ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
AGOSTO, QUINTA  21    CAMPO GRANDE 30º

Economia

Grandes oportunidades estão surgindo, diz Riedel após susto do “tarifaço”

Governador considerou que preocupação maior do Estado é abrir novos mercados para a tilápia

Por Maristela Brunetto | 21/08/2025 07:49

Grandes oportunidades estão surgindo, diz Riedel após susto do “tarifaço”
Governador diz que mercados estão se reorganizando e surgem oportunidades (Foto: Assessoria/ Frente Parlamentar de Agropecuária)

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

O governador Eduardo Riedel destacou que grandes oportunidades estão surgindo para o Brasil e, especialmente, para o Mato Grosso do Sul, após a tensão causada pelo "tarifaço" imposto pelos Estados Unidos. Ele afirmou que mercados estão se reorganizando, com destaque para setores como carne bovina e celulose, que conseguiram se adaptar às novas condições. A tilápia, no entanto, ainda enfrenta desafios devido à sobretaxa de 50% sobre exportações para os EUA. Riedel também mencionou avanços nas relações comerciais com países asiáticos, como Japão e Singapura, além de discutir a necessidade de uma redefinição geopolítica global. Ele ressaltou que a crise pode ser vista como uma oportunidade, citando um ditado chinês. Além disso, o governador abordou a redução na arrecadação de ICMS devido à queda na oferta de gás boliviano, mas garantiu que há recursos suficientes para custeio e investimentos, sem a necessidade de aumentar impostos.

Após um giro de quase duas semanas pela Índia, Japão e Singapura, para buscar parcerias comerciais, o governador Eduardo Riedel ( PSDB) considerou que há grandes oportunidades surgindo para o Brasil e, em especial, para Mato Grosso do Sul, sinalizando um alívio após a apreensão causada pelo chamado 'tarifaço' imposto pelo presidente dos EUA (Estados Unidos da América), Donald Trump. Ele disse que, dos produtos impactados no estado, ainda persiste a preocupação em realocar o mercado consumidor para a tilápia, uma vez que 30% da produção local tinha como destino o país norte-americano, situação que se tornou inviável com a taxa extra de 50%.

Conforme ele, o setor de carne bovina conseguiu readequar seus produtos e a celulose, outro carro-chefe das exportações, acabou sendo excluída da sobretaxa. A laranja, uma aposta do Estado, com a vinda de grandes produtores, também acabou não sendo impactada. “Hoje o Estado está muito mais tranquilo quando do anúncio lá de trás.”

Ele disse que foi possível se reunir com empresários em Singapura, que atendem países asiáticos e estão interessados em comprar a carne de peixe para fornecer no continente. Há também expectativa com a abertura do mercado japonês, um dos mais rigorosos nas exigências sanitárias, agora que o Brasil recebeu o status de área livre de aftosa sem vacina. Riedel explicou que MS (Mato Grosso do Sul) está no segundo grupo de frigoríficos a terem acesso, com a abertura para os primeiros a partir de novembro.

O governador sugeriu que a mudança nas relações comerciais não despertou preocupações somente no Brasil, mas mudou o foco de outros países. “Em todos esses países, a gente conversou muito sobre as tarifas, mundo afora. Eu acho importante trazer essa percepção de fora para cá, porque parece que às vezes é uma coisa com o Brasil, a Índia preocupadíssima, discutindo a situação, o Japão com as autoridades com quem a gente conversou, também buscando novos caminhos”, exemplificou.

Riedel citou, em entrevista ao Bom Dia MS, esta manhã, que surge um “movimento paralelo” envolvendo os países para uma “redefinição geopolítica comercial do mundo, na qual precisamos nos inserir”. Para selar o otimismo, mencionou o ditado chinês: “Toda crise é uma oportunidade”.

ICMS- O governador ainda mencionou a perda de arrecadação de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), diante da queda na oferta de gás boliviano ao Brasil e as medidas de arrocho. Disse que as pessoas podiam se tranquilizar porque não falta recursos para custeio e investimentos. A escolha do Executivo foi não elevar impostos e por “passar um pente fino” nos gastos para priorizar despesas, argumentou.

Sobre a oferta do gás, disse haver um debate do Governo para ampliar a rede de distribuição e buscar oferta do produto para uma “matriz energética mais competitiva.”