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Economia

Para ser primeiro na fila do seguro-desemprego, Adersino chegou às 3h na Funsat

Trabalhador foi demitido em março e agora se preocupa com dificuldades que a pandemia de coronavírus vai trazer

Marta Ferreira e Clayton Neves | 08/04/2020 07:50
Adersino ficou desempregado em meio à pandemia. (Foto: Marcos Maluf)
Adersino ficou desempregado em meio à pandemia. (Foto: Marcos Maluf)


Motototáxi foi o transporte usado nesta manhã por Adersino Gonçalves Carvalho, de 44 anos, para, pelo segundo dia, dar entrada no seguro-desemprego na Funsat (Fundação Social do Trabalho), na Vila Glória, em Campo Grande. Foi a maneira encontrada por ele para ser o primeiro da fila.

O trabalhador, agora sem emprego em meio à pandemia de novo coronavírus e a todo o clima de incerteza que ela traz, chegou ao local às 3h. “Cheguei bem cedo, porque quanto mais cedo, mais rápido é atendido”, raciona.

Pouco antes das 7h, a fila no local tinha cerca de 70 pessoas, com Adersino à frente. Ontem,  ele perdeu a viagem porque esqueceu um comprovante. A demissão foi em 23 de março, mas Adersino ainda não conseguiu fazer o procedimento para receber o seguro.

Depois de quase quatro horas em pé, aguardando, ele disse à reportagem que o único problema era não ter como ir ao banheiro. “Às vezes dou uma andada, uma esticada nas pernas”, comentou.

Solteiro e sem filhos, Adersino mora em um cômodo alugado no Bairro Universitário. Está, como é de esperar, preocupado com a situação do País. Disse que sua dispensa na empresa de serviços onde atuava havia 10 meses não teve a ver com a crise provocada pela pandemia, mas que, agora, teme pelo futuro.

“Meu medo é de redução de salários”, cita. Ele comenta que a situação já estava difícil no país e agora pode ficar ainda mais.

O apelo, então, vai para a fé. “Espero que Deus tenha compaixão”.

Trabalhadores fazem fila na Funsat à espera da abertura nesta manhã.
Trabalhadores fazem fila na Funsat à espera da abertura nesta manhã.

Sem vagas  -  A Funsat retomou o atendimento ontem, mas não há vagas para intermediação de contratações, um dos serviços prestados no local. Por ora, a maioria das pessoas está indo mesmo em busca do seguro-desemprego, evidência de que as dispensas aumentaram no mercado de trabalho.

 Como medida de prevenção ao novo coronavírus, só entram 20 pessoas por vez para o atendimento.  Na fila do lado de fora, porém, as pessoas seguem bastante próximas umas das outras, contrariando a recomendação de distãnciamento.

O horário de funcionamento da agência pública de emprego vai das 8h30 às 13h30, em razão das restrições impostas pela emergência em saúde.

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