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Economia

Exportação de MS cai 6,5%, mas dólar alto garante lucro de empresas

Renata Volpe Haddad | 05/10/2015 16:54
O principal produto exportado no mês passado foi a celulose com valor mais de US$ 75,4 milhões. (Foto: Celulose Online/ Divulgação)
O principal produto exportado no mês passado foi a celulose com valor mais de US$ 75,4 milhões. (Foto: Celulose Online/ Divulgação)

Mato Grosso do Sul exportou em setembro deste ano US$ 343,08 milhões, representando queda de 6,5% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando o montante foi de US$ 367,07 milhões, segundo o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

O economista e especialista em comércio exterior, Aldo Barrigosse, comenta que a exportação menor dos produtos de Mato Grosso do Sul em comparação com setembro de 2014, deve-se a desvalorização do real. "De janeiro a setembro do ano passado, o dólar tinha uma média que não passava de R$ 2,50. Em 2015, teve um incremento de mais de 50% dessa desvalorização do real e para a empresa que exporta, isso faz muito diferença", explica.

O principal produto exportado no mês passado foi a celulose com valor mais de US$ 75,4 milhões, enquanto em setembro de 2014, o valor da exportação do produto foi mais de US$ 76,8 milhões.

De acordo com o economista, a vantagem para as empresas que exportam celulose, é que estão recebendo mais em reais, em comparação com o ano passado. "Apesar de ter vendido menos em 2015, as empresas recebem mais, porque a moeda norte-americana está valorizada, valorizando também a venda deste produto", comenta.

Exportação do milho somou no mês passado US$ 52,5 milhões. (Foto: Famasul/ Divulgação)
Exportação do milho somou no mês passado US$ 52,5 milhões. (Foto: Famasul/ Divulgação)

Produtos – No mês passado, a exportação de soja atingiu mais de US$ 56,9 milhões, seguido do milho que somou no mês passado em US$ 52,5 milhões. Em setembro do ano passado, o milho ficou em 2º lugar na exportação com valor de US$ 42,8 milhões.

Para Barrigosse, o Estado está vendendo bem mais, porém, a importação dos insumos para a produção dos grãos, encareceram em relação ao ano passado. "As margens este ano estão mais apertadas em relação ao ano passado. Na minha visão, o aumento do dólar ameniza a margem de lucro e as empresas trabalham mais para ganhar teoricamente, o mesmo valor do que em 2014", afirma.

Já a exportação de açúcares foi no valor de US$ 37,8 milhões. A exportação de frango congelado registra o montante de US$ 17,3 milhões.

O Estado exportou em setembro US$ 10 milhões de minério de ferro e a carne bovina, com aproximadamente o valor de US$ 30,4 milhões. Em setembro do ano passado, o valor da exportação da carne foi de US$ 41,6 milhões.
A China foi o principal comprador de Mato Grosso do Sul em setembro com valor de US$ 79,05 milhões.

Economia – O economista comenta que não há como afirmar que as empresas estão tendo mais lucros este ano, em relação a 2014. "Com a retração da economia interna, aumento do custo de energia e carga tributária, aumento do preço de combustível que acaba afetando na logística de transporte dos produtos, todos esses fatores afetam nos custos das empresas", informa.

Com a economia mundial em um ritmo mais lento, Barrigosse explica que isso aumenta o número de competidores que vão exportar os mesmos produtos que Mato Grosso do Sul.

"Acredito que nossas vendas mantenham o volume que está, pois o produto produzido no Estado é o que o mundo inteiro precisa, principalmente na parte do agronegócio e como temos uma produção boa e grande, conseguimos mostrar isso", afirma.

Porém, com o aumento no número de competidores, é possível que a demanda possa cair. "É a lei da oferta e procura, quando se tem mais países exportando os mesmos produtos, os preços das commodities diminuem e o mercado mundial acaba diminuindo a procura por produtos em outros países", finaliza.

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