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Economia

Veja como pré-candidatos vão cumprir meta para neutralizar carbono em 8 anos

A pecuária é a principal fonte de metano, potente gás de efeito estufa

Aline dos Santos | 09/06/2022 12:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Mato Grosso do Sul oficializou, em novembro do ano passado, a meta de zerar até 2030 a emissão dos gases do efeito estufa. A decisão coloca o Estado na vanguarda ambiental, antecipando em 20 anos a projeção prevista no Acordo de Paris, que era de zerar a emissão até 2050.

De acordo com o Plano Estadual MS Carbono Neutro, na próxima década, serão adotadas ações em cinco eixos temáticos: agronegócio, mudança no uso da terra e florestas, energia, tratamento dos resíduos e processos industriais.

No agronegócio, a prioridade é a redução dos níveis de fermentação entérica (flatulência e arrotos na digestão de ruminantes). A pecuária é a principal fonte de metano, gás de efeito estufa 28 vezes mais potente do que o CO² (dióxido de carbono).

Neste contexto, Mato Grosso do Sul é o primeiro Estado do País a ter reconhecida a Carne Carbono Neutro. A marca-conceito atesta a carne bovina produzida em sistemas de integração do tipo silvipastoril (pecuária-floresta) ou agrossilvipastoril (lavoura-pecuária-floresta), por meio de uso de protocolos específicos que possibilitam o processo de certificação.

De acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o principal objetivo é garantir que os animais que deram origem ao produto tiveram as emissões de metano entérico compensadas durante o processo de produção pelo crescimento de árvores no sistema.

Segundo dados da Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Mato Grosso do Sul investiu R$ 8 milhões em projetos de pesquisas para medidas de mitigação de gases do efeito estufa. A parceria é com a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e Embrapa.

O Campo Grande News questionou os pré-candidatos sobre as medidas que serão adotadas para efetivamente reduzir a emissão de gases de efeito estufa, conciliando produção e produtividade sem afetar a eficiência e a qualidade do produto agropecuário.

Rose Modesto (União Brasil)

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O equilíbrio climático do planeta é desafio, responsabilidade e ambição fundamentais para governos e povos dos quatro cantos do mundo. No MS Que Queremos estamos conversando com empresários, trabalhadores, agropecuaristas, ambientalistas, pesquisadores, com homens e mulheres dos 79 municípios para encontrar um caminho seguro, que conduza a uma transição econômica que alie produção e preservação. Precisamos prosperar, sim, mas, manter também nossas matas em pé e nossos rios fluindo limpos, vivos para as futuras gerações.

E como fazer isso? Primeiro, com apoio da ciência. A “carne carbono neutro” é mais uma resposta valiosa da ciência para a agropecuária sustentável. Segundo, com determinação política e ações efetivas para a proteção ambiental. Ainda patinamos na destinação de resíduos, na falta de esgoto, na contaminação do solo e das águas por agrotóxicos, e assim por diante. Terceiro, com toda a sociedade.

Se o sul-mato-grossense não estiver consciente dos benefícios de uma transição econômica sustentável, ela não acontecerá nem em 8 anos, como sonha o atual governo, muito menos em 28 anos, como preveem as metas igualmente sonhadoras que o Brasil apresentou à comunidade internacional.

Nada é mais efetivo para qualquer transformação do que a educação. Se estiver bem preparada, nossa população estará realmente apta a ocupar a vanguarda de qualquer esfera: ambiental, econômica ou social.

Capitão Contar (PRTB)

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A necessidade de incentivar projetos e atividades econômicas sustentáveis é um desafio no Brasil todo. Mato Grosso do Sul, por ser uma potência no agronegócio, nos estimula a ser exemplo. Vamos debater junto aos setores, ao lado de técnicos e especialistas, dados e estudos de impacto para construir as soluções para cada problema.

Com relação aos problemas urbanos, a ideia é adotar medidas eficazes de controle da qualidade do ar, com a adoção de projetos, inclusive, fiscais, que incentivem o uso de veículos que colaborem menos para a emissão de gases de efeito estufa, inclusive, começando o dever de casa nas frotas de veículos do Estado, ou que prestam serviços à população.

