ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 27º

Economia

Laudo indica que Eldorado usou muda de eucalipto criada pela concorrente

Marta Ferreira | 12/08/2014 09:33

A Eldorado Brasil Celulose, dona de uma fábrica em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande, usou em suas fazendas um clone de eucalipto desenvolvido pela concorrente Fibria, também instalada na cidade do Bolsão. É o que indica laudo pericial elaborado como parte da ação movida pela Fibria, na Justiça de Mato Grosso do Sul, em que a empresa acusa a Eldorado de fazer plantio com uma espécie pertencente à Fibria, e protegido pelo SNPC (Serviço Nacional de Proteção de Cultivares).

A conclusão da perícia foi anexada na sexta-feira ao processo, que corre na comarca de Três Lagoas. Segundo o jornal Valor Econômico, o documento aponta 99,99999981% de probabilidade, de cinco das seis amostras de partes de eucalipto recolhidas em diferentes fazendas usadas pela Eldorado, serem geneticamente idênticas à cultivar VT02 da Fibria.

"Verifica-se ainda que, do total de seis amostras periciadas, cinco amostras e suas respectivas réplicas são geneticamente idênticas à cultivar Eucalyptus spp. cv. VT02", informou o laudo, datado de 7 de agosto e assinado por Vinicius Alexander Oliva Sales Coutinho e Robert Willer Wobeto, ao qual o Valor teve acesso.

A Eldorado contesta a imparcialidade da perícia e, também, a eficácia do teste de DNA isoladamente. A emprea alega que a legislação de cultivares faz uma série de restrições a esse tipo de análise. Para a companhia, a lei indicaria que a análise morfológica é mais importante e deveria preceder a análise molecular, de característica complementar.

A partir da anexação do laudo, o juiz responsável pelo caso, Márcio Rogério Alves, da 4ª Vara Cível de Três Lagoas, deu prazo de 10 dias às duas partes para se manifestar sobre o recebimento do documento. Só depois disso, o juiz então dará a sentença, confirmando ou não o laudo.

Como a ação foi aberta para produzir provas, só depois disso a Fibria poderá entrar na Justiça com uma nova ação contra a Eldorado, com pedido de indenização. A Eldorado aguarda o julgamento de um recurso especial no STJ (Superior Tribunal de Justiça), no qual questiona a imparcialidade da perícia. O argumento, ainda segundo o Valor Econômico, é que o Laboratório Heréditas, cuja estrutura foi utilizada no procedimento, ter prestado serviço semelhante à Fibria anteriormente põe em xeque os "princípios processuais da objetividade, neutralidade e imparcialidade".

Isso aconteceu antes de a Fibria entrar na Justiça, quando em abril de 2013, a companhia, segundo consta do processo, coletou folhas e galhos que estavam em uma estrada municipal que cruza uma das fazendas da Eldorado e enviou o material justamente para análise do Heréditas

Nos siga no Google Notícias