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Economia

Exterior e ajustes guiam dólar para abaixo de R$ 3,15, mas moeda sobe em agosto

Niviane Magalhães (Estadão Conteúdo) | 31/08/2017 19:10

O dólar operou em baixa nesta quinta-feira, 31, atrelado ao movimento no exterior, após dados fracos de inflação nos EUA. Vários fatores, porém, exerceram pressão de venda ao longo do dia: pela manhã, pesou a formação da Ptax de agosto, enquanto à tarde a queda prevaleceu ajudada pela fala do secretário do Tesouro do EUA, alta acentuada do petróleo e clima aparentemente mais tranquilo internamente, com o mercado ignorando a não conclusão da votação das mudanças das metas fiscais.

Para o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado Neto, o movimento de hoje à tarde do real pareceu estar ligado diretamente ao dólar canadense e ao rublo, moedas que se beneficiaram com a alta de mais de 3% do petróleo e consideradas pares da moeda brasileira.

Diante da alta do petróleo, "o mercado aproveitou a recente esticada do dólar para vender. Acredito que o mercado enxerga o patamar de R$ 3,15 como um nível confortável, e como a moeda atingiu quase R$ 3,18 recentemente, acabou atraindo oportunidade de venda", explicou Machado Neto.

O enfraquecimento da moeda americana no exterior também contribuiu para o movimento internamente. O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse que "ter um dólar mais fraco é, de alguma forma, melhor para o comércio do país". Após o comentário, o Dollar Index - que mede a moeda americana ante uma cesta de outras seis divisas fortes - inverteu o leve viés de alta e passou a recuar.

A moeda já vinha em queda desde cedo, após ser divulgado que o índice de preços de gastos com consumo (PCE) cresceu 0,1% em julho ante junho, mas na comparação anual manteve-se em 1,4%, inferior à meta de 2% do banco central norte-americano, considerada confortável para elevação de juros no país. Além disso, tivemos pressão de "vendidos" para a formação da Ptax de fim de mês, que balizará os contratos de agosto.

Internamente, profissionais do mercado apontaram que a não conclusão da votação das mudanças das metas fiscais ontem no Congresso não influenciou nos negócios. "A não conclusão foi por causa de uma questão técnica de horário e não por entrave entre governantes. A votação deve ser retomada e a leitura do mercado é que o governo não faria toda uma mobilização em torno da meta para elevar o déficit se isso não estivesse bem amarrado nos bastidores", afirmou.

No mercado à vista, o dólar terminou em baixa de 0,35%, aos R$ 3,1493. O giro financeiro somou US$ 2,30 bilhões. Na mínima, a moeda ficou em R$ 3,1370 (-0,39%) e, na máxima, aos R$ 3,1700 (+0,30%). No mês, a moeda americana subiu 0,93%, a segunda menor alta mensal do ano.

No mercado futuro, o dólar para outubro caiu 0,41%, aos R$ 3,1605. O volume financeiro movimentado somou US$ 18,80 bilhões. Durante o pregão, a divisa oscilou de R$ 3,1510 (-0,70%) a R$ 3,1835 (+0,31%).

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