ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SÁBADO  27    CAMPO GRANDE 26º

Economia

Novos prefeitos contabilizam deficits e procuram meios de sanar os rombos

Ricardo Campos Jr. e Richelieu de Carlo | 16/01/2017 13:13
Derlei Delevatti (PSDB), prefeito de Porto Murtinho (Foto: Richelieu de Carlo)
Derlei Delevatti (PSDB), prefeito de Porto Murtinho (Foto: Richelieu de Carlo)

Metade do mês de janeiro já passou e 40% dos prefeitos no interior do estado ainda contabilizam os prejuízos e calculam os rombos na tentativa de buscar recursos para quitá-los. Alguns gestores que assumiram os mandatos em 2017 reclamam de assumir dívidas deixadas pelos antecessores, entre elas 13º e salários de dezembro em atraso.

Porto Murtinho, Selvíria e Nioaque são locais onde a situação financeira é extremamente crítica. No primeiro, o dinheiro das multas da repatriação enviado pelo Governo Federal no fim de 2017 durou apenas uma hora na conta e não foi suficiente para tirar a cidade do vermelho.

“A verba caiu às 6h e às 7h já tinha sido usada para o pagamento de dívidas com fornecedores, gastaram tudo. Eles deveriam ter pagado os salários de servidores em atraso e não os fornecedores”, critica o prefeito daquele município, Derlei Delevatti (PSDB).

Conforme o gestor, Porto Murtinho tem cerca de R$ 10 milhões em dívidas, dos quais R$ 3 milhões para a Energisa e outros R$ 3 milhões para a Sanesul. Além disso, o 13º dos funcionários públicos estão pendentes. “Vou me reunir com representantes dos sindicatos para parcelar esses valores, porque não tenho como pagá-los de forma integral, senão eu não conseguiria pagar o salário de janeiro”, afirma.

Somente para regularizar essa situação, segundo ele, serão necessários R$ 800 mil. Delevatti denuncia ainda que alguns servidores comissionados na área de administração e finanças chegaram a receber os vencimentos.

Prefeito de Nioaque, Valdir Couto de Souza Junior (PSDB) (Foto: Richelieu de Carlo)
Prefeito de Nioaque, Valdir Couto de Souza Junior (PSDB) (Foto: Richelieu de Carlo)

Em Nioaque, o prefeito Valdir Couto de Souza Junior (PSDB) diz que o município deve o salário de dezembro e mais R$ 18 milhões em previdência e precatórios. Além disso, as escolas estão sem condições de uso para o início do ano letivo, já que passaram os últimos quatro anos sem uma reforma sequer; e vários equipamentos que pertencem ao poder público estão sucateados.

“De três motoniveladoras, duas estão sem condições de uso e dos três caminhões-caçamba da cidade, dois estão com o motor fundido”, afirma. Para sair da crise, ele vai pedir que as secretarias reduzam em pelo menos 20% os gastos com água, luz e reduzam contratos.

O prefeito de Selvíria, José Fernando Barbosa (PSB), diz que a folha de dezembro está atrasada e a frota de veículos da prefeitura está com a documentação atrasada e com débitos pendentes. Além disso, somente 20% dos funcionários receberam alguma parte do salário de dezembro. O gestor pretende parcelar o restante.

Fora de perigo – Pedro Arlei Caravina (PSDB), prefeito de Bataguassu, diz ter começado o segundo mandato com as contas em dia. Ele é o candidato a presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), cujas eleições foram nesta segunda-feira (16).

“Meu principal trabalho será captar mais recursos para os municípios incrementarem as receitas. Uma questão que ajudou bastante foi as repatriações, mas esse tipo de recurso é pontual e só resolve problemas pontuais”, afirma.

Nos siga no Google Notícias