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Economia

Preço do óleo também dispara com exportação recorde e alta procura

Associação avalia ainda que período é propício para o desabastecimento, devido a pandemia, que obrigou mudança de hábitos

Lucia Morel | 11/09/2020 17:22
Preço "nas nuvens" teve variação de 21, 98% e 37,25% nas gôndolas dos supermercados, segundo o Procon. (Foto: R$ 21, 98% e 37,25%)
Preço "nas nuvens" teve variação de 21, 98% e 37,25% nas gôndolas dos supermercados, segundo o Procon. (Foto: R$ 21, 98% e 37,25%)

Queda brusca no consumo de óleo de soja, exportação recorde e posterior procura em massa fez o preço do produto aumentar e assustar os consumidores nos últimos meses.

Segundo a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), “o cenário de limitação na oferta do óleo de soja nas gôndolas dos supermercados de algumas regiões do País é resultado de mudanças no consumo em meio a pandemia”.

Dados recentes do Procon (Superintendência do Consumidor de Mato Grosso do Sul) indicam aumento de até 37,25% no preço do óleo de soja em 19 estabelecimentos comerciais pesquisados pelo órgão.

Para se ter uma ideia, o óleo com embalagem de 900 ml o aumento foi entre 21, 98% a 37,25% se comparados os valores registrados entre maio e agosto.

A associação encaminhou nota explicando que a falta do produto decorre do baixo volume de consumo nos primeiros meses da pandemia. Com isso, produtores e indústria, buscaram outros meios de escoamento, ampliando a exportação.

“O uso do produto por bares e restaurantes teve quebra brusca nos primeiros meses de pandemia, sendo necessário buscar outras formas de comercialização que resultaram na ampliação das exportações”, diz a entidade.

No entanto, “a rápida retomada da atividade econômica e o consequente aquecimento do consumo no Brasil, ampliaram a busca doméstica pelo produto causando desequilíbrio entre a tradicional oferta e a demanda nacional pelo uso do óleo nas cozinhas das residências brasileiras, causando redução no abastecimento”.

Outras duas situações também interferiram no preço final do produto: entressafra da soja e manutenção das fábricas, que não pôde ser feito no começo de 2020 devido a chegada do novo coronavírus.

“Estamos no período de entressafra de soja e, portanto, de menor disponibilidade da oleaginosa no mercado”, relata parte da nota da associação, que completa, informando que “as fábricas estão entrando em período de manutenção, atividade que não pôde ser realizada nos primeiros meses de pandemia”.

Para a entidade, tais fatores “também contribuem para redução na disponibilidade do produto e para a alta dos preços”. A previsão é que a situação se normalize apenas em janeiro, quando “começará a nova safra e acabará o período de manutenções.”

Exportação – A exportação de soja aumentou e somente neste ano, representa 36,5% de todo volume do que é exportado por Mato Grosso do Sul. O crescimento é de 58,6% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando 4,4 milhões de toneladas enviadas para outros países entre janeiro e agosto deste ano.

Segundo a Abiove, essa situação também influencia no preço do óleo e em todo Brasil, o volume de soja processada em 2020 é recorde e deve totalizar 44.600 milhões de toneladas de soja e produção de cerca de 9 milhões de toneladas de óleo em si. Com isso, a disponibilidade do produto para consumo interno cai.

“A Abiove esclarece que a indústria processadora de soja está se esforçando para aumentar a produção e as entregas do óleo de cozinha, buscando garantir a oferta do produto durante esse período de pandemia.”

Mato Grosso do Sul, junto com os vizinhos Goiás e Mato Grosso lideram a produção da oleaginosa no Brasil.

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