ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 31º

Economia

Quatro unidades em MS estariam em 'pacotão de vendas' da Petrobras

Priscilla Peres | 11/02/2016 16:10
Obra da fábrica de fertilizantes foi paralisada há um ano, com 82% do projeto executado. (Foto: Perfil News)
Obra da fábrica de fertilizantes foi paralisada há um ano, com 82% do projeto executado. (Foto: Perfil News)

Quatro grandes empresas da Petrobras em Mato Grosso do Sul, podem entrar no pacote de unidades da companhia à venda. O gasoduto, parte da companhia de gás natural, uma termelétrica e a fábrica de fertilizantes incompleta, fazem parte do patrimônio da estatal no Estado.

Em julho do ano passado, a Petrobras informou em seu Plano de Negócios e Gestão 2015-2019, que durante iria priorizar projetos de exploração e produção de petróleo no Brasil, com ênfase no pré-sal. Hoje, fontes do jornal O Estado de São Paulo de dentro da estatal, informaram que as 21 térmicas, os terminais de gás e gasodutos estão à venda.

De acordo com a reportagem de jornal, a estatal pretende arrecadar US$ 57,7 bilhões (o equivalente a cerca de R$ 225 bilhões) para invadir em petróleo, para isso precisa vender parte de seus ativos. A Petrobras estaria mudando o foco, deixando de ser uma empresa de energia integrada, para investir no pré-sal, sua grande descoberta rentável.

Companhia de gás atende unidades residenciais e industriais em Campo Grande e Três Lagoas. (Foto: Divulgação MSGÁS)
Companhia de gás atende unidades residenciais e industriais em Campo Grande e Três Lagoas. (Foto: Divulgação MSGÁS)

As vendas de empresas da Petrobras ligadas a Mato Grosso do Sul já começaram. No fim do ano passado, 49% da Gaspetro foi vendida para a Mitsui, empresa privada do setor de gás natural. A MSGÁS (Companhia de Gás Natural de MS) é formada por 51% de ações do governo do Estado e 49% Gaspetro. Agora, desse percentual, 49% pertencem a Mitsui.

Há informações de que o restante da Gaspetro, 51% ainda pertencentes a Petrobras, também está sendo negociado pela Mitsui. A Abega (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado) disse que não vai comentar o assunto.

Ramal de gás natural vindo da Bolívia passa por 11 cidades de MS. (Foto: TBG)
Ramal de gás natural vindo da Bolívia passa por 11 cidades de MS. (Foto: TBG)

O gasoduto Brasil - Bolívia, operado pela TBG e que transporta gás para todo o país, passando por 11 cidades de Mato Grosso do Sul, também estaria na lista de empresas à venda. Atualmente, a Petrobras detém 51% da TBG, enquanto o restante é distribuído por três Holdings.

Outra unidade da Petrobras no Estado é a usina termelétrica Luis Carlos Prestes, em Três Lagoas. Ela tem potência instalada de 386 MW e voltou a operar a todo vapor de 2012 para cá, quando a crise hídrica se agravou e ela foi religada utilizando gás natural.

Segundo os dados da própria Petrobras, a usina gerou 2.699 MW por dia em 2012. Esse número quase dobrou em 2013, quando passou a gerar 4.043 MW/dia e cresceu ainda mais em 2014, passando a 4.761 MW/dia. Os números de 2015 não foram divulgados.

O caso mais complicado entre os bens da estatal no Estado é a UFN 3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), também em Três Lagoas. A unidade começou a ser construída em 2011, seguiu entre polêmicas até 2014, quando o contrato com as empresas contratadas para executar a obra foi rescindido.

A obra foi paralisada com do projeto 82% concluído e avaliada em R$ 3 bilhões. Quando as empresas, Sinopec e Galvão Engenharia, tiveram o contrato rescindido, deixaram para trás dívida de R$ 36 milhões com fornecedores. O caso está na Justiça e sem solução até hoje, 14 meses após a obra ser interrompida.

Hás informações são de que a Petrobras busca um comprador para a unidade incompleta. Mas a fonte oficial afirma, desde 2014, que a estatal está atrás de parceiros para terminar de construir a fábrica.

A Petrobras foi procurada para falar sobre a venda das unidades, mas não se manifestou até o momento.

Usina térmica em Três Lagoas viu produção saltar depois da crise hídrica no país. (Foto: Petrobras)
Usina térmica em Três Lagoas viu produção saltar depois da crise hídrica no país. (Foto: Petrobras)
Nos siga no Google Notícias