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Economia

Parados há 5 dias, motoristas "guardam" cargas que vão de entulho a gás GLP

Parte dos caminhoneiros acostumados com a rota do bate-volta de Campo Grande para cidades do interior não tiveram nem tempo de carregar o veículo

Danielle Valentim e Miriam Machado | 25/05/2018 12:24
Na lista de cargas na rodovia e pátio de postos inclui gás GLP, óleo, combustível, carvão, soja, pneu, lubrificante, bebida, caçamba de entulho, laticínios e muitos vegetais, que já se perderam. (Foto: Miriam Machado)
Na lista de cargas na rodovia e pátio de postos inclui gás GLP, óleo, combustível, carvão, soja, pneu, lubrificante, bebida, caçamba de entulho, laticínios e muitos vegetais, que já se perderam. (Foto: Miriam Machado)

Parece brincadeira, mas na lista de “cargas paradas” há cinco dias nas rodovias de Mato Grosso do Sul, por conta da greve dos caminhoneiros, tem até entulho. Os caminhões estão carregados com os mais diversos produtos e muita coisa já se perdeu, é claro. No entanto, na manhã desta sexta-feira (25), a reportagem encontrou até quem não teve tempo de carregar o veículo.

Cerca de 90% das caminhoneiros parados estão no local desde segunda-feira (21). Alguns acostumados com a rota do bate-volta de Campo Grande para cidades do interior não tiveram nem tempo de carregar o veículo.

Na lista de cargas na rodovia e pátio de postos inclui gás GLP, óleo, combustível, carvão, soja, pneu, lubrificante, bebida, caçamba de entulho, laticínios e muitos vegetais, que já se perderam.

José Ponce, que conduz um caminhão prancha, costuma sair de Campo Grande para buscar maquinários em Cuiabá. “Desta vez não saí da Capital”, disse.

Já o caminhoneiro José Luiz da Silva, que viaja com esposa Maria dos Anjos Batista, carrega gás GLP. O casal faz bate-volta em Campo Grande/Três Lagoas para buscar o produto, mas estão parados desde segunda-feira (21). “Nós carregamos o Brasil nas costas. Três Lagoas já está faltando gás”, disse.

Na estrada há 14 anos, José Carlo, de 45 anos, transporta produtos industrializados de São Paulo a Campo Grande. “Mas também carrego soja de Campo Grande para outros estados”, disse.

Os manifestantes estão liberando qualquer tipo de mercadoria ligada a saúde, por exemplo, oxigênio, medicamento, ambulâncias e vacinas. As cargas vivas não passam, mas os motoristas são orientados a retornarem as fazendas, pois já sabiam da situação das estradas.

Paralisação – O bloqueio das rodovias em Mato Grosso do Sul pelos caminhoneiros já estão no quinto dia, com bloqueio de 37 pontos federais e 21 estaduais. Os principais representantes do protesto alegam que apesar do acordo divulgado pelo governo federal, ontem (24) a noite, depois de reunião com as categorias, a greve vai continuar no Estado, pois não há concordância com os termos apresentados.

Liberação - A juíza federal Janete Lima Miguel concedeu liminar que proíbe a greve dos caminhoneiros de impedir a passagem de qualquer tipo de veículo nas rodovias de Mato Grosso do Sul, seja ele de passeio ou caminhões vinculados a empresas e serviços. Ela reconhece a legitimidade do protesto, mas diz que as pessoas "têm direito de ir e vir".

José Ponce, que conduz um caminhão prancha, costuma sair de Campo Grande para buscar maquinários em Cuiabá. (Foto: Miriam Machado)
José Ponce, que conduz um caminhão prancha, costuma sair de Campo Grande para buscar maquinários em Cuiabá. (Foto: Miriam Machado)
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