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Economia

Impostos e concorrência com SP podem causar demissões em postos

Caroline Maldonado | 19/02/2015 08:54
Impostos encareceram gasolina e o preço do litro chega a R$ 3,725, em Três Lagoas (Foto: Patrícia Miranda/Perfil News)
Impostos encareceram gasolina e o preço do litro chega a R$ 3,725, em Três Lagoas (Foto: Patrícia Miranda/Perfil News)
Enquanto, do lado de cá da divisa o litro do diesel custa até R$ 3,199, em São Paulo, o preço fica em torno de R$ 2,729 (Foto: Patrícia Miranda/Perfil News)
Enquanto, do lado de cá da divisa o litro do diesel custa até R$ 3,199, em São Paulo, o preço fica em torno de R$ 2,729 (Foto: Patrícia Miranda/Perfil News)
Aumento de impostos e concorrência prejudica postos de gasolina, que perdem clientes para estabelecimentos de São Paulo  (Foto: Patrícia Miranda/Perfil News)
Aumento de impostos e concorrência prejudica postos de gasolina, que perdem clientes para estabelecimentos de São Paulo (Foto: Patrícia Miranda/Perfil News)

Pis, Cofins e ICMS. Tanto imposto, reajustado em apenas quatro meses, encareceu a gasolina e o preço do litro chega a R$ 3,725, em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande. O problema é que logo ali, em Castilho, município paulista que faz divisa com Mato Grosso do Sul, o combustível custa em média R$ 3,149. A diferença de R$ 0,57 espanta os consumidores trêslagoenses e proprietários de alguns postos já pensam até em demissão de funcionários.

Em pesquisa realizada nos postos de combustíveis da cidade, nesta quarta-feira, o jornal Perfil News entrevistou o sócio proprietário do posto Nikkey, Leandro Aparecido Maranni. Segundo o empresário, houve uma redução entre 20% e 30% no movimento de clientes nas últimas semanas. O estabelecimento já teria fechado, se não fosse a demanda de duas grandes indústrias de papel e celulose, instaladas no município, a Eldorado Brasil e a Fibria.

Com isso, Leandro pensa em demitir colaboradores. Os postos, localizados na via Marechal Rondon, em São Paulo, praticam preços mais baixos nos combustíveis, principalmente para o diesel. Enquanto, do lado de cá da divisa o litro do combustível custa até R$ 3,199, no Estado vizinho o preço fica em torno de R$ 2,729.

Para quem abastece com gasolina, a economia ao encher o tanque em São Paulo chega a R$ 16,22. O exemplo é do condutor de um VW Gol G4, que tem capacidade para 55 litros de combustível. Abastecendo com gasolina comum em posto de Três Lagoas, ele pagaria R$ 204,87. Já em estabelecimento na BR-262, onde paga R$ 3,43 por litro, o custo total é de R$ 188,65, o que representa economia de 7,9%.

Impostos – Resolução do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), que aumenta o PMPF (Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final), vigora desde a segunda-feira (16). O PMPF é parâmetro para a cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), retido pela Petrobras na venda dos combustíveis aos postos de gasolina.

A decisão impactou em mais R$ 0,11 no preço do óleo diesel. Em Mato Grosso do Sul, conforme a nova tabela, o preço médio ponderado do litro do diesel é R$ 3,0963. Para a gasolina, o litro pode custar R$ 3,5848 ao cliente.

Há pouco mais de duas semanas, transportadores fizeram paralisação, que ocupou mais de nove quilômetros, a partir da rotatória, que dá acesso à São Paulo, na BR-163. Eles não saíram de lá até conseguir reunião com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), realizada no dia seguinte. O governador disse que pretende reduzir a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do óleo diesel até a metade deste ano.

Os caminhoneiros também sofrem com a concorrência com outros Estados. O Setlog/MS (Sindicato das empresas de Transporte de Cargas e Logística de MS) quer que o ICMS do óleo diesel passe de 17% para 12%, percentual praticado nos Estados de São Paulo e Paraná.

Desde o dia 1º de fevereiro, vigora a alta da PIS (Programa de Integração Social) e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), que corresponde a alta de R$ 0,22 por litro da gasolina e R$ 0,15 por litro do diesel.

O aumento da tarifa de energia também já impactou nos custos dos postos de gasolina e, consequentemente, no preço dos combustíveis, segundo o Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul). Os postos são obrigados a ajustar os valores também para garantir o reajuste do dissídio coletivo do setor, que deverá ficar em torno de 6% ou 7%.

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