condição, o número passou para 55 milhões no mesmo período de 2013 e agora chega a patamar recorde.

Indústria - O diretor-corporativo da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), Jaime Verruck, afirma que estamos passando por um período de crise no mercado interno, devido as incertezas do futuro. “A economia está parada, por que os empresários estão receosos com o futuro e não só pelas eleições que acontecem em outubro. A perspectiva é que 2015 seja um ano restritivo para a indústria, então o momento é de esperar para agir em 2016”, destaca.

Em relação as constantes demissões da indústria, Jaime explica que passamos por períodos crescentes de contratação de mão de obra e que agora há um desaquecimento. “O mercado interno não está comprando e o empresário precisa se adaptar a isso até que a realidade comece a mudar, o que eu acredito que aconteça lá por fevereiro do ano que vêm”, diz. As alternativas incluem aumentar as divisas para fornecer ao mercado externo, que demanda por produtos brasileiros.

Para Verruck, diante desse cenário, os estímulos lançados pelo Governo Federal não vão impactar diretamente no mercado. “Estimular o crédito imobiliário vai ajudar a desovar os imóveis à venda, mas não vai ter reação na construção civil, por exemplo”.

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