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Economia

Foi bom enquanto durou: alta da fécula decreta o fim da chipa de R$ 1

Vendido agora de R$ 1,25 a R$ 1,50, salgado ficou mais caro desde segunda-feira

Elci Holsback | 23/11/2016 19:14
Chipas à venda por R$ 1,25 em comércio da Capital; culpa da fécula de mandioca, diz empresária (Foto: Elci Holsback)
Chipas à venda por R$ 1,25 em comércio da Capital; culpa da fécula de mandioca, diz empresária (Foto: Elci Holsback)

A plaquinha de chipa a R$ 1,00 ainda pode ser encontrada em muitos pontos de Campo Grande. Mas, o salgado tradicional do lanche do campo-grandense começa a aparecer com preço mais "salgado" em alguns pontos de venda.

Com venda diária de 4 mil chipas, a Rainha da Chipa, na Rua Euclides da Cunha, está entre as primeiras a elevar o valor do salgado, que desde segunda-feira (21) passou a custar R$ 1,25. Quem decretou o fim da chipa a R$ 1 foi a alta da fécula de mandioca que, de R$ 35,00 o saco com 25 quilos, passou a R$ 79,00 - aumento de 139%.

"Ainda retive a alta por meses, de fevereiro para cá já havia subido para R$ 65,00. Agora houve novo reajuste. Só repassei o valor porque foi extremamente necessário", explica a empresária Vívian Pedra. 

A comerciante avalia que o reajuste não causou impacto negativo junto aos clientes, fiéis à loja que inaugurou há menos de dois anos e com faturamento mensal médio entre R$ 100 mil e R$ 120 mil, graças à comercialização das chipas e outros salgados, vendidos em média a R$ 2,00.

"Como nessa região as opções são muito caras, os salgados na faixa de R$ 2,00 e a chipa a R$ 1,25 ainda estão bem em conta. Se tivéssemos reajustado para R$ 1,50, provavelmente haveria reclamação", comenta.

O reajuste foi ainda maior na Chiparia do Japa, na Rua Rui Barbosa. Inaugurado há um ano e meio, o local subiu o valor da chipa pela primeira vez, que agora passa a custar R$ 1,50.

Segundo o proprietário, Sérgio Januário, a manteiga e o queijo já estão mais caros há muito tempo. Mas, ainda foi possível manter o preço ao consumidor até o reajuste da fécula, que impactou demais no lucro e tornou o aumento inevitável.

"Essa semana tivemos que aumentar e todos os empresários do ramo devem fazer o mesmo. Antes o saco de R$ 25Kg de fécula saia a R$ 65, agora chega a R$ 100, o que tornou a produção muito mais cara", avalia o comerciante, que percebeu a clientela insatisfeita. "Nós tentamos avisar sobre o aumento aos poucos, mas as pessoas reclamam, sentem a diferença", avalia Januário. 

Entre R$ 1,25 e R$ 1,50, consumidor já está pagando mais pelo salgado (Foto: Elci Holsback)
Entre R$ 1,25 e R$ 1,50, consumidor já está pagando mais pelo salgado (Foto: Elci Holsback)

No Bairro Tiradentes, a Chiparia Parada Obrigatória mantém o valor do salgado a R$ 1,00 e não há previsão de reajuste. Segundo o sócio-proprietário Edson Monserrat, houve aumento no valor da fécula de mandioca, mas a produção em larga escala consegue manter a margem de lucro, sem a necessidade de impactar o valor cobrado ao consumidor.

"Realmente alguns ingredientes sofreram alta, como a fécula, mas não temos qualquer intenção de aumentar nossos valores. Por hora, conseguimos abstrair essa alta", informa o empresário, que preferiu não dizer qual valor paga atualmente pelo insumo.

Queridinha no lanche - Funcionária de uma loja na região central da cidade, Adriana Santos não dispensa a chipa no lanche da tarde. Além do sabor, poder pagar o salgado com uma moeda de R$ 1,00 garante à chipa, o posto de queridinha e o reajuste atrapalha um pouco.

"É bom pagar barato, mas pelo que percebi essa semana, subiu em todos os lugares, está tudo mais caro, em algum momento ia chegar na chipa, mas ainda assim vale a pena pagar, ainda está mais em conta que outros salgados", comenta.

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