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Economia

Marca de azeite feita em fábrica clandestina e achada em MS tem venda suspensa

Portaria do Ministério da Agricultura ordenou retirada de seis marcas do produto das prateleiras

Humberto Marques | 08/07/2019 17:41
Exemplar de azeite feito em fábrica clandestina foi encontrado à venda em Campo Grande em junho. (Foto: Direto das Ruas/Arquivo)
Exemplar de azeite feito em fábrica clandestina foi encontrado à venda em Campo Grande em junho. (Foto: Direto das Ruas/Arquivo)

Quase um mês depois de operação da Polícia Civil de São Paulo fechar uma fábrica clandestina de azeite de oliva, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) determinou a retirada do mercado de marcas do produto envazadas no local. Os rótulos integram uma lista de seis marcas consideradas fraudadas e impróprias para o consumo.

A determinação era de que, até esta segunda-feira (8), fosse recolhidos de todos os estabelecimentos comerciais do país azeites das marcas Oliveiras do Conde, Quinta Lusitana, Évora, Costanera, Olivais do Porto e Quinta D’Oro –este último foi encontrado em lojas varejistas da Capital, conforme relatos de leitores ao Campo Grande News.

Conforme o Mapa, foi determinado que as redes varejistas e atacadistas nas quais os produtos foram encontrados informem os estoques existentes, sob pena de autuação em caso de omissão de informações. Os responsáveis pelas marcas são Rhaiza do Brasil Ltda., Mundial Distribuidora e Comercial Quinta da Serra Ltda. Comerciant5es flagrados vendendo os produtos após as advertências poderão ser denunciados ao Ministério Público Federal. As multas podem chegar a R$ 5 mil por ocorrência e acréscimo de 400% sobre o valor comercial dos azeites.

Apesar de exemplares dos azeites serem encontrados em Campo Grande e em outros municípios do Estado –como Paranaíba (a 422 km da Capital)–, o Mapa não listou Mato Grosso do Sul entre os Estados nos quais a fiscalização encontrou os produtos. Os relatos apontam venda dos itens em Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, em redes de atacado, atacarejo e pequenos mercados.

Ação da Polícia Civil paulista fechou fábrica clandestina. (Foto: Arquivo)
Ação da Polícia Civil paulista fechou fábrica clandestina. (Foto: Arquivo)

Fraude – O diretor do Dipov (Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal) do Mapa, Glauco Bertoldo, a proibição de venda das marcas de azeite foi resultado de operação da Polícia Civil de São Paulo, que descobriu uma fábrica clandestina dos produtos, com mistura de óleos como o lampante –feito a partir de azeitonas de má qualidade e considerado prejudicial à saúde humana.

“Atualmente, o azeite de oliva é o segundo produto alimentar mais fraudado do mundo, perdendo apenas para o pescado”, alertou Bertoldo. A adulteração e falsificação de azeite de oliva também é considerada crime contra a saúde pública. A análise foi feita a partir de um equipamento de raios infravermelhos, com resultado instantâneo.

Após a operação policial, uma força-tarefa testou 54 marcas de azeite de oliva coletadas em grandes varejistas, apontando que 98,1% tinham regularidade –o que não foi constatado em grandes atacadistas, atacarejos e pequenos mercados.

Bertoldo recomendou ao consumidor que desconfie de produtos oferecidos a preços muito baixos, o que pode indicar fraude, uma vez que o preço médio do azeite de oliva é de R$ 17, sendo que os produtos irregulares eram oferecidos entre R$ 7 e R$ 10.

Em 2017, o Mapa constatou na Operação Isis fraude envolvendo a mistura de óleo de soja com óleo de oliva lampante, que teve sua importação proibida.

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