Ao olharmos para o agronegócio, temos o empenho e a busca pelos próprios produtores da implantação de projetos que são exemplos para todo o País e a ideia é criar incentivos para ampliá-los. No Pantanal, temos a busca dos criadores de gado na preservação do bioma, com a conservação dos recursos naturais da biodiversidade local. A importância do Governo nesse trabalho é extrema, inclusive não só para ampliação dos projetos, mas para dar subsídios no enfrentamento de problemas que possam surgir.

Vamos trabalhar em conjunto para construir medidas de mitigação desses gases no meio ambiente, estabelecer metas de neutralização e compensação das emissões e buscar oportunidades para o desenvolvimento sustentável.

Giselle Marques (PT)

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Reduzir as emissões de gases de efeito estufa não é uma questão ideológica como afirmam negacionistas do clima que integram o (des)governo Bolsonaro, líder do desmonte dos órgãos de proteção ambiental. O meio ambiente não é “de esquerda” e nem “de direita”: é o espaço que abriga os recursos necessários à manutenção da vida.

O compromisso é investir em políticas públicas para reduzir e até mesmo zerar a emissão dos gases de efeito estufa, pois, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, se não houver a reversão das emissões, teremos uma situação de aquecimento global médio de 3,2 °C até 2100, que levará à extinção de 1 milhão de espécies e tornará o nosso planeta inabitável.

As emissões provocadas pela degradação das pastagens estão entre os maiores problemas da atualidade no MS, causadas pelo excesso na lotação animal, falta de reposição de nutrientes e práticas culturais inadequadas.

A diminuição da cobertura vegetal e a monocultura também têm contribuído com a diminuição da infiltração de água e a perda de solo por meio da erosão, além do aumento na ocorrência de pragas, as quais devem ser combatidas com biotecnologias, e não com o uso indiscriminado de agrotóxicos, liberados pela “musa do veneno”, a ex-ministra da Agricultura do atual desgoverno. Pretendo buscar os “fundos verdes” para financiar o pagamento por serviços ambientais.

Eduardo Riedel (PSDB)

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O Mato Grosso do Sul saiu na frente com uma proposta ousada, mas possível de ser implementada: chegar a 2030 com a certificação de carbono neutro. A agropecuária tem um papel fundamental neste processo, através da tecnologia. Este é um compromisso meu: vamos chegar a 2030 trabalhando seriamente em busca do carbono neutro.

Este é um objetivo a ser alcançado não só pelo aspecto ambiental, mas econômico também. O carbono zero tem um significado gigantesco em âmbito global. Um estado do porte do Mato Grosso do Sul, ao oferecer sua produção aliada a neutralidade da emissão de carbono, fará a diferença nos mercados internacionais, cada vez mais exigentes.

Produção, ciência e tecnologia são fatores que não podem estar separados quando pensamos em desenvolvimento. Esta simbiose entre tecnologia e produção é fundamental. O Brasil tem aumentado exponencialmente sua produção agropecuária, e o responsável por isso é o produtor rural, que tem colocado a tecnologia a seu favor. Este desenvolvimento não deve ser alcançado as custas da biodiversidade do País, mas com ciência, tecnologia e a conversão de áreas degradadas em produtivas e controladas ambientalmente.

Marquinhos Trad (PSD)

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Importante pontuar que esta tecnologia é inovadora e 100% brasileira. Uma solução desenvolvida pela Embrapa, em parceria com outras instituições e que pode facilitar, inclusive, a aquisição de crédito para financiamento de tecnologias e sistemas de produção nas propriedades rurais, assegurando a produção de carne ecoeficiente e melhor remunerada.

Vamos estimular a participação dos pecuaristas por meio de redução de ICMS e inserção de suas propriedades no mercado de créditos de carbono. Qualificar, por meio de consultoria subsidiada (contratada pelo governo), para ganho na produtividade e no resultado advindo das espécies florestais introduzidas no sistema.

Disponibilizaremos consultoria para qualificar a nutrição animal, por meio de estudos de formulações. Estas mudanças na nutrição garantirão a melhoria da disponibilização de alimentos proteicos e aumento de lipídios na composição do arroçoamento, possibilitando a redução da fermentação entérica e o tempo de permanência destes animais a pasto, fator que reduzirá a emissão de gás metano na pecuária.

André Puccinelli (MDB)

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O pré-candidato não enviou resposta sobre o tema ao Campo Grande News.

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