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Economia

R$ 300 pode ser ponto de partida para quem quer montar o próprio negócio

Mariana Rodrigues | 18/07/2015 18:42
Maria Antonia da Silva, investiu R$ 3 mil em uma prestadora de serviços e agora constrói casas ecológicas. (Foto: Marcelo Calazans)
Maria Antonia da Silva, investiu R$ 3 mil em uma prestadora de serviços e agora constrói casas ecológicas. (Foto: Marcelo Calazans)

Ser empresário é o sonho de muita gente. Se tornar patrão, obter lucros e fazer com que o empreendimento seja um sucesso, é o que vem impulsionando muitas pessoas a investir no próprio negócio. Porém, para abrir uma empresa é preciso dinheiro, organização e planejamento. Os investimentos variam de acordo com cada empreendedor, em alguns casos não é preciso de muito, alguns começam com uma quantia pequena e conseguem abrir a própria empresa com apenas R$ 300.

Este é o caso de Antonio Carlos Exeeca, 37 anos. Depois de trabalhar como garçom, ele resolveu tornar realidade o sonho de ter o próprio negócio, e conta que aos 17 anos alugou um salão e fazia consertos em bicicletas, ia até o Centro da cidade onde comprava as peças e entregava ao cliente. Conforme ia obtendo lucros, investia mais no negócio. "Eu vi um senhor mexendo com conserto e achei que aquele era meu caminho. Aluguei um ponto sem ter nada, peguei R$ 300 que eu tinha e comprei de peças para começar", conta.

Para ele o segredo do sucesso é ter paciência para esperar, pois os resultados não são imediatos. "As pessoas acham que em seis meses já vão ter retorno daquilo que investiu, mas isso demora, com isso elas acabam ficando desesperadas e a maioria fecha as portas", comenta.

Outro ponto destacado por Antonio é a responsabilidade, de acordo com ele, até chegar a ser um grande empresário, é necessário muito trabalho, determinação e empenho para que o comércio dê certo. Ele comenta que nos 12 primeiros anos da abertura da sua empresa, ele trabalhava direto, ou seja, sem feriados e finais de semana. Agora ele colhe os frutos, e já está em sua segunda empresa. De acordo com Antonio, atualmente seu faturamento gira em torno de R$ 200 mil mensais, valor total da duas lojas.

Para começar o empreendimento, Antonio investiu R$ 300. (Foto: Fernando Antunes)
Para começar o empreendimento, Antonio investiu R$ 300. (Foto: Fernando Antunes)

Outro caso é de Maria Antonia da Silva, 54 anos, quando notou que a profissão de professora universitária não estava dando o retorno suficiente, ela resolveu investir R$ 3 mil na abertura de uma prestadora de serviços, gerenciando obras de construção civil. Começou há cinco anos só no ramo de pintura, depois o negócio foi expandindo e ela agora constrói casas, nesse ramo ela investiu mais R$ 10 mil. No começo ela tinha um faturamento de R$ 15 mil por obra, agora ela já contabiliza R$ 30 mil por quinzena.

"Entrei nesse mercado com o interesse de ver mudanças, pois a maioria dos clientes sempre reclamam que alguns pedreiros, pintores não tratam bem o cliente, são grossos, esse é o diferencial do meu serviço, o atendimento. Queria mudar o pensamento das pessoas sobre trabalhar com construção".

Maria Antonia da Silva, (segunda da direita para a esquerda), junto com suas ajudantes. (Foto: Marcelo Calazans)
Maria Antonia da Silva, (segunda da direita para a esquerda), junto com suas ajudantes. (Foto: Marcelo Calazans)

Assim como tantos outros, durante esses anos que está a frente do próprio negócio, ainda não teve lucros, pois o que ganha reverte em investimentos para a nova empresa. "O que eu ganhei na primeira reforma não teve lucro, pois o reverti em investimento. Agora o 2º empreendimento vai me dar mais retorno. Mas acredito que só daqui há três anos terei um lucro razoável", conta.

Vagner Alexandre Teixeira, técnico de atendimento do Sebrae explica que é possível sim montar uma empresa com pouco dinheiro. Porém é necessário planejar, criar planos de negócios, antecipar os custos para despesa e simular as vendas, para poder verificar se o negócio vai ser lucrativo ou não.

"Através de um planejamento é possível que o microempreendedor se organize melhor e esteja preparado para um momento de crise, por exemplo". Ele diz, que no caso de Antonio e Maria, os riscos que eles correram foram maiores e tinham mais chance de não ter sucesso.

Com relação a quantidade de pessoas que buscam orientação para abrir uma empresa, ele comenta que a grande maioria enxerga no empreendedorismo uma grande oportunidade. "Hoje o empresário está mais consciente, pois ele desmistificou que a abertura de empresa é cara, consequentemente estão buscando cada vez mais a formalização", finaliza.

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