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Economia

Fiscais agropecuários cruzam os braços e exportação para por dois dias

Lidiane Kober | 29/08/2013 15:01

Atendendo orientação nacional da categoria, os fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura estão de braços cruzados por dois dias em busca de melhores condições de trabalho. Eles vão liberar abates em Mato Grosso do Sul, mas não vão assinar autorização para cargas saírem do país. No Estado, pelos menos 20 mil bovinos, seis mil suínos e 800 mil aves devem ficar retidos nos frigoríficos.

“O abate dos animais não será prejudicado, mas não vamos expedir documentos para liberar a saída de cargas do país”, avisou o fiscal agropecuário, Luiz Marcelo Martins Araujo. A decisão não deverá gerar desabastecimento, mas irá atrasar a programação de exportação das empresas. “Via aeroportos e portos, não sairá nada do Brasil”, reforçou.

A paralisação nesta quinta (29) e sexta-feira (30), segundo o fiscal, visa sensibilizar a sociedade sobre as dificuldades que a categoria vem enfrentando por conta da redução de 20% do orçamento do Ministério da Agricultura. “Não temos dinheiro para nada, se tiver um surto animal ou vegetal, não teremos combustível para se deslocar e realizar a fiscalização”, relatou Luiz Marcelo.

Além disso, a categoria, composta por pouco mais de três mil funcionários no país, estaria com déficit de 40% do efetivo. “Precisamos de um concurso imediato”, disse a representante do comando estadual de mobilização, Graciela Bergamaschi. “Também cobramos a criação da escola de fiscais agropecuários para capacitar os novos profissionais e promover atualização dos atuais”, acrescentou.

Os fiscais também não aceitam o descumprimento de acordo de dar subsídios à categoria sem promover redução salarial. “Abrimos mão de reajuste até 2015 em troca do subsídio, desde que não houvesse perdas, mas o Governo Federal não cumpriu a promessa e muita gente saiu prejudicada”, relatou Graciela.

A medida, inclusive, está gerando processos judiciais. “A Constituição não permite perdas salariais”, frisou a fiscal. Os profissionais também estão insatisfeitos com o uso do principal cargo da categoria para barganhar apoio político.“Tiraram um fiscal de carreira do mais alto cargo para colocar um advogado, indicado pelo PMDB”, reclamou Graciela. Outra reivindicação é promover a categoria de fiscal para auditor.

Questionado se paralisação poderá se transformar em greve, Luiz Marcelo disse que o objetivo não é estender a mobilização. “Esperamos sensibilizar a sociedade e o governo com a paralisação de dois dias”, comentou.

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