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Economia

Sindicatos de trabalhadores rejeitam proposta da Fiems

Redação | 09/02/2009 15:41

Durante a segunda reunião entre a Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) e os sindicatos dos trabalhadores, a proposta de banco de horas e redução da jornada foi rejeitada pelos trabalhadores. Agora, a classe patronal vai ter de negociar a flexibilização das Leis Trabalhistas com cada sindicato. A reunião foi mediada pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho).

A Fiems apresentou um plano para, segundo ela, se evitar demissões no setor industrial do Estado, devido à crise financeira internacional. A proposta, em um primeiro momento, era de dar folga para os funcionários, mas remunerá-los como se estivessem trabalhando e, quando economia se reaquecesse, eles trabalhariam um pouco a mais e pagariam o que receberam adiantado. Uma segunda proposta seria a redução de 25% da jornada com igual redução no salário.

Os sindicatos foram unânimes ao dizer não à Fiems. Os trabalhadores reclamaram bastante pelo fato de que, "na época das vacas gordas", os empresários não distribuíram as benesses dos tempos de lucro alto, e se restringiram a cumprir as exigências da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

"A Fiems nunca negociou qualquer benefício ao trabalhador que não estivesse previsto em lei", criticou José Roberto Silva, presidente da FTI/MS (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Mato Grosso do Sul).

Na ocasião, o presidente da Fiems, Sérgio Longen, também ouviu críticas sobre os salários. "Como podemos falar em redução salarial se a Federação nunca concedeu aumento real além da reposição da inflação acumulada no ano? O piso salarial do setor é de R$ 460,00, abaixo do novo mínimo, hoje fixado em R$ 465,00", argumentou Maria Alaíde dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Vestuário.

Além disso, segundo ela, o setor de confecção em MS está bem aquecido. "Não temos crise nesse nessa área. Pelo contrário, estamos crescendo", comentou.

Sem proposta - Do outro lado da mesa de negociações, Sérgio Longen reclamou do fato de os líderes sindicais não terem apresentado uma contraproposta. "Todos sentaram à mesa, ouviram as nossas propostas, foram contra, mas nenhum deles apresentou alternativas reais, a não ser indicativos genéricos," avaliou.

Segundo Longen, a intenção era fazer uma negociação coletiva e assim contemplar de imediato todos os segmentos que envolvem as indústrias de Mato Grosso do Sul. "Como não foi possível, vamos agora para a negociação sindicato por sindicato. Perdemos uma grande oportunidade de avançar o modelo de negociação", reclamou.

Apesar do descontentamento de Longen sobre o desfecho das negociações, o presidente do TRT, desembargador Ricardo Geraldo Monteiro Zandona, considerou "extremamente positiva" a iniciativa dos patrões e empregados. Ele ressaltou também que, como a proposta feita pela Fiems não foi aceita, a tentativa de conciliação proposta pelo TRT ficou frustrada.

Por fim, Longen fez uma avaliação mais ampla de todo o episódio. "Toda vez que tentamos propor novos modelos de negociação capazes de avançar na relação com os trabalhadores, as políticas sindicais prevalecem," lamentou.

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